Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Bolsas europeias têm movimento misto com queda de ações do setor de turismo e reações à saída do presidente do BC turco

Equipe InfoMoney

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A sessão desta  é de leves variações para as bolsas europeias e para os índices futuros americanos. Na Europa, a sessão é de queda para as ações de empresas de turismo, com temores de uma nova onda do coronavírus.

Ainda no radar, a moeda turca deprecia 8% (chegou à queda de 17% no pior momento do dia) após o presidente Recep Erdogan ter demitido o presidente do Banco Central por ter subido os juros na semana passada, movimento este que chegou a influenciar o desempenho de outras moedas emergentes.

Já no Brasil, além da temporada de resultados, com os números da Eletrobras no radar, atenção ainda para as reações à intensificação da pandemia do coronavírus no Brasil. Em destaque, um grupo de quase 200, entre os mais renomados economistas do País, assinam uma carta aberta em que pedem medidas efetivas de combate à pandemia.

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Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Nos Estados Unidos, os índices futuros têm desempenhos variados entre si pela manhã desta segunda-feira (22), após uma semana de perdas. No radar dos mercados, está a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, nesta manhã.

Na Europa, o índice Eurostoxx, que reúne papéis de 600 empresas europeias de todos os principais setores de 17 países, cai 0,13%. Ações de empresas dos mercados de viagem e lazer recuam fortemente, com temores de que uma terceira onda de infecções de coronavírus esteja atingindo a Europa.

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As ações da IAG, empresa dona da British Airways, caem 6,7%, enquanto a operadora de viagens Tui perdem 6,1%. Por outro lado, ações de Volkswagen e Porsche cresceram 4,2% e 3,8% respectivamente, após o Deutsche Bank elevar preço-alvo para as ações das fabricantes de automóveis.

Na Europa, investidores reagem também à decisão do presidente Recep Tayyp Erdogan de substituir o chefe do Banco Central do país, Naci Agbal, divulgada no sábado 20.

A mudança na presidência da instituição não era antecipada, e ocorreu poucos dias após uma forte alta na taxa de juros referenciais, à qual Erdogan se opõe veementemente.

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Naci Agbal havia sido conduzido ao cargo havia menos de cinco meses, e recebera elogios entre atores do mercado após elevar as taxas referenciais de juros em 8,75 pontos percentuais, para 19%, com o objetivo de barrar a alta da inflação.

Na quinta-feira (17) passada, Agbal elevou a taxa em outros 2 pontos percentuais, novamente com o objetivo de barrar a inflação e buscar impedir a queda do valor da lira turca, desagradando ao presidente, que se opõe a medidas austeras. É a terceira vez, desde meados de 2019, que Erdogan troca o presidente do Banco Central.

A Gazeta Oficial do país anunciou que Erdogan o substituiu por Sahap Kavcioglu, um ex-banqueiro que foi membro do Parlamento pelo partido de Erdogan, o AKP. No mês passado, ele escreveu um artigo no jornal Yeni Safak em que afirmou: “Enquanto as taxas estão próximas de zero ao redor do mundo, optar pela alta da taxa para nós não resolverá problemas econômicos”.

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Após a mudança, a lira turca perdeu mais de 10% de valor, para 7,95 liras turcas por dólar.

A instabilidade afetou também os resultados das bolsas asiáticas, que fecharam a segunda-feira com desempenho variado entre si, acompanhando a queda no valor da lira frente ao dólar.

Na China, a taxa de empréstimo com vencimento em um ano foi mantida em 3,855; a taxa com vencimento em cinco anos foi mantida em 4,65%. Isso está em linha com a expectativa da maioria dos traders e analistas ouvidos pela agência internacional de notícias Reuters.

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No Japão, a fabricante de chips Renesas Electronics caíram 4,89% na segunda, após a empresa anunciar no final de semana que levará ao menos um mês para reiniciar a produção em uma fábrica que foi danificada pelo fogo na sexta (18).

O mercado mundial já enfrenta a falta de chips, e o evento afetou também as ações de empresas do setor automobilístico no Japão. As ações da Toyota caíram 3,26%; as da Nissan, 3,7%; e as da Honda, 3,63%.

Veja o desempenho dos principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,06%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,85%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,23%
Europa
*Dax (Alemanha), +0,19%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,05%
*CAC 40 (França), -0,3%
*FTSE MIB (Itália), +0,19%
Ásia
*Nikkei (Japão), -2,07% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,36% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,13% (fechado)
*Shanghai SE (China), +1,14% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,39%, a US$ 61,66 o barril
*Petróleo Brent, +0,14%, a US$ 64,61 o barril
*Bitcoin, +2,37%, a US$ 58.178,36
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com queda de 5,9%, cotados a 1004,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 160,16 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,51

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2. Agenda

Às 8h25 é divulgado o Boletim Focus do Banco Central, com as expectativas de analistas quanto a indicadores importantes, como inflação, câmbio e juros.

Às 9h30, o Fed de Chicago divulga o seu Índice de Atividade Nacional. Às 10h, o presidente do Fed, Jerome Powell, realiza um discurso. Às 11h, são divulgados dados sobre vendas de casas usadas em fevereiro, nos Estados Unidos.

Membros do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed, realizarão uma série de discursos nest asegunda. Às 11h, falará Thomas Barkim; às 14h, Mary Daly; Às 14h30, Randal Quarles; e às 20h15, Michele Bowman.

Às 12h15, Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu, realiza um discurso.

3. Covid no Brasil

Pelo 23º dia seguido, o Brasil bateu no domingo (21) seu recorde na média móvel de mortes por Covid em 7 dias, com a marca de 2.255, alta de 46% em comparação com a média de 14 dias antes. A marca de 2.000 mortes na média foi ultrapassada pela primeira vez na semana passada. E o de 1.500 mortes, há três semanas.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h de domingo, o avanço da pandemia em 24 h no país. Em um único dia foram registradas 1.259 mortes.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 73.344, alta de 10% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia houve 47.107 diagnósticos.

Até domingo, 11.805.991 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a covid no Brasil, o equivalente a 5,58% da população. A segunda dose foi aplicada em 4.160.093 pessoas, ou 1,96% da população. Analistas vêm apontando a velocidade da imunização como um dos fatores a influenciarem a retomada da economia.

No domingo, o Brasil recebeu a primeira remessa de vacinas do consórcio global Covax Facility. São 1.022.400 de doses do imunizante desenvolvido pela parceria entre AstraZeneca e Universidade de Oxford, produzidas na Coreia do Sul.

No sábado, o governo brasileiro afirmou que mantém tratativas desde o dia 13 com o governo norte-americano para eventual importação de vacinas do excedente disponível nos Estados Unidos.

“Desde o dia 13 de março o governo brasileiro, através do Itamaraty e da Embaixada em Washington, em coordenação com o Ministério da Saúde, está em tratativas com o governo dos EUA para viabilizar a importação pelo Brasil de vacinas do excedente disponível nos Estados Unidos”, disse o Itamaraty em publicação no Twitter.

Em meio ao colapso sanitário e hospitalar, o governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Saúde com o pedido de agilizar a entrega ao país de 42 milhões vacinas adquiridas no âmbito da aliança Covax. A informação é do jornal Valor.

Ao mesmo tempo, a imprensa indiana publicou a informação de que o Instituto Serum, maior produtor mundial de vacinas, teria informado Brasil, Arábia Saudita e Marrocos que, “lamentavelmente”, atrasará a entrega de novas doses do imunizante de AstraZeneca e Universidade de Oxford.

O estado do Rio de Janeiro deverá ter, a partir de sexta-feira, dez dias de feriados antecipados em um esforço para reduzir a propagação do coronavírus. A medida é defendida pelo governador Cláudio Castro (PSC), que é contrário a um lockdwon, e foi articulada com representantes de vários setores econômicos, mas ainda precisa passar pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Ela incluir restrições nos horários de comércio, shoppings e restaurantes, proibição de venda de bebidas alcoólicas para pessoas em pé e o fechamento de escolas públicas e particulares.

A decisão do governador ocorreu em desacordo com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), após uma tensa reunião no final de semana. Segundo o jornal O Globo, Paes se irritou, e pretende anunciar um plano em conjunto com Niterói. Entre as propostas está a de fechar estabelecimentos, exceto os de serviços essenciais. As praias da cidade seguem fechadas. Paes se reunirá com o prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT).

No domingo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em uma live da entidade sem fins lucrativos Parlatorio que “Vacinação em massa é a melhor política fiscal, mais barata e de maior impacto sobre a oferta (…) A primeira medida fiscal, de saúde pública, de tudo, é a vacinação em massa”.

No domingo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, ao comemorar seu aniversário de 66 anos com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, que “estão esticando a corda”. Ele reclamou, mais uma vez, das medidas de restrição de governadores para impedir a disseminação do coronavírus.

O presidente acrescentou, ainda, neste contexto, que o povo pode contar com as Forças Armadas. “Alguns tiranos tolhem a liberdade de muitos de vocês. Podem ter certeza, o nosso Exército é o Verde Oliva e é vocês também. Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade”, disse Bolsonaro, antes de cortar um bolo nas cores da bandeira brasileira.

O presidente aproveitou para defender que o governo tem atuado no combate à pandemia, argumentando que envolveu-se na compra de vacinas “desde o ano passado” e mobilizou-se para oferecer o auxílio emergencial.

Avaliou, no entanto, que a maior vontade da população é trabalhar e não depender de assistência do governo. “O que o povo mais pede para mim, em todo lugar que eu vou é: eu quero trabalhar. O trabalho dignifica o homem e a mulher”, afirmou.

4. Vacina melhor que política fiscal

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no fim de semana que a vacinação em massa contra a Covid-19 é “a melhor política fiscal para o Brasil no momento atual, e o primeiro passo para que o país retome a confiança, de acordo com a mídia.

“Vacinação em massa é a melhor política fiscal, mais barata e de maior impacto sobre a oferta”, disse ele em live. “A primeira medida fiscal, de saúde pública, de tudo, é a vacinação em massa.”

O ministro também voltou as reformas econômicas. “O foco tem de ser seguir com reformas. O Brasil pode ser a maior fronteira de investimentos do mundo”, afirmou.

Ainda no radar, um grupo de quase 200, entre os mais renomados economistas do País, assinam uma carta aberta em que pedem medidas efetivas de combate à pandemia. Entre eles, os ex-ministros da Fazenda Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira, Maílson da Nóbrega e Ruben Ricupero, os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga, Gustavo Loyola, Pérsio Arida, Ilan Goldfajn e Affonso Celso Pastore e ligados ao mercado financeiro, como o presidente do Credit Suisse, José Olympio Pereira, e o conselheiro do Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles.

O manifesto será enviado nos próximos dias aos líderes dos três poderes: o presidente da República, Jair Bolsonaro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e o da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Ao chamar a situação social de “desoladora”, os especialistas detalham perspectivas de agravamento das condições econômicas do País. Dizem que a piora da perspectiva não se dá por ausência de recursos, mas pela falta de prioridade à vacinação. Pedem e detalham alternativas a quatro pontos: aceleração do ritmo de vacinação; incentivo ao uso e distribuição de máscaras; implementação de medidas de distanciamento social locais, com coordenação nacional; e criação de mecanismo de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional.

Já em entrevista ao jornal Valor, a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, Empreendedorismo e Artesanato, Antonia Tallarida, afirmou que a nova fase do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), a ser deflagrada em meados deste ano, deverá contar com cerca de R$ 16 bilhões. Em 2020, o valor foi de R$ 18 bilhões.

5. Radar corporativo

No radar de resultados, a Eletrobras registrou um lucro líquido de R$ 1,269 bilhão no quarto trimestre de 2020, queda de 44% na comparação com os R$ 2,273 bilhões apurados no mesmo intervalo de 2019, conforme valores reapresentados pela companhia seguindo orientação dos órgãos reguladores.

O conselho de administração da Eletrobras ainda vai submeter à Assembleia Geral Ordinária de acionistas a proposta de pagamento de dividendos no valor de R$ 1,507 bilhão, relativos ao exercício de 2020. O valor inclui os dividendos obrigatórios de 25% e considerarão a data base de 31 de dezembro de 2020.

A Lupatech informou que registrou resultado líquido de R$ 20,578 milhões em 2020, após prejuízo de R$ 26,178 milhões reportado em 2019. Nas demonstrações trimestrais, depois de relatar prejuízos seguidos: no primeiro trimestre de 2020 (-R$ 63,872 milhões), no segundo trimestre (-R$ 30,612 milhões), e no terceiro trimestre (-R$ 22,338 milhões), a empresa reportou resultado líquido de R$ 137,39 milhões no quarto trimestre de 2020.

A Moody’s elevou o rating da Gerdau para Baa3 com perspectiva estável, enquanto a Even pagará R$ 116,86 milhões em dividendos. Já o GPA informou na sexta-feira que Jorge Faiçal, hoje diretor multivarejo, assumiu como diretor-presidente, no lugar de Christophe Hidalgo, que ocupou o cargo interinamente. Além disso, Guillaume Gras assume como vice-presidente de finanças e Isabela Cadenassi volta a ser diretora de relações com investidores, após licença maternidade.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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