Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Mesmo sem definição sobre Brexit, bolsas e futuros de NY operam em alta; no Brasil, foco segue com disputa no PSL, enquanto Bolsonaro está no Japão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os investidores começam a semana atentos aos desdobramentos da saída do Reino Unido da União Europeia e aos avanços nas negociações comerciais entre EUA e China. No Brasil, o foco ficará por conta da última etapa da votação da reforma da Previdência no Senado e ao IPCA-15, ambos previstos para amanhã. Destaque ainda para o inicio da safra de resultados corporativos no Brasil, com destaque para Vale e Petrobras, na quarta-feira.

Hoje, os mercados operam predominantemente em alta, mesmo a continuidade das incertezas em relação à saída do Reino Unido da União Europeia seguem. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi obrigado a pedir um adiamento de prazo para o Brexit, após o Parlamento britânico adiar, sábado, votação que poderia acatar os termos do acordo estabelecido na quinta-feira com a União Europeia.

Na agenda econômica, sem indicadores internacionais relevantes, os investidores devem se guiar, no Brasil, pelo boletim Focus, que reduziu a previsão de inflação, e pelo cenário político. O presidente Jair Bolsonaro, ao chegar no Japão, disse que “o bem vencerá o mal”, em referência à disputa interna dentro do seu partido, o PSL.

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A cúpula do partido do presidente, liderada por Luciano Bivar, afirmou que passará a atuar de forma independente, o que significa contraria o governo em alguns casos em votações no Congresso.

Confira os destaques desta segunda-feira:

1. Bolsas Internacionais

Os índices futuros de Nova York operam em alta nesta manhã, com os investidores monitorando o desenvolvimento das conversas entre os governos dos Estados Unidos e da China em relação à chegada de um acordo para a assinatura da primeira fase do acordo comercial entre as dias maiores economias globais.

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O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, disse que Pequim trabalharia com os EUA para resolver as preocupações comerciais um do outro, reporta a CNBC. O principal negociador da China nas negociações comerciais também disse que interromper a guerra comercial seria bom para os dois países – assim como para a economia global.

Já o presidente dos EUA, Donald Trump, tem dito que espera assinar um acordo comercial entre os EUA e a China durante as reuniões, no Chile, entre os dias 16 e 17 de novembro, da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).

Na Europa, as bolsas operaram entre perdas e ganhos, durante a madrugada, mas se estabeleceram predominantemente em alta no início desta manhã, mesmo após a novela do Brexit não ter sido encerrada.

O Parlamento britânico adiou a votação, no sábado, que poderia acatar os termos do acordo estabelecido na quinta-feira com a União Europeia. Dessa forma, entrou em vigor, automaticamente, um mecanismo aprovado pelos parlamentares britânicos que impede uma saída da UE sem acordo.

A extensão do prazo para um Brexit, porém, depende da aprovação de líderes europeus. Mesmo assim, o governo britânico insiste em manter o Brexit. “Vamos sair em 31 de outubro. Temos os meios e a capacidade para fazê-los”, disse o ministro Michael Gove.

O jornal Sunday Times destacou que a UE aguarda o resultado da votação adiada pelos parlamentares ingleses, que deve ocorrer hoje, para se posicionar sobre um eventual adiamento do Brexit.

Já a CNBC acrescenta que os líderes dos 27 países da UE consideram a extensão do prazo para o Brexit, enquanto Johnson luta para colocar seu novo acordo em votação em Westminster.

Na Ásia, as bolsas fecharam, em sua maioria, com leves altas, com os investidores aguardando os desdobramentos do Brexit e das negociações comerciais sino-americanas.

Entre as commodities, os preços do petróleo operam em queda, diante das incertezas quanto à demanda global, enquanto os futuros do minério de ferro fecharam em queda em Dalian.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h17 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,23%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,30%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,13%

*DAX (Alemanha), +0,75%
*FTSE (Reino Unido), +0,20%
*CAC-40 (França), +0,16%
*FTSE MIB (Itália), +0,47%

*Hang Seng (Hong Kong), +0,02% (fechado)
*Xangai (China), +0,05% (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,25% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,76%, a US$ 53,37 o barril
*Petróleo Brent, -0,98%, a US$ 58,84 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 0,41%, cotados a 611,50 iuanes, equivalentes a US$ 86,50 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0688 (-0,16%)

*Bitcoin, US$ 8.24068, +3,16%
R$ 33.912, +2,18% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda Econômica

Sem indicadores internacionais relevantes, o mercado monitora a publicação do Boletim Focus do Banco Central.

As instituições financeiras reduziram, pela 11ª vez seguida, a estimativa para a inflação este ano. Segundo pesquisa do Banco Central (BC) feita ao mercado financeiro, a previsão para a inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, desta vez passou de 3,28% para 3,26% em 2019.

Para 2020, a estimativa caiu de 3,73% para 3,66%, na quarta redução seguida. A previsão para os anos seguintes não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50%, em 2022.

A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – foi ajustada de 0,87% para 0,88% em 2019.

Ainda na agenda, o Ministério da Economia publica os dados semanais da balança comercial, às 15h00.

3. Bolsonaro e PSL

O presidente Jair Bolsonaro chegou nesta manhã à Tóquio, no Japão, onde participa da cerimônia de entronização do imperador Nahurito. Nos próximos dez dias, ele tem programados compromissos diplomáticos na China, nos Emirados Árabes, no Catar e na Arábia Saudita. Essa é a viagem internacional mais longa do presidente desde o início do mandato, com foco em uma agenda econômica.

A jornalistas, Bolsonaro comentou que “o bem vencerá o mal”, em relação à crise interna do seu partido, o PSL. A resposta é uma reação da intenção da cúpula da sigla de passar a atuar de forma independente, o que significa contraria o governo em alguns casos em votações no Congresso.

O presidente afirmou ainda que a Amazônia está aberta e tem que ser explorada “de forma racional”. “A Amazônia interessa ao mundo todo, está aberta. Tem ser explorada, é nossa a Amazônia, não abro mão disso”, disse.

Ainda em relação à briga interna do PSL, a deputada Joice Hasselmann, ex-líder do governo no Congresso, e o deputado Eduardo Bolsonaro trocaram ofensas pelas redes sociais. Eduardo fez piada com uma montagem de uma nota de três reais com o rosto da ex-aliada, condenando a críticas dela ao presidente.

Pelo Twitter, Joice respondeu afirmando que “não tem medo da milícia, nem de robôs”, acrescentando saber quem são os seguidores do presidente e “o que eles fizeram no verão passado”. “Meus seguidores são de verdade, orgânicos”, escreveu.

O jornal O Estado de S.Paulo destacou que a crise entre o presidente e o PSL implodiu o único apoio fiel dentro do governo. Segundo levantamento do jornal, 99% dos parlamentares deram apoio ao governo no Congresso, acima do DEM e Novo, com 94%.

4. Previdência

Oito meses depois de chegar ao Congresso, o texto principal da reforma da Previdência (PEC 6/2019) deve ter sua votação final amanhã, dia em que o plenário do Senado deverá analisar a matéria em segundo turno. Para que seja aprovado e siga para promulgação, o projeto precisa alcançar o mínimo de 49 votos favoráveis.

Entre outros pontos, o texto aumenta o tempo para trabalhadores terem direito à aposentaria, eleva as alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS (hoje em R$ 5.839) e estabelece regras de transição para os atuais assalariados. Com essa proposta, a economia está estimada em R$ 800 bilhões em 10 anos.

Antes de ser votada em plenário, no mesmo dia, às 11h, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai votar o parecer do relator do texto, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), sobre nove emendas de redação apresentadas após a votação da reforma em primeiro turno.

A conclusão da votação do texto principal da reforma da Previdência avança em parte, mas não encerra a discussão sobre o tema no Congresso. Vários pontos polêmicos considerados importantes, mas que não têm consenso no Senado e na Câmara, integram uma proposta de emenda paralela à Constituição (PEC 133/19).

Para que o assunto continue em discussão, Tasso apresentará o relatório sobre essa proposta na próxima quarta-feira (23), na Comissão de Constituição (CCJ) do Senado.

Segundo a Folha, o Ministério da Economia aguarda a conclusão da tramitação da reforma da Previdência no Congresso para avaliar a possibilidade de persistir no debate sobre a criação do regime de capitalização.

5. Noticiário Corporativo

A Yduqs, antiga Estácio, fechou a compra da participação da Adtalem Brasil Holding, décimo maior grupo de ensino privado do País, com 102 mil alunos matriculados, 20 campi e mais de 180 polos de EAD – detentora das marcas Ibmec, Wyden, Damásio Educacional, SJT Med e Clio. A transação consiste na compra de 100% das ações da Adtalem pelo valor de R$ 1,92 bilhão, acrescido da posição líquida pro forma do caixa da Adtalem de R$305 milhões.

“O pagamento do valor total será realizado à vista na data de fechamento. O valor da Transação contempla um mecanismo de locked-box em que todo o caixa gerado pelas operações da Adtalem entre 30 de junho de 2019 até a data fechamento permanecerá no caixa da companhia adquirida. O preço da transação será pago com recursos próprios e financiamentos”, afirmou a Yduqy, em fato relevante publicado nesta madrugada.

A polícia do Brasil acredita que graduados executivos e gerentes da Vale deliberadamente se protegeram de informações que poderiam incriminá-los sobre o estado de uma barragem da empresa que ruiu em janeiro, a fim de evitar problemas, segundo uma cópia de um inquérito policial obtido pelo Wall Street Journal.

A Petrobras negocia com parceiros um potencial consórcio para fazer ofertas por blocos em leilão do pré-sal, afirmou o CEO da companhia, Roberto Castello Branco, sem fornecer maiores detalhes. Segundo ele, o leilão no próximo mês de blocos do pré-sal é fundamental para os planos de crescimento de sua empresa. ExxonMobil, Royal Dutch Shell e BP, além da própria Petrobras, estão registradas para participar da disputa, marcada para 6 de novembro.

O Grupo Pão de Açúcar informou, por meio de fato relevante, que sua controlada Sendas Distribuidora publicou na Colômbia o primeiro aviso de oferta pública de aquisição (OPA) de até 100% das ações de emissão do Almacenes Éxito S.A.. Após a liquidação da OPA, o GPA iniciará os procedimentos de migração para o Novo Mercado da B3. O preço da OPA será de 18.000 pesos colombianos por ação.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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