Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Bolsas mundiais sobem com esperanças renovadas por estímulos e por vacina; Maia e Guedes reforçam defesa do teto e mais destaques

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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As bolsas mundiais abriram em tendência de alta nesta segunda-feira, com esperanças de que dois acontecimentos importantes para os mercados podem se concretizar em um futuro não tão distante: a aprovação de um novo pacote de estímulo nos Estados Unidos contra o novo coronavírus e o desenvolvimento de uma vacina para combater o vírus.

Mas a aceleração de propagação da covid-19 nos Estados Unidos e na Europa, além da dificuldade de o Reino Unido aprovar um acordo comercial com a União Europeia, mantêm os investidores em alerta.

No Brasil, os índices de homicídios voltaram a aumentar, em 7% no primeiro semestre 2020, mesmo com a crise do coronavírus.

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Na sexta-feira (16) e no sábado (17), o ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) falaram a investidores em evento organizado pela XP Investimentos. Ambos se comprometeram com manter os gastos dentro do teto. Nenhum dos dois mencionou um plano sobre como financiar um programa substituto do Bolsa Família e do auxílio emergencial. Guedes afirmou que seria preferível manter o programa como está a estourar o teto.

No cenário corporativo, o Credit Suisse diz esperar resultados melhores dos bancos no terceiro trimestre. A sessão também marca o vencimento de opções sobre ações, o que pode causar volatilidade para o Ibovespa.

1.Bolsas mundiais

A maior parte das bolsas mundiais sobe nesta segunda. No domingo (18), a democrata Nancy Pelosi, presidente do Congresso americano, afirmou que, mesmo com as diferenças, ela estaria otimista quanto à probabilidade de aprovar junto ao governo Trump um pacote de estímulo antes das eleições, marcadas para 3 de novembro. A fala alimentou expectativas positivas dos mercados, que abriram em alta.

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Há duas semanas, Trump afirmou por meio do Twitter que as negociações haviam cessado. Mas, desde então, sua gestão mudou de tom, e apresentou o esboço de um pacote, no valor de US$ 1,8 trilhão que, no entanto, não tem avançado. Inicialmente, democratas e o governo republicano concordaram em alguns pontos, como conceder um auxílio de US$ 1.200, mas discordaram em outros temas, como: financiamento de auxílio em níveis estadual e local, seguro desemprego e seguridade infantil. Representantes do próprio partido Republicano no Senado também têm ressalvas à oferta, que consideram alta demais. Mesmo assim, os sinais da democrata no domingo animaram os mercados.

Os futuros do S&P 500 sobem 0,74%, enquanto os do Dow Jones sobem 0,62%. Os futuros da Nasdaq sobem 1,02%.

No sábado (17), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que as conversas com a União Europeia tinham chegado ao fim. Como o acordo comercial em vigência expira neste ano, o Reino Unido deveria se preparar para comercializar com o bloco europeu sem nenhum novo entendimento, a partir de primeiro de janeiro, disse o líder.

Apesar disso, as negociações devem continuar nesta segunda-feira, o que alimenta alguma expectativa de que um acordo seja alcançado. Essas negociações não serão, no entanto, presenciais, como previsto inicialmente.

Na Europa, o índice Euro Stoxx sobe 0,36%. O CAC, de Paris, sobe 0,82% e o FTSE MIB, da Itália, sobe 0,28%, enquanto o FTSE 100, de Londres, cai 0,15%. O DAX, da Alemanha, sobe 0,02%.

Os mercados mundiais acompanham, no entanto, com cautela a alta de casos de covid-19 em importantes economias.

De acordo com uma análise da rede de mídia CNBC a partir de dados coletados pela Universidade Johns Hopkins, os novos casos de Covid-19 estavam crescendo em cerca de 5% ou mais em mais de 38 dos 48 estados americanos na sexta-feira (18). Na comparação semanal, o número de novos casos cresceu mais de 16%, para mais de 55 mil casos.

A título de comparação, o jornal norte americano The New York Times registrou o maior número de novos casos de covid-19 nos Estados Unidos em 16 de julho. Foram 75.682. O menor nível desde aquela marca foi atingido no dia 7 de setembro, com a marca de 25.166 novas infecções. Mas os números têm subido, e no dia 16 de outubro o jornal registrou 70.451, voltando a aproximar-se do recorde.

Na Europa, o número de novas infecções pelo coronavírus cresceu para cerca de 97 mil por dia. É uma alta de 44% em comparação com a semana anterior. Na semana passada, Paris voltou a implementar toque de recolher, e Londres restringiu reuniões de pessoas que não vivam na mesma residência.

Apenas na Itália, mais de 11 mil novos casos foram reportados no domingo (18). Nesta segunda, o país anunciou novas medidas para impedir a propagação do vírus, inclusive restringindo os horários de funcionamento de restaurantes e limitando reuniões públicas.

Na Ásia, os mercados subiram, ainda que com certa cautela, acompanhando dados da China. O PIB do terceiro trimestre cresceu 4,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pelo governo. O patamar está abaixo, no entanto, da expectativa, de alta de 5,2% para o período.

No Japão, o índice Nikkei fechou com alta de 1,11%; em Hong Kong, o Índice Hang Seng subiu 0,64%; na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 0,22%. Mas na China, o índice Shanghai caiu 0,71%.

Veja o desempenho dos mercados às 7h20 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,74%
*Nasdaq Futuro (EUA), +1,02%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,62%
Europa
*Dax (Alemanha), +0,02%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,15%
*CAC 40 (França), +0,82%
*FTSE MIB (Itália), +0,28%

Ásia
*Nikkei (Japão), +1,11% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,64% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,22% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,71% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -0,66%, a US$ 40,61 o barril
*Petróleo Brent, -0,7%, a US$ 42,63 o barril
*Bitcoin, US$ 11.459,70, +0,36%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em baixa de 2,17%, cotados a 781 iuanes, equivalente hoje a US$ 116,77 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,69

2. Agenda de indicadores

Nesta segunda, o mercado repercute a divulgação semanal do índice de inflação IPC Fipe, às 5h, com alta de 1,05%.

Às 6h, o gabinete estatístico europeu divulgou dados sobre a produção na construção, que recuou 0,9% na zona do euro e 1,5% na União Europeia em agosto comparado com o mesmo mês do ano anterior. Mas, na comparação com julho, o indicador subiu 2,6% na zona do euro e 2,4% na União Europeia.

O Banco Central divulgou o Boletim Focus, com a expectativa de economistas para importantes índices, como inflação e PIB. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 2,47% para 2,65% neste ano, na 10ª correção semanal para cima. Para o ano que vem, a projeção se manteve em 3,02%.

A projeção é de que Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tenha queda de 5% neste ano, ante expectativa de 5,03% na semana passada.

Às 11h, o governo americano divulga informações sobre o mercado habitacional. Às 15h, o governo brasileiro divulga dados da balança comercial semanal.

Às 22h30, o governo da China divulga dados sobre os preços de novas casas no país.

Ainda na agenda do mercado, presidentes do Fed, Jerome Powell, e do BCE, Christine Lagarde, falam em painel do FMI.

3. Alta de homicídios durante a pandemia

No Brasil, o noticiário amanhece com dados sobre crimes violentos relativos a 2019 e primeiro semestre de 2020, divulgados pela manhã pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em seu Anuário.

O documento indica que 2019 registrou 47.773 homicídios, uma queda de 17,7% em relação a 2018. Mas o primeiro semestre de 2020 foram registrados 25.712 homicídios no Brasil, alta de 7,1% em relação ao mesmo período de 2019. A alta ocorreu mesmo com a desaceleração da economia e a menor mobilidade das pessoas em decorrência da pandemia de covid-19.

O Anuário também destaca as mortes causadas por intervenção policial. Foram 6.357 homicídios nesta categoria em 2019, o sexto ano consecutivo de alta. Desta forma, as polícias responderam por ao menos 13,3% de todas as mortes no Brasil em 2019. Destas vítimas, 99% eram homens, 79,1% negros, e 74,3% jovens.

4. Falas de Guedes e Maia

Na sexta-feira (16) o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em videoconferência organizada pela XP investimentos que “é completamente indesculpável usar uma doença em queda para pedir estímulo artificial à economia. Isso é uma fraude. Isso é falso. Isso é ruim. É política ruim. Isso estaria comprometendo futuras gerações por um ato covarde”.

Ele afirmou que o governo está comprometido em honrar as imposições do teto de gastos. E que é preferível manter o programa Bolsa Família do jeito que está, em nome da responsabilidade fiscal. O governo e o Congresso vêm discutindo formas de criar um novo programa de transferência de renda que substitua o Bolsa Família e o auxílio emergencial. Ele vem sendo chamado provisoriamente de Renda Cidadã, mas há temor de que a medida levaria a descontrole de gastos.

Aos investidores, Guedes afirmou na sexta-feira: “Tudo indica que a doença está perdendo espaço, temos três ou quatro meses mais. Ao final do ano, estamos buscando um pouso suave desses repasses emergenciais. O presidente disse: ‘se você não encontrar espaço sem um movimento populista, voltaremos ao Bolsa Família’. Melhor do que fazer um movimento maluco e fiscalmente irresponsável”.

No mesmo evento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou no sábado que não há espaço para discutir a prorrogação do estado de calamidade pública ou o Orçamento de Guerra, medidas aprovadas para lidar com a crise da covid. Ele disse que a pandemia e a estrutura para lidar com ela têm “prazo para acabar, em 31 de dezembro de 2020”. Sob o estado de calamidade, o governo fica desobrigado a observar a meta do resultado primário. Ele afirmou que há espaço para viabilizar um novo programa de renda sem estourar o teto de gastos.

“O nosso problema não está em descobrir receita e sim organizar as despesas. Tem políticas públicas que estão mal alocadas, o abono salarial, o seguro defesa… Tem 17 ou 18 itens onde podemos encontrar os R$ 30 bilhões para completar o que é necessário para construir um novo programa [de renda]”, disse.
O ministro Guedes também afirmou que não desistiu da ideia de criar um novo imposto sobre transações digitais, frequentemente comparado à antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), como forma de viabilizar uma ampla desoneração da folha de pagamentos.

5. Radar corporativo

A CCR reportou queda de tráfego na semana iniciada em 9 de outubro, com queda de 4% na mesma semana do ano anterior. O tráfego de passageiros na mobilidade urbana e em concessões de aeroportos caiu 55%.

O Credit Suisse afirmou que espera que os resultados dos bancos brasileiros melhorem no terceiro trimestre de 2020, em comparação com um primeiro trimestre fraco.

Mas afirmou que espera que a Vivo tenha um terceiro trimestre mais fraco, com queda de 4% do lucro Ebitda em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O Bradesco BBI manteve recomendação para ações de Localiza, Unidas e Movida em outperform (com performance acima da média do mercado). O Itaú BBA afirmou que a performance da indústria de aço se manteve forte em setembro.

O jornal Valor traz como reportagem de capa a informação de que, depois de 6 meses, o BNDES ainda não liberou nenhum valor relativo ao pacote de R$ 6 bilhões prometidos às companhias aéreas brasileiras. Latam, Gol e Azul poderiam ficar cada uma com R$ 2 bilhões de empréstimo, que seria financiado em até 60% por meio do BNDES. Outros 10% viriam de bancos comerciais, e o restante por meio de investidores, com a compra de debêntures e bônus de subscrição.

De acordo com o jornal, o BNDES não pretendia autorizar o uso do dinheiro para pagar dívidas ou comprar aviões, exigências que desagradaram as companhias aéreas. Desde então, as companhias lidaram com a crise sem acessar o valor prometido pelo BNDES. Gol e Azul ajustaram despesas e formaram caixa para lidar com a crise. E a Latam pediu recuperação judicial nos Estados Unidos.
A oferta de crédito foi anunciada no final de março, quando a pandemia do novo coronavírus se intensificou no Brasil, e seu prazo vai até dezembro. Segundo o jornal, o modelo do acordo de empréstimo é considerado pouco atraente pelo mercado, o que torna a operação para financiá-lo “inexequível”.

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