Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Investidores monitoram polarização política no Brasil com Lula solto, em meio à renúncia de Morales na Bolívia; no exterior, seguem as incertezas comerciais

Equipe InfoMoney

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Os investidores devem monitorar o acirramento das tensões políticas após a libertação do ex-presidente Lula que, em discurso a militantes no sábado, sinalizou mirar as eleições de 2022 e atacou o presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele deveria “governar para o povo brasileiro e não para milicianos”.

Em resposta, Bolsonaro usou as redes sociais e pediu aos seus simpatizantes que não deem “munição ao canalha, que momentaneamente está livre”, em crítica direta ao petista. O presidente afirmou ainda sobre Lula que ele “está solto, mas continua com todos os crimes nas costas”. “Não vamos dar espaço nem contemporizar com um presidiário”, disse.

O acirramento político no Brasil acontece em meio à renúncia do presidente da Bolívia, Evo Morales, Sob pressão das Forças Armadas e de intensos protestos nas ruas, ele deixou o poder após 13 anos, afirmando ter sido vítima de “um golpe cívico, político e policial”. Morales afirmou ainda que a polícia tinha um mandado ilegal para prendê-lo.

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No exterior, os mercados operam em baixa após o presidente Donald Trump rechaçar que teria concordado em reverter as tarifas a bens chineses, como sugerido por um representante do Ministério do Comércio da China semana passada. “Eles gostariam de ter uma reversão, mas não concordei com nada”, disse a repórteres na sexta-feira.

Confira os destaques desta segunda-feira:

1. Bolsas Internacionais

Os investidores seguem acompanhando o desenrolar das negociações entre EUA e China, após o revés no otimismo com Trump desmentindo sobre a reversão das tarifas já impostas dentro da guerra comercial.

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Essa revisão é dos desejos de Pequim para fechar a primeira fase do acordo comercial entre as duas maiores economias globais, porém a possibilidade enfrenta oposição interna na Casa Branca e de consultores externos, diz a Reuters.

Nos Estados Unidos, o feriado do Dia dos Veteranos reduz a liquidez, mas os mercados acionários estão abertos. Por lá, a semana marca o encerramento da safra de resultados corporativos, com destaque para os resultados de Walmart e Cisco.

Até o momento, nesta temporada, das 435 empresas do S&P 500 que divulgaram resultado, 73% delas superaram as estimativas de ganhos e 57% de vendas, de acordo com o The Earnings Scout, cita a CNBC.

No front externo, o cenário é contaminado ainda pelo aumento das tensões políticas em Hong Kong. Manifestantes ficaram feridos depois que a polícia local abriu fogo contra um grupo, enquanto no final de semana três parlamentares pró-democracia foram presos.

Entre os indicadores na Ásia, destaque para a inflação ao consumidor da China que decolou em outubro ao nível mais alto em mais de sete anos, aquecida por uma disparada contínua dos preços de carne de porco.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 3,8% em outubro em relação a igual mês do ano passado, comparado com um aumento de 3,0% em setembro.

A principal leitura da inflação ficou mais alta que a mediana das projeções de economistas consultados pelo Wall Street Journal, de aumento de 3,5%.

Na Europa, o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido cresceu 0,3% no terceiro trimestre ante o trimestre anterior. Analistas consultados pela FactSet previam alta um pouco maior, de 0,4%.

Com o avanço, porém, a economia britânica evitou cair numa recessão, uma vez que havia encolhido 0,2% no segundo trimestre ante os três meses anteriores. Na comparação anual, o PIB do Reino Unido teve expansão de 1% entre julho e setembro, a mais fraca desde o primeiro trimestre de 2010.

Entre as commodities, o preço do minério de ferro recuava 2,3% nos contratos futuros de Dalian. O petróleo também opera em baixa, em meio aos receios de excesso de oferta.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h17 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,35%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,46%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,38%

*DAX (Alemanha), -0,33%
*FTSE (Reino Unido), -0,49%
*CAC-40 (França), +0,03%
*FTSE MIB (Itália), -0,42%

*Hang Seng (Hong Kong), -2,62% (fechado)
*Xangai (China), -1,83 (fechado)
*Nikkei (Japão), -0,26% (fechado)

*Petróleo WTI, -1,28%, a US$ 56,51 o barril
*Petróleo Brent, -1,07%, a US$ 61,84 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com queda de 2,39%, cotados a 591,50 iuanes, equivalentes a US$ 84,44 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0043 (+0,13%)

*Bitcoin, US$ 8.722,12, -1,68%

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2. Polarização

O clima de polarização voltou ao País, ganhando força com as primeiras manifestações do ex-presidente Lula após sair da prisão na última sexta-feira, libertado após ser beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em discurso no sábado, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), Lula fez duras críticas contra o governo de Jair Bolsonaro, o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. O ex-presidente ainda voltou a criticar seus principais adversários, incluindo o ministro da Economia, Paulo Guedes, e Bolsonaro.

Já o presidente Bolsonaro reagiu no sábado às criticas chamando Lula de “canalha” indiretamente no Twitter e respondendo que o petista seguia com “todos os crimes nas costas”. Além disso, ontem, em meio à uma série de postagens sobre ações positivas de seu governo afirmou que as “oscilações (da bolsa de valores) ocorreram devido a soltura de corruptos presos.”

Alvo de críticas de Lula, o ministro Sergio Moro lamentou a decisão do STF de mudança no entendimento sobre prisão em segunda instância e afirmou: “a resposta aos avanços efêmeros de criminosos não pode ser a frustração, mas, sim, a reação, com a votação e aprovação no Congresso das PECs para permitir a execução em segunda instância e do pacote anticrime”, escreveu em rede social.

Sobre a crise na Bolívia, Bolsonaro se pronunciou sobre a renúncia de Evo Morales. Segundo a publicação de Bolsonaro nas redes sociais, a lição que fica para os brasileiros é a necessidade de votos que possam ser auditados. Para o presidente, o voto impresso “é sinal de clareza para o Brasil!”

3. Bolívia

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou, em um pronunciamento transmitido a partir da cidade de Cochabamba, sua renúncia ao cargo, em meio à escalada dos protestos que se seguiram à eleição de 20 de outubro no país. Ao lado de Morales, o vice-presidente Alvaro García Linera também anunciou que deixa seu posto.

“Queremos preservar a vida dos bolivianos”, disse Morales no pronunciamento. Ele disse que decidiu deixar o cargo “para que não continuem maltratando parentes de líderes sindicais, prejudicando a gente mais humilde. Estou renunciando e lamento muito esse golpe”.

Imagens de TV mostraram oposicionistas comemorando nas ruas de La Paz. A pressão sobre Morales aumentou depois que o comandante das Forças Armadas bolivianas, William Kaiman, sugeriu, na tarde deste domingo, que Morales renunciasse para permitir a “pacificação e a manutenção da estabilidade, pelo bem da nossa Bolívia”.

Mais cedo, Morales havia anunciado a realização de novas eleições e a substituição dos integrantes do Tribunal Superior Eleitoral boliviano, mas não conseguiu melhorar os ânimos dos adversários. Na ocasião, ele disse que sua “principal missão é proteger a vida, preservar a paz, a justiça social e a unidade de toda a comunidade boliviana”.

4. Economia

Na economia, o governo lança hoje um pacote para estimular a geração de empregos, durante cerimônia no Palácio do Planalto, às 17h00. O novo programa, com foco nos jovens de 18 a 29 anos e nos trabalhadores acima dos 55 anos, prevê a redução de encargos para os empregadores.

Segundo o Estadão, o programa deverá ser criado por meio de medida provisória, que passa a valer imediatamente, mas precisa do crivo do Congresso. Pelas regras, as empresas não pagarão a contribuição patronal ao INSS (d 20% sobre a folha), as alíquotas do Sistema S, do salário-educação e do Incra.

Além disso, a contribuição ao FGTS cairá de 8% para 2%, enquanto o valor da multa será de 20% sobre o saldo em caso de demissão sem justa causa, ante 40% para outros contratos.

Entre os indicadores, a Fipe publicou hoje que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,27% na primeira quadrissemana de novembro, ganhando força em relação à alta de 0,16% observada no fechamento de outubro.

Destaque ainda para a divulgação do Boletim Focus, às 8h30, com a atualização das projeções do mercado.

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo traz a recompra de até 4,9 milhões de ações aprovada pelo Conselho da IMC, enquanto a Marisa contratou bancos para potencial oferta de ações e a BR Properties define oferta de ações de até R$ 996 milhões. No radar de recomendações, Locamerica teve a recomendação reduzida para marketperform pelo BB Investimentos.

No radar de balanços, Alpargatas lucrou R$ 58,5 milhões, a Tecnisa teve prejuízo de R$ 52,1 milhões. A safra de resultados corporativos ingressa em sua última semana com as divulgações hoje dos balanços da Eletrobras, BR Distribuidora, Marfrig, Cosan, Yduqs, Rumo, Sanepar, CPFL, São Martinho, Enauta e Biotoscana.

Ainda no radar de empresas, a Hapvida acertou a compra do HCP por R$ 16 milhões e a General Shopping propôs grupamento de 36 ações para 1.

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