Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Mercados globais e futuros de NY caem, diante da hesitação chinesa em buscar amplo acordo com EUA; no Brasil, Bolsonaro e Maia discutiram pré-sal e reformas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Mesmo com a alta na sessão de sexta-feira, de 1,02%, o Ibovespa encerrou a semana em queda de 2,45%, aos 102.551 pontos, interrompendo uma sequência de cinco altas. Ao mesmo tempo em que há uma preocupação em relação à desaceleração econômica americana, em meio à uma série de indicadores mais fracos, houve um aumento das apostas de que o Federal Reserve fará novo corte nos juros.

A semana começa com a previsão de uma bateria intensa de indicadores. Nos Estados Unidos, sairão os números da inflação do CPI e PPI, além do sentimento de Michigan e a ata da última reunião do Fomc, nos EUA. Na Europa, serão publicados os dados da produção industrial da Alemanha, França e Reino Unido, assim como a ata da última reunião do BCE. Já na China, investidores aguardam o PMI Caixin serviços.

Hoje, os futuros de Nova York e as bolsas mundiais operavam em queda. Segundo a Bloomberg, autoridades chinesas estariam hesitando em buscar um amplo acordo comercial com os EUA, segundo fontes. O vice-primeiro-ministro da China, Liu He, que liderará as reuniões com os EUA essa semana, não pretende incluir acordos relacionados à política industrial e subsídios de Pequim – o que é defendido pelo governo Trump.

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No Brasil, o destaque da semana é pela expectativa de possibilidade de encerramento da tramitação da reforma Previdência, com a votação em segundo no Senado, em meio à uma queda de braços por conta da disputa por recursos da cessão onerosa, no montante de R$ 106 bilhões, que serão arrecadados pelo governo, em novembro, com o leilão de óleo excedente do pré-sal.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, discutiram a partilha dos recursos do pré-sal, um novo texto para a regra de ouro e projetos para a reforma administrativa, o que inclui o fim da estabilidade para servidores.

A agenda de indicadores no Brasil essa semana conta ainda a divulgação do IPCA de setembro, que segundo dados da Bloomberg deve desacelerar para perto de zero, o que levaria o índice no ano a uma faixa próxima de 3%. Hoje, logo cedo, o mercado aguarda a atualização das projeções macroeconômicas do Boletim Focus do Banco Central e os dados de atividade, com números da Anfavea.

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No noticiário local, em entrevista ao Estadão, o presidente Jair Bolsonaro disse que não vai interferir na economia, “como Dilma, que baixou os juros na marra em 2012”, e afirmou que o ministro Paulo Guedes continua sendo o “seu posto Ipiranga”. “Não tem plano B. A economia é 100% com Guedes. Não discuto. O que transmito a ele é o anseio popular.”

Sobre o ministro do Turismo, Marcelo Antônio, denunciado no caso das candidaturas laranjas do PSL, Bolsonaro disse que ele “não chegou ao final da linha”. Enquanto isso, a Folha trouxe que depoimentos à PF e planilhas apreendidas em gráfica sugerem que o dinheiro desviado das candidaturas laranjas do PSL foi usado como caixa 2 nas companhas de Bolsonaro e Marcelo Antônio.

Confira os destaques desta segunda-feira:

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1. Bolsas Internacionais

Os mercados globais operam em queda nesta manhã, após informações da Bloomberg sobre a hesitação das autoridades chinesas em buscar um amplo acordo comercial com os Estados Unidos na rodada de negociações prevista para esta quinta-feira, dia 10, em Washington.

A intenção da China é não tocar em pontos nos quais o governo do presidente Donald Trump considera essenciais, como a reforma da política industrial chinesa e os subsídios governamentais.

O resultado das negociações desta semana será crucial para determinar se os dois lados chegarão a um acordo, o que poderia inclui a postergação de uma nova rodada de tarifas, para 30%, sobre US$ 250 bilhões em bens chineses, a partir do 15 de outubro.

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Segundo a Eurasia, há uma chance de 40% para um acordo provisório e uma possibilidade de 60% de que Trump adie os novos aumentos, cita a CNBC.

Enquanto isso, Trump enfrenta um processo de impeachment liderado pelos democratas, com informações, agora, de que um segundo delator garante ter evidências da pressão do presidente norte-americano sobre o líder ucraniano para investigar Joe Biden e seu filho.

Pelo Twitter, no final de semana, o presidente dos EUA classificou o processo de impeachment como uma fraude contra o povo americano, ressaltando que o relato do primeiro delator não chega perto da realidade.

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Na Europa, após abrirem de forma mista, as bolsas viraram para o negativo, acompanhando o movimento dos futuros de Nova York. Além da cautela diante das negociações comerciais, os investidores monitoram o Brexit.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson pediu neste domingo ao presidente francês Emmanuel Macron que “avance” para garantir um acordo para o Brexit, reiterando sua intenção de que o Reino Unido deixar a União Europeia, em 31 de outubro.

Macron, por sua vez, afirmou que a UE decidirá no final da semana se um acordo será possível com base na mais recente proposta de Johnson, que foi amplamente rejeitada em Bruxelas.

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Entre os indicadores, as encomendas às indústrias da Alemanha recuaram 0,6% em agosto na comparação com julho, com o número ficando abaixo das expectativas do mercado.

Ainda com os mercados da China e de Hong Kong fechados, as bolsas do Japão e da Coreia do Sul fecharam em queda, no compasso de espera no aguardo das novas conversas entre EUA e China.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h17 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,51%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,51%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,49%

*DAX (Alemanha), +0,02%
*FTSE (Reino Unido), -0,01%
*CAC-40 (França), -0,13%
*FTSE MIB (Itália), -0,14%

*Hang Seng (Hong Kong), (fechado por feriado)
*Xangai (China), (fechado por feriado)
*Nikkei (Japão), -0,16% (fechado)

*Petróleo WTI, +0,45%, a US$ 53,05 o barril
*Petróleo Brent, +0,34%, a US$ 58,55 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fechados por feriado.

*Bitcoin, US$ 8.010,58, -0,29%
R$ 32.055,76, -4,31% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda Econômica

No Brasil, o Banco Central divulga, às 8h25, o boletim Focus. Já o IBGE publica, às 9h00, a estimativa da safra de grãos referente a setembro.

A Anfavea informa, às 10h00, a produção mensal de automóveis de setembro. Por fim, o Ministério da Economia divulga, às 15h00, a balança comercial semanal.

Nos Estados Unidos, às 16h00, saem os dados de crédito ao consumidor. Antes, às 14h00, o mercado acompanha fala presidente do Fed, Jerome Powell.

3. Bolsonaro

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o presidente Jair Bolsonaro disse ainda que sua meta no governo é concluir as obras inacabadas deixadas por seus antecessores, mesmo que tenha que dividir os méritos com eles. “O que tenho falado ao ministros é para terminar as obras. ‘Ah, vão falar começou com a Dilma, com o Temer. Mas, se a gente não for atrás, vai virar só esqueleto (as obras)”, afirmou.

Sobre a debate da distribuição dos recursos do pré-sal, ele afirmou que essa “briga” é dos parlamentares e que as emendas impositivas estão no orçamento. Bolsonaro acrescentou, entretanto, que não adianta ser impositivo se não houve dinheiro. “Ele (Guedes) acertou lá esse modelo da cessão onerosa e quer passar uma parte, para os demais (Estados e municípios), uma parte para o governo e uma para o Parlamento.”

Sobre o ministro do Turismo, Marcelo Álvares Antônio, denunciado por uso de candidaturas laranjas, Bolsonaro disse que ele “não chegou ao final da linha”. Já a Folha traz que depoimento do ex-assessor de Álvares Antônio, Haissander Souza de Paula, que afirmou à polícia “que acha que parte dos valores […] foi usada para pagar material de campanha”.

Em uma planilha, há referência ao fornecimento de material eleitoral para a chapa de Bolsonaro com a palavra “out”, referindo-se, no entendimento dos investigadores, a pagamento “por fora”. A Folha trouxe ainda que a PF pediu a abertura de uma segunda investigação em decorrência do caso. A nova apuração, se for instaurada, não será sobre Bolsonaro, mas sobre o seu atual ministro.

Ao reagir à reportagem, o presidente escreveu, por meio do Twitter, “que a Folha avançou a todos os limites, transformou-se num panfleto ordinário às causas dos canalhas. Com mentiras já habituais, consegue descer às profundezas do esgoto”, afirmou. Já o ministro Sergio Moro disse, pelo Twitter, que a denúncia “não reflete a realidade”.

A Coluna do Estadão destacou, por sua vez, que, entre parlamentares experientes, se cristaliza a ideia de que Bolsonaro se torna viável eleitoralmente em 2022 mesmo sem a economia decolar. A tímida redução do desemprego mostra, ao menos, que o pior da crise já passou. A aprovação da reforma da Previdência, impulsionando investimentos, e o alívio nas contas públicas vão alavancar o discurso do presidente na próxima campanha.

4. Congresso

Em encontro fora da agenda, Bolsonaro discutiu no domingo a reforma administrativa, um novo texto para a regra de ouro e a partilha dos recursos do pré-sal. “O que eu pedi ao (ministro) Paulo Guedes é que ele encaminhe primeiro aquilo que trata das despesas, até porque já tem uma proposta na Câmara e no Senado. Precisamos rapidamente, ainda este ano, controlar as despesas”, afirmou Maia, diz o Estadão.

Sobre a reforma tributária, Maia afirmou que não há prazo para o governo encaminhar ao Legislativo. No entanto, até o dia 17, o novo texto sobre a regra de ouro deve ser encaminhado. Em relação ao recursos do pré-sal, Maia afirmou a Bolsonaro que a proposta da equipe econômica não tem chance de passar no Congresso, já que a cúpula defende melhorar o texto que foi aprovado pelo Senado, em discussão na Câmara, destinando 15% para Estados e 15% para municípios.

O Estadão destaca que Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, articulam uma reunião com todos os governadores para tentar acerta a divisão do dinheiro do megaleilão. O objetivo é pôr fim à disputa deflagrada entre os Estados do Norte e Nordeste, maiores contemplados pela proposta aprovada no Senado, e os das demais regiões do País, que reclamaram de terem sido “excluídos” da negociação.

5. Noticiário Corporativo

A Folha traz que o governo enterrou de vez os plano de injetar R$ 3,5 bilhões na Eletrobras para tornar a estatal mais atraente para os investidores privados. Além disso, irá adotar uma estratégia de corpo a corpo com parlamentares para angaria apoio ao projeto de lei que abrirá caminho à privatização da empresa.

A Caixa vislumbra para o início do próximo ano, possivelmente em fevereiro, para tentar executar o plano abertura de capital da Caixa Seguridade. A operação seria nos moldes da realizada pelo BB Seguridade, diz a Coluna do Broadcast. Já o Globo informa que o governo quer quebrar o monopólio da Caixa como operadora do FGTS e dar esse direito a outros bancos. Assim instituição privadas poderiam financiar com esse recursos habitação, saneamento e infraestrutura.

A Petrobras, informou que a Comisión Nacional de Valores (CNV), órgão regulador do mercado de capitais argentino, autorizou a retirada de suas ações do regime de oferta pública, dispensando a companhia de promover uma oferta pública de aquisição de ações. A saída da petroleira da bolsa argentina ocorrerá em 04 de novembro.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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