Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Índices futuros dos EUA operam com leves perdas com investidores atentos a protestos, que também marcam o Brasil: confira os destaques

Equipe InfoMoney

Um soldado da Guarda Nacional da Geórgia da 178ª Companhia de Polícia Militar de Monroe observa um protesto em Atlanta em 30 de maio de 2020. (Foto da Guarda Nacional dos EUA por Maj William Carraway)

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A intensificação dos protestos sociais em diversas partes dos Estados Unidos deve chamar a atenção dos investidores, uma vez que a crise econômica causada pela pandemia do coronavírus tem potencial de agravar essas manifestações.

No Brasil, a atenção política em Brasília se divide entre o avanço das investigações do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura fake news, o aumento dos protestos em favor da democracia, que ocorreram em paralelo com as manifestações favoráveis ao governo, e o avanço do coronavírus no país.

Entre as notícias corporativas, a Embraer divulgou nesta sexta-feira que registrou um prejuízo líquido de R$ 1,276 bilhão no primeiro trimestre do ano, ante R$ 160,8 milhões em igual período do ano passado. Já o prejuízo ajustado foi de R$ 433,6 milhões, ante R$ 229,9 milhões entre janeiro e março de 2019.

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Por sua vez, a Latam, que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos na semana passada, anunciou que registrou um prejuízo líquido de US$ 2,12 bilhões no primeiro trimestre do ano, o equivalente a R$ 11,5 bilhões. Em igual período de 2019, o prejuízo foi de US$ 60 milhões.

1. Bolsas mundiais

Os futuros dos índices de ações de Nova York operam em queda. No radar dos mercados, está a intensificação dos protestos por todo o país durante o final de semana. Já na Europa, o movimento de abertura das economias europeia contribui para que as principais Bolsas operem em alta nesta segunda-feira.

Os futuros do Dow Jones registram variação negativa de 0,17% e os do S&P 500 caem 0,22%. Ao longo do final de semana, manifestantes tomaram as ruas em grandes cidades, inclusive as proximidades da Casa Branca, para protestar pelo assassinato de George Floyd, ocorrida no último dia 25, pela polícia de Minneapolis (estado do Minnesota).

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“Acho que as pessoas estão percebendo que seus empregos talvez não voltem ou não voltem rapidamente. Tudo isso conflita com as tensões raciais”, disse, à Bloomberg, Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics.

Mais de 40 milhões de pessoas estão desempregadas nos Estados Unidos e a expectativa é que devido as consequências da pandemia do coronavírus, a taxa de desemprego possa ficar próxima a 20%.

Também no radar dos mercados, está a tensão entre EUA e China: autoridades chinesas disseram a empresas para interromperem a importação de alguns produtos agrícolas americanos, aumentando o risco de ampliar as tensões entre os dois países. Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom duro contra a China, mas não mencionou a fase 1 do acordo comercial, o que deu alívio aos mercados.

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Na Ásia, o Hang Seng Index, de Hong Kong, fechou em alta de 3,36%. Os investidores minimizaram as ameaças de Trump, que também afirmou na sexta-feira que iria alterar o tratamento dado à Hong Kong após o governo chinês anunciar uma nova lei de segurança nacional para região, antes autônoma.

Já na Europa, as Bolsas reagem de forma positiva às medidas de reabertura das principais economias da região, apesar do risco de uma segunda onda causada pelo coronavírus. A Covid-19 já infectou mais de 6,2 milhões de pessoas no mundo e causou 374.229 mortes.

O FTSE 100, de Londres, opera em alta de 1,07% e o CAC 40, de Paris, avança 1,10%.

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No mercado de commodities, o petróleo tem leve baixa, mas sustenta patamar de US$ 35; o minério de ferro mantém alta, com a tonelada do produto físico superando os US$ 100 na sexta diante de receios sobre oferta do Brasil.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h35 (horário de Brasília):

Nova York

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*S&P 500 Futuro (EUA), -0,22%

*Nasdaq Futuro (EUA), -0,44%

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,17%

Europa

*Dax (Alemanha) não opera hoje (feriado)

*FTSE 100 (Reino Unido), +1,07%

*CAC 40 (França), +1,10%

*FTSE MIB (Itália), +0,78%

Ásia

*Nikkei 225 (Japão), +0,84% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), +3,36% (fechado)

*Shanghai SE (China), +2,21% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,99%, a US$ 35,14 o barril

*Petróleo Brent, +0,21%, a US$ 37,76 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 3,22%, cotados a 752.500 iuanes, equivalente hoje a US$ 105,50 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 7,1326 (-0,05%)

2. Agenda

O Banco Central divulgou, às 8h25, o relatório Focus da semana, mostrando as principais projeções para a economia brasileira. A projeção do PIB de 2020 passou de queda de 5,89% para baixa de 6,25%, aponta Focus. Para 2020, a estimativa de crescimento de 3,50% foi mantida.

A expectativa dos economistas é de que, ao final de 2020, a Selic seja de 2,25% ao ano, mesma projeção da semana passada. As projeções para a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), caíram de 1,57% para 1,55% em 2020. Para 2021, a projeção caiu de 3,14% para 3,10%. Já a projeção para o dólar foi mantida em R$ 5,40. Para o ano que vem, a estimativa foi de R$ 5,03 para R$ 5,08.

Às 10h, a IHS Markit divulga o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil.

Já os dados da balança comercial do mês de maio serão divulgados às 15h.

Roberto Campos Neto, presidente do BC, participa entre 11h e 11h30, na audiência pública na Comissão CN-Covid19. Atenção ainda para o webinar da FGV com o Roberto Castello Branco, e executivos da BP, Shell, Chevron, Equinor e Total, às 18h.

Nos Estados Unidos, o principal indicador a ser divulgado é o PMI da indústria, às 10h45 (horário de Brasília), além do índice de emprego no setor de manufaturas.

3. Protestos nos EUA

A situação de tensão nos Estados Unidos ganha um novo capítulo. Dessa vez, com a intensificação dos protestos motivados pelo assassinato de George Floyd, um homem negro desarmado, pela polícia de Minneapolis. As manifestações por todo o país ocorrem em meio ao crescimento das mortes por Covid-19, que passaram de 100 mil no país, e o desemprego recorde.

Em Washington, os protestos de domingo se aproximaram novamente da Casa Branca, o que fez o presidente Donald Trump ser levado para o bunker. Nesta segunda-feira, Trump irá se reunir, por teleconferência, com governadores e autoridades policiais para discutir o assunto.

4. Panorama político

A atenção política em Brasília se divide entre o avanço das investigações do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura fake news, o aumento das manifestações e o avanço do coronavírus no país.

No final de semana, diversas cidades fizeram manifestações defendendo a democracia após ataques do presidente Jair Bolsonaro às instituições. Por outro lado, no domingo, o presidente esteve presente em uma manifestação, em Brasília, em que parte dos integrantes atacava o STF. O inquérito das fake news levou a uma série de buscas e apreensões que atingiram aliados bolsonaristas.

Em meio a essa tensão política, o novo coronavírus segue avançando no país. O Brasil já contabiliza 514.849 casos e 29.314 mortes causadas pela Covid-19.

5. Noticiário corporativo

As restrições de mobilidade causadas pela pandemia do coronavírus se intensificaram em meados de março, o que atingiu o resultado das empresas do setor aéreo.

A fabricante de aeronaves Embraer registrou um prejuízo líquido de R$ 1,276 bilhão no primeiro trimestre do ano, ante R$ 160,8 milhões em igual período do ano passado. Já o prejuízo ajustado foi de R$ 433,6 milhões, ante R$ 229,9 milhões entre janeiro e março de 2019.

O Ebitda ficou negativo em R$ 209,1 milhões, ante negativo em R$ 53,7 milhões no comparativo anual.

A companhia também negocia com BNDES e bancos privados um financiamento de R$ 3,3 bilhões, segundo reportagem do jornal “Valor Econômico”. Os recursos, que podem ser liberados ainda em junho, serão usados para atender demanda de jatos executivos e comerciais da empresa para os próximos meses.

Por sua vez, a Latam, que entrou com pedido de proteção de recuperação judicial nos Estados Unidos na semana passada, anunciou que registrou um prejuízo líquido de US$ 2,12 bilhões no primeiro trimestre do ano, o equivalente a R$ 11,5 bilhões. Em igual período de 2019, o prejuízo foi de US$ 60 milhões.

A maior parte desse prejuízo, segundo a empresa, foi causado por um ajuste na conta de ganhos de capital da empresa. A mudança está relacionada às perdas causadas pelo coronavírus e possuem efeito apenas contábil. A empresa não possui ações negociadas no Brasil.

Já a Cosan registrou no primeiro trimestre do ano um lucro líquido de R$ 102,2 milhões, queda de 74,2% na comparação com igual período do ano passado.

O Ebitda no período foi de R$ 1,98 bilhão, alta de 36,7%.

Fora dos balanços, a Petrobras levantou R$ 676,8 milhões com a venda de sua participação em sete campos terrestres de petróleo no Rio Grande do Norte (RN). A venda foi feita à 3R Petroleum.

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