Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Mercados operam com perdas em meio à dúvidas chinesas sobre acordo com EUA; no Brasil, Copom corta juro, mas suscita dúvidas sobre longo prazo

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Após renovar máximas, o Ibovespa pode encontrar obstáculos para seguir com sua sequência de altas no pregão desta quinta-feira. Informação da Bloomberg de que as autoridades chinesas estão lançando dúvidas sobre um acordo de longo prazo, mesmo às vésperas da assinatura da “fase um”, derrubou os futuros de Nova York e as bolsas europeias por volta das 6h30.

A notícia se acrescenta ao súbito cancelamento da cúpula de países Ásia-Pacífico, em meados de novembro, no Chile, quando existia intenção de que chineses e americanos assinassem a primeira fase do acordo. Mesmo que a causa seja a onda de protestos que se abate no país latino-americano, a decisão levanta dúvidas sobre quando e onde será que os presidentes Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping se reunirão.

No Brasil, em meio à safra de resultados, o Banco Central confirmou a redução dos juros, mas deixou dúvidas sobre o horizonte de médio e longo prazos. Adicionalmente, o Ministério Público do Rio afirmou que o porteiro que citou o nome do presidente Jair Bolsonaro em investigação sobre o assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco e de Anderson Gomes mentiu – aliviando as tensões que a notícia publicada na noite de terça-feira gerou.

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Confira os destaques desta quinta-feira:

1. Bolsas Internacionais

Os índices futuros de Nova York e as bolsas europeias foram para o terreno negativo após informação da Bloomberg de que autoridades chinesas têm dúvidas sobre a conclusão de um acordo comercial de longo prazo que poderia colocar fim à disputa comercial entre as duas maiores economias globais.

Segundo a agência, em conversas privadas com visitantes de Pequim e outros interlocutores nas últimas semanas, autoridades chinesas alertaram que não se mexerão nas questões mais espinhosas.

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“Eles continuam preocupados com a natureza impulsiva do presidente Donald Trump e com o risco que ele pode recuar até no acordo limitado que os dois lados dizem querer assinar nas próximas semanas”, acrescenta a Bloomberg.

Antes da volta de um possível impasse, os futuros de NY apontavam para um pregão com viés de alta, refletindo a decisão da véspera do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) que decidiu cortar – como esperado pela maioria do mercado – o juros em 0,25 ponto porcentual nos EUA, para um intervalo entre 1,5% e 1,75%.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que a política monetária deve se manter apropriada e que será necessário um “aumento sério” na inflação antes das taxas de juros voltarem a ser elevadas. Como a inflação americana está cronicamente abaixo da meta, a fala gera expectativa de que as taxas permaneçam baixas por um longo período.

Os investidores devem monitorar a movimentação das ações de Apple e Facebook, que divulgaram balanços, após o fechamento do pregão, reportando desempenho acima das expectativas do mercado. Entre os resultados corporativos previstos para hoje destaque para Kraft Heinz e Fiat Chrysler (FCA).

Na Ásia, os mercados fecharam de forma mista, após a China informar que a atividade fabril recuou pelo sexto mês consecutivo em outubro. O PMI (Índice de gerentes de compras) oficial chegou a 49,3 em outubro, recuando ante os 49,8 do mês anterior. Níveis abaixo de 50 significam retração da atividade.

Na Europa, os principais índices operam de forma mista, à espera do PIB e em meio ao anúncio da fusão entre FCA e a francesa PSA Peugeot Citroen, criando a quarta maior fabricante de automóveis do mundo. Os mercados locais digerem ainda os balanços de Shell, ING, BNP Paribas e Air France KLM.

Entre as commodities, o petróleo, que vinha em alta durante a madrugada, virou para queda. Já os futuros de minério fecharam em leve alta.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h21 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,39%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,28%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,38%

*DAX (Alemanha), -0,71%
*FTSE (Reino Unido), -1,01%
*CAC-40 (França), -0,69%
*FTSE MIB (Itália), -0,11
*Hang Seng (Hong Kong), +0,90% (fechado)
*Xangai (China), -0,35% (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,37% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,38%, a US$ 54,85 o barril
*Petróleo Brent, -0,26%, a US$ 60,45 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 0,65%, cotados a 620,50 iuanes, equivalentes a US$ 88,23 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0324 (-0,30%)

*Bitcoin, US$ 9.032,44, -1,78%

2. Agenda Econômica

No Brasil, às 9h00, são aguardados os números de desemprego, com PNAD Contínua, medidos pelo IBGE. Já às 10h30, o Banco Central informa o resultado fiscal consolidado e dívida líquida do setor público.

Na Europa, às 7h00, serão publicados os dados do PIB da zona do euro, assim como pelo indicadores de emprego e o índice de preços ao consumidor (CPI) na Europa.

Nos EUA, às 9h30, saem os números de pedidos de auxílio-desemprego e, às 10h45, o índice de atividade industrial ISM/Chicago.

3. Selic

A recuperação lenta da economia brasileira e os índices controlados de inflação levaram o Banco Central a promover a terceira redução consecutiva de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou corte de 0,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica da economia), de 5,5% para 5% ao ano.

Com isso, a taxa está agora em um novo piso da série histórica, iniciada em junho de 1996. Em comunicado, o BC ainda deixou margem para um novo corte de meio ponto porcentual até o fim do ano. A decisão era largamente esperada pelo mercado financeiro.

Na avaliação do Copom, as reformas econômicas têm avançado no Brasil, mas é preciso “perseverar nesse processo”. Essa foi a primeira reunião desde que as mudanças na Previdência foram aprovadas no Congresso. A expectativa do BC é de que, com o reequilíbrio das contas públicas com as reformas, a queda dos juros se consolide e a economia se recupere de forma sustentável.

O BC avaliou ainda que os indicadores de atividade reforçam a continuidade do processo de recuperação da economia, mas que “essa recuperação ocorrerá em ritmo gradual”. Na avaliação do Copom, o ambiente externo segue “relativamente favorável” para países emergentes, mas os riscos de uma desaceleração global mais intensa permanecem.

A instituição também levou em conta os índices de inflação, que estão controlados, e deixou margem para novo corte de meio ponto porcentual em dezembro, o que faria a Selic atingir 4,5%. “A consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude”, disse a instituição, em sua linguagem técnica. Para o início de 2020, porém, a sinalização é de que o corte pode ser menor ou nem mesmo ocorrer.

Para o economista Julio Cesar Barros, da Mongeral Aegon Investimentos, “a janela para juro abaixo de 4,5% ficou bem menor do que o mercado estava esperando.” O economista-chefe do Haitong Banco de Investimentos, Flávio Serrano, segue a mesma linha. “O Copom deixa claro que haverá mais uma queda de 0,5 ponto em dezembro, mas a tendência é não fazer mais nada depois disso.”

A nova taxa básica levou Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Bradesco a anunciarem cortes em diversas linhas, de empréstimo pessoal a crédito imobiliário. No entanto, o Brasil ainda tem uma das maiores taxas reais (descontada a inflação) do mundo. Levantamento do site MoneYou e da Infinity Asset mostra que o juro real do Brasil, de 1,65%, é o oitavo maior entre as 40 economias mais relevantes.

4. Bolsonaro

Na política, o Ministério Público do Rio afirmou que o porteiro que citou o nome do presidente Jair Bolsonaro em investigação sobre o assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco e de Anderson Gomes mentiu – aliviando as tensões que a notícia publicada na noite de terça-feira gerou.

Agora, a Procuradoria-Geral da República abriu inquérito para apurar se houve envolvimento indevido do nome de Bolsonaro, por conta de “falso testemunho ou denunciação caluniosa”. Além de o presidente estar em Brasília no dia do crime, a perícia dos áudios também acabou contradizendo as afirmações do porteiro em relação a Bolsonaro.

5. Noticiário Corporativo

O banco Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 6,542 bilhões no terceiro trimestre, em linha com as expectativas e 19,6% superior na comparação anual. Em comparação ao segundo trimestre, o lucro líquido recorrente avançou 1,2%. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) foi de 20,2%, queda de 0,4 p.p. na comparação trimestral, mas alta de 1,2 p.p. na anual.

O GPA reportou lucro líquido dos acionistas controladores no segmento alimentar de R$ 216 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 42,8%. De forma consolidada, o lucro somou R$ 166 milhões, representando uma expansão de 29,9%.

A Lojas Americanas registrou lucro líquido consolidado de R$ 48,2 milhões no terceiro trimestre, um desempenho 54,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

A B2W reportou uma redução de 4,9% no prejuízo do terceiro trimestre, que somou R$ 102,5 milhões. O Ebitda ajustado aumentou 15,3%, a R$ 152,3 milhões, com margem de 9,1% (+0,6 p.p.).

A Arezzo reportou lucro de R$ 39,775 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 1% frente resultado de igual intervalo de 2018. O Ebitda somou R$ 83,545 milhões (+18,1%), com margem de 18,9% (+ 1,7 p.p.).

A BR Properties reverteu prejuízo de R$ 37,104 milhões do terceiro trimestre do ano passado para lucro líquido de R$ 25,599 milhões no mesmo período deste ano.

A CESP viu seu prejuízo líquido recuar 92% no terceiro trimestre, para R$ 7,856 milhões. Já a LOG Commercial Properties teve lucro de R$ 23,096 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 114,8%.

A JBS informou que a agência de rating Standard & Poor´s (S&P) elevou a classificação da JBS para BB de BB-, com perspectiva estável.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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