Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Tensão desafia rali após China aprovar lei de segurança em Hong Kong; agenda cheia conta com PIB dos EUA e dados de emprego no Brasil

Equipe InfoMoney

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Os mercados iniciam a quinta-feira com ganhos mais modestos, repercutindo a aprovação de uma nova lei de segurança para Hong Kong, o que pode elevar a tensão entre Estados Unidos e China, e a expectativa em relação ao pacote de ajuda à Europa necessário para que os países da região consigam lidar com os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus.

No Brasil, além da temporada de balanços, o governo confirma veto ao reajuste dos servidores, medida que agrada investidores, mas era esperada. Os investidores também devem ficar de olho nos desdobramentos da mais nova crise política, dessa vez decorrente da operação da Polícia Federal autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que atingiu apoiadores do governo no inquérito envolvendo a divulgação de fakenews. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Os índices futuros dos Estados Unidos e as Bolsas europeias operam com ganhos mais modestos nesta quinta-feira, repercutindo a aprovação de uma nova lei de segurança para Hong Kong e a expectativa em relação ao pacote de ajuda à Europa.

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Nesta quinta-feira, o Legislativo da China aprovou a controversa lei de segurança nacional para Hong Kong. A medida acirra as relações com os Estados Unidos e também coloca uma dúvida sobre o papel de Hong Kong como centro financeiro da região.

O Hang Seng Index, de Hong Kong, recuou 0,72%.

Já na Europa, os investidores avaliam o pacote de estímulo que totaliza 2,4 trilhões de euros (o equivalente a US$ 2,6 trilhões) em gastos totais para combater os impactos do coronavírus na economia. Esse pacote é suportado por uma emissão de 750 bilhões de euros (aproximadamente US$ 826 bilhões) no mercado de título públicos.

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O DAX, de Frankfurt, tem pequena variação positiva de 0,08% e o FTSE 100, de Londres, sobe 0,42%.

“O fundo de recuperação envia um importante sinal político. A proposta de Macron (presidente francês) e Merkel (chancelar alemã) mostra um profundo compromisso com a Europa e aumenta a probabilidade de maior integração fiscal à frente”, avaliaram os economistas do Goldman Sachs, segundo a Bloomberg.

Já nos Estados Unidos, além das tensões comerciais com a China, os investidores estão atentos à agenda econômica. Serão conhecidos os novos dados sobre pedidos de seguro-desemprego e a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre (a leitura anterior indicou retração de 4,8%).

Os futuros do Dow Jones sobem 0,28%, mas os do S&P 500 operam perto da estabilidade.

No mercado de commodities, o minério de ferro sobe em meio a sinais preliminares de recuperação e receios com oferta do Brasil. Já o petróleo estende baixa após API sinalizar 1ª alta dos estoques em três semanas.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h25

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,08%

*Nasdaq Futuro (EUA), -0,59%

*Dow Jones Futuro (EUA), +0,28%

Europa

*Dax (Alemanha), +0,07%

*FTSE 100 (Reino Unido), +0,42%

*CAC 40 (França), +0,03%

*FTSE MIB (Itália), +0,91%

Ásia

*Nikkei 225 (Japão), +2,32% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,72% (fechado)

*Shanghai SE (China), +0,33% (fechado)

*Petróleo WTI, -1,77%, a US$ 32,23 o barril

*Petróleo Brent, -1,32%, a US$ 34,28 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 2,01%, cotados a 710.500 iuanes, equivalente hoje a US$ 99,27 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 7,1574 (-0,14%)

2. Indicadores econômicos

A agenda de divulgação de indicadores econômicos está recheada nesta quinta-feira. A principal divulgação é a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que será conhecido às 9h30. Na leitura anterior, o PIB recuou 4,8% no trimestre, já como reflexo da pandemia do novo coronavírus.

No mesmo horário será divulgado pelo Departamento de Trabalho o número de pedidos de auxílio-desempregado na semana. A expectativa é o montante chegue a 2,1 milhões, menor que os 2,438 milhões da semana anterior.

No Brasil, serão conhecidos os dados sobre a inflação medida pelo IGP-M em maio, que será divulgada pela FGV às 8h, e a taxa de desemprego de abril calculada pelo IBGE, às 9h. A estimativa é de alta a 13,3%, ante número de 12,2%. “Houve pacotes emergenciais, mas mesmo assim o aumento no desemprego será grande. É possível que o índice atinja patamares próximos ou ultrapasse a desocupação mais alta da série histórica do Brasil, que foi identificada no primeiro trimestre do ano de 2017”, explica especialista da Fipecafi, Luciana Machado.

O Banco Central BC divulga dados de crédito às 09h30.

Já o Tesouro Nacional vai divulgar os dados sobre o governo central referente ao mês de abril e acumulado do ano. O resultado do governo central deve mostrar déficit de R$ 108,4 bi em abril, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após déficit de R$ 21,2 bilhões na medição anterior. Também haverá a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) às 15h.

3. Tensão política

O tom político em Brasília sobe novamente após a operação da Polícia Federal autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que atingiu apoiadores do governo. Após reunião com ministros na noite de quarta-feira, é esperada uma reação do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, o presidente teria dito a auxiliares que o Executivo não poderia aceitar essa operação calado. Uma das medidas definidas é que a Advocacia-Geral da União (AGU) entre com um pedido de habeas corpus para impedir o depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao STF.

A sua intimação faz parte do mesmo inquérito que apura o disparo de fake news investigado pelo STF e que levou a uma onda de mandados de busca e apreensão ao longo da quarta-feira envolvendo deputados apoiadores do governo, empresários e blogueiros.

4. Veto confirmado

A lei de socorro a estados e municípios foi sancionada na quarta-feira à noite e publicada na edição desta quinta do “Diário Oficial da União”. Entre os principais vetos está o que impede o aumento do salário de servidores até o fim de 2021, que era bastante esperado pelo mercado.

Esse veto foi pedido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como contrapartida para ajudar Estados e municípios e lidar com as perdas causadas pela pandemia do coronavírus.

Na mensagem de veto, Jair Bolsonaro afirmou que o dispositivo aprovado “viola o interesse público por acarretar em alteração da economia potencial estimada”.

5.  Panorama corporativo

Apesar da incerteza causada pela pandemia do novo coronavírus, os investidores têm demonstrado apetite pelo risco, o que favorece a emissão de títulos e outros valores mobiliários pelas empresas.

Foi esse apetite por risco que garantiu à Petrobras a emissão de US$ 3,25 bilhões em títulos de dívida externos por meio da subsidiária Petrobras Global Finance B.V..

A operação foi dividida em duas operações. Um total de US$ 1,5 bilhão com vencimento em 2021 e rendimento ao investidor (yield) de 5,6% ao ano. Já uma parcela de US$ 1,75 bilhão irá vencer em 2050 com um retorno ao investidor de 6,9% ao ano.

Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, a demanda chegou a US$ 15 bilhões e fez com que a companhia suspendesse os planos para a emissão de R$ 3 bilhões em debêntures.

Já na área operacional, a estatal informou que iniciou os procedimentos para dar acessos aos demais produtores de gás no Brasil às suas unidades de processamento do insumo. A medida atende o plano do governo federal Novo Mercado de Gás, que busca atrair investidores para o setor.

Dentro da temporada de balanço, a varejista C&A registrou no primeiro trimestre do ano um prejuízo líquido de R$ 55,4 milhões, ante lucro de R$ 751 milhões nos primeiros três meses de 2019. Após a conclusão do primeiro trimestre, a C&A emitiu R$ 500 milhões em notas promissórias pelo prazo de três anos, além de R$ 350 milhões em CCBs (Cédula de Crédito Bancário) pelo prazo de um ano.

Já a Arezzo registrou lucro líquido de R$ 26 milhões no primeiro trimestre do ano, uma alta de 12% na comparação com igual período de 2019. O melhor resultado decorre da ativação de créditos tributários que geraram um efeito líquido de R$ 20 milhões.

A Rumo registrou no primeiro trimestre um prejuízo líquido de R$ 274 milhões, ante um lucro líquido de R$ 27 milhões em igual período de 2019.

Fora da temporada de balanços, o Tribunal de Contas da União (TCU) proibiu, na quarta-feira, o Banco do Brasil em fazer anúncios em sites que veiculem fakenews. A decisão atende a um pedido do Ministério Público.

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(Com Bloomberg)