Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Bolsas mundiais têm manhã instável à espera de discurso de Powell; investidores monitoram redesenho do Renda Brasil e mais destaques

Equipe InfoMoney

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As bolsas mundiais operam em queda nesta manhã, à espera de maior clareza sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos. Os futuros de Nova York e os índices das bolsas europeias estão em território negativo.

Na Ásia, a única exceção foi o mercado chinês, que subiu em meio a dados mais positivos sobre a economia local. O preço do petróleo chegou a ter alta na véspera devido à aproximação do furacão Laura ao Golfo do México; contudo, nessa sessão, o petróleo WTI registra baixa.

No Brasil, a grande preocupação diz respeito à relação entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro. Em meio a divergências sobre o Renda Brasil, ganharam força rumores de que o ministro deixaria o governo.

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No entanto, ontem o ministério divulgou uma nota reforçando que Guedes não pretende deixar o cargo. Uma nova proposta sobre o Renda Brasil deve ser formulada pela equipe de Guedes até amanhã.

E na esfera corporativa, a Petrobras aprovou venda de participação remanescente de 37,5% detida na BR Distribuidora. Já a Yduqs anunciou um prejuízo de R$ 79,5 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 194,8 milhões obtido no mesmo trimestre do ano passado.

1. Bolsas mundiais

As bolsas mundiais caem nesta manhã, enquanto os mercados aguardam a fala do presidente do Banco Central norte-americano (Fed), Jerome Powell. Ele falará sobre a política monetária do país e pode dar sinalizações sobre uma nova estratégia em relação à inflação (veja mais clicando aqui).

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Ao mesmo tempo, o preço do petróleo cai, mesmo com a chegada do furacão Laura à região do Golfo do México. O petróleo WTI perde 0,14%, a US$ 43,33 o barril, enquanto o Brent sobe 0,15%, a US$ 45,71 o barril.

Os futuros de Nova York e os índices das bolsas europeias operam em baixa. Os futuros da Dow Jones recuam 0,35%, enquanto os do S&P 500 caem 0,24%.

O mercado europeu também cai, à espera do discurso de Powell. No momento, o Euro Stoxx recua 0,40%. O FTSE 100, de Londres, cai 0,44%, enquanto o CAC, de Paris, recua 0,69%. O FTSE MIB, da bolsa de Milão, está em queda de 1,077%.

Já os mercados asiáticos operam sem direção única, depois que dados econômicos mostraram continuidade na recuperação da China. O lucro do setor industrial chinês aumentou 19,6% ante o ano passado. A alta foi de 11,5% em junho.

Na China, o Shangai SE fechou em alta de 0,61%. Já no Japão, o índice Nikkei 225 caiu 0,35%.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi recuou 1,05%, enquanto o índice Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 0,83%.

*Veja o desempenho dos mercados, às 7h04 (horário de Brasília):

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,24%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,18%
*Dow Jones Futuro (EUA),-0,35%

Europa

*Dax (Alemanha), -0,49%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,45%
*CAC 40 (França), -0,70%
*FTSE MIB (Itália), -1,09%

Ásia

*Nikkei 225 (Japão), -0,35% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,83% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,61% (fechado)

Commodities e bitcoin

*Petróleo WTI, -0,23%, a US$ 43,29 o barril
*Petróleo Brent, +0,18%, a US$ 45,72 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em queda de 0,43%, cotados a 814.500 iuanes, equivalente hoje a US$ 118,34 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,88283

*Bitcoin, US$ 11.402,28, +0,24%

2. Agenda

Além da fala do presidente do Fed, o mercado aguarda dados importantes sobre a economia dos Estados Unidos, como os pedidos de auxílio desemprego, e a segunda prévia do PIB do segundo trimestre, ambos às 9h30. A estimativa é de queda de 32,5% na comparação com o trimestre anterior em termos anualizados.

No Brasil, a FGV divulga às 8h a sondagem da indústria de agosto. Também são aguardados números de geração de emprego formal, referentes ao mês de julho. A sessão desta quinta também marca a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), por videoconferência, a partir das 15h.

3. Fritura de Guedes

O grande assunto do dia no noticiário político e econômico continuam a ser as divergências em Brasília. Após o adiamento do “Big Bang Day”, que ocorreria nesta terça-feira, começaram rumores de que o ministro da economia, Paulo Guedes, estaria passando por um processo de “fritura” por parte do presidente Jair Bolsonaro.

Depois de o presidente criticar publicamente a proposta do programa Renda Brasil, elaborada pela equipe de Guedes, a expectativa de que o ministro pedisse demissão ganhou força. Ao mesmo tempo, voltou a circular o nome do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como possível sucessor de Guedes.

No entanto, o Ministério da Economia negou que o ministro pretenda deixar o cargo. “Não procede marcação de coletiva para pedido de demissão. Ministro continua despachando normalmente. Estava em reunião com secretários de Fazenda, conforme agenda”, diz a assessoria da pasta em nota.

O ministro está preparando uma proposta alternativa ao Renda Brasil, que vai substituir o Bolsa Família. De acordo com a Folha de S.Paulo, sua equipe prepara um modelo no qual o novo benefício começaria a ser pago no ano que vem, podendo partir de R$ 220 ou R$ 230. O valor é próximo aos R$ 190 pagos hoje pelo Bolsa Famíla e inferior ao desejado por Bolsonaro, que pressiona por parcelas de ao menos R$ 300.

Como não há consenso no governo sobre os programas que seriam extintos para custear o Renda Brasil, o novo desenho de Guedes prevê que o programa comece a rodar em valor menor e os pagamentos seriam ampliados com o tempo.

Na quarta-feira, o presidente Bolsonaro declarou ter suspendido a apresentação do novo programa social. “A proposta, como a equipe econômica apareceu para mim, não será enviada ao Parlamento, não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos”, afirmou em discurso, durante cerimônia em Ipatinga (MG).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apoiou a decisão de Bolsonaro de recusar a proposta da equipe econômica para o Renda Brasil e disse que a equipe do ministro Paulo Guedes vazou a proposta antes de consultar o presidente.

Uma nova versão do programa Renda Brasil deve ser concluída até amanhã. Segundo o Estado de S.Paulo, este foi o prazo dado pelo presidente ao ministro da Economia para a apresentação de uma nova proposta.

Um novo encontro de Bolsonaro com ministros foi marcado para sexta-feira. Este é também o prazo em que o governo espera definir o valor da ampliação do auxílio emergencial, que será estendido até dezembro.

Também chamou atenção ontem a fala da assessora especial do Ministério da Economia, Vanessa Canado. Ela declarou que o tributo sobre pagamentos que está sendo analisado pelo governo, chamado de nova CPMF, não vai incidir só sobre a economia digital, mas sobre “todas as transações”. Inicialmente, existia um debate no governo de que o novo imposto poderia incidir só sobre comércio eletrônico.

4. Medidas aprovadas pela Câmara

Além disso, ontem a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória (MP) 960, que prorroga até 2021 incentivos tributários para empresas brasileiras que atuam na área de comércio exterior. Agora, o texto segue para o Senado.

A MP estende o regime chamado “drawback”, que permite a isenção de tributos às exportadoras sobre insumos importados usados na produção de mercadorias que, em seguida, serão vendidas a outros países.

Outro destaque desta quinta-feira é a notícia de aprovação de um projeto que institui nova lei de Recuperação Judicial e Falências no Brasil. O projeto foi aprovado nesta terça-feira, 25, pela Câmara dos Deputados. O texto atualiza a legislação que está em vigor desde 2005, considerada defasada pelo setor empresarial. O texto agora segue para análise do Senado.

De acordo com o texto, se autorizado pelo juiz, o devedor em recuperação judicial poderá fazer contratos de financiamento, inclusive com seus bens pessoais em garantir, para tentar salvar a empresa da falência.

5. Radar corporativo

Em relação ao mundo empresarial, um dos destaques do dia é a aprovação da venda de participação remanescente de 37,5% detida pela Petrobras na BR Distribuidora (BRDT3). Além disso, a Helbor (HBOR3) anunciou a venda de ativos por R$ 132,14 milhões.

Os investidores aguardam hoje o resultado trimestral da BrasilAgro e acompanham a teleconferência da Yduqs sobre o balanço divulgado na véspera.

A Yduqs teve um prejuízo de R$ 79,5 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 194,8 milhões obtido no mesmo trimestre do ano passado. A receita avançou 3,5% para R$ 991,1 milhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) caiu 67,5%, para R$ 111,2 milhões.

Também chama atenção o pedido do Ministério Público Federal em Minas Gerais para que a Vale (VALE3) seja condenado a pagar R$ 54 bilhões em indenizações pela tragédia de Brumadinho.

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