Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Bolsas caem com ceticismo sobre estímulos nos EUA e receios de interferência externa na eleição; confira os destaques desta quinta

Equipe InfoMoney

Mercado - ações (Foto: Getty Images)

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As bolsas europeias abriram em baixa nesta quinta-feira, à medida que a indefinição sobre um plano de estímulo para lidar com o coronavírus continua nos Estados Unidos. E os índices futuros americanos tiveram poucos ganhos, após autoridades afirmarem que os governos de Irã e Rússia estariam tomando medidas para interferir na eleição presidencial.

No Brasil, o noticiário político acompanha o desdobramento da fala de Jair Bolsonaro (sem partido) na quarta-feira no Twitter, quando o presidente desautorizou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que anunciara um acordo para comprar vacinas que serão produzidas em São Paulo pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.

1.Bolsas Mundiais

Após o fechamento dos mercados na quarta-feira, Drew Hammil, porta-voz da presidente do Congresso dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, tuitou que “a presidente e o secretário [do Tesouro Steven] Mnuchin falaram hoje às 14h30 por 48 minutos. A conversa de hoje nos coloca mais próximos de sacar a caneta e o papel e escrever a nova legislação”.

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A fala trouxe algum otimismo para os mercados, mas não foi encarada como um sinal inequívoco de que o novo acordo sai antes do dia 3 de novembro, quando as eleições americanas devem ocorrer.

O índice Eurostoxx tem queda de 0,73%; o Dax, da Alemanha, cai 0,87%; O CAC, da França, cai 0,73%; o FTSE MIB, da Itália, cai 0,7%; e o FTSE do Reino Unido cai 0,48%.

O pacote anterior, no valor de US$ 3 trilhões, foi aprovado no início da pandemia de Covid. Nas últimas semanas, o governo Trump apresentou propostas de liberar mais cerca de US$ 1,9 trilhão. A proposta mais recente de representantes do Partido Democrata, que tem maioria no Congresso, girava em torno de US$ 2,2 trilhões.

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Hammil afirmou que o governo e os democratas têm reduzido as discordâncias quanto às prioridades na área de saúde. Mas ainda é preciso negociar mais para garantir que as escolas estarão seguras.

Além disso, o diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, John Ratcliffe, afirmou em coletiva de imprensa que “Irã e Rússia tomaram ações específicas para influenciar a opinião pública em relação a nossas eleições”.

O índice S&P 500 futuro cai 0,16%; o Nasdaq Futuro, cai 0,18%; e o Dow Jones Futuro, cai 0,16%.
Ambos os países obtiveram, separadamente, informações sobre eleitores americanos. Segundo Ratcliffe, os dados podem ser usados para tentar comunicar informações falsas aos eleitores, em uma tentativa de causar confusão e caos, prejudicando a confiança na democracia americana.

As ações asiáticas fecharam em baixa, após o FMI reduzir a previsão para o PIB de 2020 para queda de 2,2%. Em junho, a previsão do Fundo era de retração de 1,6%. É a pior previsão para a região em décadas.

O índice Nikkei, do Japão, fechou em queda de 0,7%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, teve alta de 0,13%; o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,67%; o índice Shanghai, da China, teve queda de 0,38.

Confira o comportamento dos mercados às 7h20 (horário de Brasília):

Futuros dos EUA

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,16%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,18%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,16%

Europa
*Dax (Alemanha), -0,06%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,09%
*CAC 40 (França), -0,05%
*FTSE MIB (Itália), +0,01%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,7% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,13% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,67% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,38% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,6%, a US$ 40,27 o barril
*Petróleo Brent, +0,55%, a US$ 41,96 o barril
*Bitcoin, US$ 12.955,17, +6,21%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 1,40%, cotados a 793,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 118,86 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,68

2. Agenda

Às 9h30, o governo americano divulga dados sobre novos pedidos de seguro desemprego até 17 de outubro. A Bloomberg estima adição de 870 mil pedidos, ante 898 mil na contagem anterior.

Às 11h, divulga a venda em setembro de moradias já existentes, estimada pela Bloomberg em 6,3 milhões, ante 6 milhões no levantamento anterior. E, também às 11h, o Índice de Indicadores Antecedentes mensal, que reflete a mudança do índice composto, compilado dos principais indicadores econômicos dos Estados Unidos. Ainda nos EUA, atenção para o último debate presidencial à noite entre Donald Trump e Joe Biden.

O Banco central faz leilões de rolagem de swap cambial a partir das 11h30. O Tesouro oferta LTNs (letras do Tesouro Nacional) com vencimentos em 2021, 2022 e 2024, NTNs-F (notas do Tesouro Nacional série F) para 2027 e 2031 e LFTs (letras financeiras do Tesouro) para 2022 e 2027.

Ainda em destaque, haverá a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), cujos votos devem ser divulgados após o fechamento dos mercados.

3. Bolsonaro desautoriza acordo com gestão Doria por vacina

O noticiário político deve acompanhar nesta quinta-feira os movimentos do governo federais e do governo federal em torno da vacina que está sendo testada pelo laboratório chinês Sinovac no estado de São Paulo, em parceria com o instituto Butantan.

Na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizou fala do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que anunciou a compra de 46 milhões de doses da vacina. No Twitter, Bolsonaro escreveu em letras maiúsculas que a vacina “NÃO SERÁ COMPRADA”.

Ele respondia a um internauta que afirmou que queria ter “um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa”. Outro internauta afirmou que Pazuello o traíra com o acordo, e Bolsonaro respondeu que “qualquer coisa publicada, sem comprovação, vira TRAIÇÃO”.

Na terça-feira (20), em reunião do Fórum dos Governadores, o ministro Pazuello havia anunciado que assinara um protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da vacina da Sinovac. Na ocasião, o ministro se referiu à vacina como “a vacina do Brasil”. A fala afastou temporariamente o temor, por parte de secretários de Saúde estaduais e técnicos do Ministério da Saúde, de que o governo federal relegaria a vacina chinesa por motivos políticos. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é cotado como potencial candidato presidencial para as Eleições de 2022, e sua postura de combate ao coronavírus contraria tem contrariado a postura presidencial desde o início da pandemia.

Apesar de Bolsonaro ter descartado a vacina chinesa em seus tuítes, o Ministério não rompeu o trato para compra da vacina, com valor previsto de R$ 1,9 bilhão.

Um outro ponto de discordância é sobre a obrigatoriedade da vacina. Doria afirma que a vacinação será obrigatória em São Paulo, Bolsonaro afirma que ela não será obriagtória em nível federal.

A vacina da Sinovac está na terceira e última fase de testagem. O governo federal também testa no Brasil a vacina da farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. Ela também está na última fase de testes, e deverá ser produzida no Brasil pela Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro.

O governo também deve adquirir a vacina produzida pela Covax Facility (Instrumento de Acesso Global de Vacinas Covid-19), um consórcio global que vem desenvolvendo 9 vacinas diferentes, a cujos resultados o Brasil terá acesso. Em 18 de outubro, o Ministério da Saúde informou que pagou R$ 830,9 milhões referentes à adesão à Covax Facility. Ao todo, o governo anunciou a compra de 186 milhões de vacinas até o primeiro semestre de 2021.

Após os tuítes presidenciais, Doria afirmou, na noite de quarta, que os governadores pretendem esperar até ao menos sexta (23) para tomar alguma medida sobre a decisão do presidente. Ele teria o apoio de secretários estaduais de Saúde. Doria afirmou que é possível levar a questão ao Supremo Tribunal Federal.

4. Votação dos vetos

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), afirmou que pautará todos os vetos presidenciais pendentes de análise na sessão do Congresso do dia 4 de novembro.

Entre eles, estarão os vetos à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos e a trechos do Novo Marco Legal do Saneamento.

“A votação da sessão do Congresso prevê a votação do veto da desoneração. Pretendo colocar todos os PLNs projetos de lei do Congresso Nacional pendentes na pauta e todos os vetos”, afirmou. “Espero que a gente consiga o número adequado tanto na Câmara como no Senado para iniciar a sessão do Congresso”, disse na noite desta quarta-feira, 21, ao deixar o plenário.

5. Radar corporativo

A petrolífera Enauta está aproveitando a desaceleração do setor para comprar campos em terra e na costa brasileira. A JBS aprovou a captação de R$ 2 bi em debêntures para compra de gado.

A assembleia da Eletrobras aprovou o aumento de capital da Eletronuclear em R$1,88 bilhão na quarta. O Credit Suisse iniciou nesta quinta cobertura da Vitru, com avaliação neutra (ganhos em linha com a média do mercado).

A Polícia Federal investiga um suposto esquema de fraude na Infraero envolvendo a licitação de áreas comerciais em Congonhas e Santos Dumont. Os alvos são agentes públicos ligados à Infraero e empresários. As fraudes podem ter chegado a R$ 10 milhões, entre 2016 e 2018. A Oleoplan, fabricante de biodiesel, pediu na quarta registro para realizar sua oferta pública inicial de ações.

(Com Bloomberg e Agência Estado)