Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Sessão promete ser mais uma vez de volatilidade para os mercados; por aqui, investidores reagem ao Copom

Equipe InfoMoney

Fachada do Banco Central do Brasil

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A volatilidade continua nos mercados nesta quinta-feira. As bolsas da Ásia tiveram mais uma jornada negativa, com a Bolsa de Seul derretendo, mas os mercados europeus abriram em alta com o pacote de 750 bilhões de Euros do Banco Central europeu (BCE). Futuros de Nova York, que ficaram negativos durante a madrugada, oscilam entre leve alta e baixa.

No Brasil os mercados devem reagir ao corte de 50 pontos-base na taxa básica de juros, feito ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que reduziu a taxa a 3,75% ao ano, em meio ao cenário de redução da atividade, que fez com que JPMorgan e Goldman Sachs projetassem queda do PIB para esse ano. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

As bolsas de valores da Ásia tiveram mais um dia de forte queda nesta quinta-feira, com Seul liderando as quedas e afundando 9%, com acionamento do circuit-breaker, com os investidores repercutindo a forte queda da véspera nos mercados americanos. O medo do avanço da epidemia do coronavírus apavora os investidores, que fogem para ativos considerados mais seguros, como o dólar – a moeda americana se valoriza frente a todas de países emergentes.

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Desta forma, nem mesmo a nova rodada de corte de juros, desta vez na Filipinas – que cortou a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, a 3,25% – e na Indonésia – que decidiu que a taxa básica de juros cairia para 4,50%, uma redução de 0,25 ponto porcentual, no menor nível desde abril de 2018 – ajudou a animar o mercado.

Enquanto isso, os mercados europeus buscam registrar altas, ainda que tímidas, após a forte queda da sessão anterior. Nesta data, também por lá, houve mais uma rodada de estímulos: o Banco Central Europeu (BCE) lançou na noite de ontem um pacote de 750 bilhões de Euros para prover liquidez aos mercados. “Tempos extraordinários pedem medidas extraordinárias”, disse Christine Lagarde presidente do BCE, que era contrária a injetar dinheiro nos mercados.

Também repercutindo o BCE, os futuros em Nova York abriram em alta, chegaram a ter forte queda no final da noite de ontem e, durante a manhã desta quinta, passaram a operar em leve queda, o que indica que mais um dia de volatilidade aguarda as bolsas ao redor do mundo.

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Veja o desempenho dos mercados, às 7h31 (horário de Brasília):

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), -1,21%

*Nasdaq Futuro (EUA), -0,49%

*Dow Jones Futuro (EUA), -1,53%

Europa

*Dax (Alemanha), -0,94%

*FTSE (Reino Unido), -0,92%

*CAC 40 (França), +0,72%

*FTSE MIB (Itália), +2,17%

Ásia

*Nikkei (Japão), -1,04% (fechado)

*Kospi (Coreia do Sul), -8,39% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong), -2,26% (fechado)

*Xangai (China), -0,98% (fechado)

*Petróleo WTI, +12,62%, a US$ 22,94 o barril

*Petróleo Brent, +7,07%, a US$ 26,64 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam estáveis, cotados a 678,000 iuanes, equivalentes a US$ 95,46 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,1023 (-1,07%)

*Bitcoin, US$ 5.547,04 +3,35%

2. Agenda de indicadores

Na agenda de indicadores, os EUA divulgarão às 9h30 os novos pedidos de seguro-desemprego até 14 de março e os indicadores antecedentes de fevereiro, às 11h.

Em destaque no Brasil, Paulo Guedes, ministro da economia, tem às 10h30 reunião com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, às 14h00, com presidente Jair Bolsonaro e, às 15h30, vídeoconferência com o presidente da Azul, John Rodgerson.

3. Reação ao Copom

Por aqui, os investidores devem reagir à decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em 50 pp, para nova mínima histórica de 3,75%, como forma de mitigar os efeitos da pandemia do coronavírus na economia. BC falou em “cautela” e disse que “neste momento vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar”, o que foi visto como um corte “hawkish”.

Conforme destaca o Credit Suisse, no geral, o comunicado divulgado após a reunião sugere que o Banco Central será mais sensível à evolução do cenário macroeconômico em suas próximas reuniões. “No ambiente atual, o principal objetivo da autoridade monetária deve ser o de garantir a estabilidade do mercado financeiro, pois o impacto da redução da taxa de juros na atividade econômica deve ser menor do que usual e menos eficaz para compensar os efeitos negativos da crise da Covid-19”, avaliam.

Estando os mercados financeiros mais calmos, os economistas veem algum espaço para maior flexibilização da política monetária como resultado da alta probabilidade de deterioração dos indicadores de atividade econômica próximos meses. “Como resultado, esperamos agora que o Copom reduza a Selic em mais 50 pontos base, com a taxa Selic caindo para 3,25% ao ano ano, com estabilidade da taxa de juros nesse nível até meados de 2021”, avaliam.

4. Coronavírus: política e economia

A Câmara aprovou o decreto que reconhece calamidade pública até 31 de dezembro e permite o descumprimento da meta fiscal. Ele é base para as medidas de estímulo anunciadas pela equipe econômica. Também foi aprovada a MP 899, que permite renegociação de dívidas e também foi usada como suporte para algumas das medidas já anunciadas pelo governo. O Senado precisa votá-la na semana que vem para manter a eficácia da medida.

Já o presidente Jair Bolsonaro mudou o tom e mudou seu discurso sobre o coronavírus, reconhecendo a gravidade do momento, ressaltou ter tido apoio incondicional da Câmara e do Senado na aprovação de medidas de enfrentamento e classificou como “movimento espontâneo da população” e “expressão da democracia” o panelaço contra seu mandato que estava marcado para o fim do dia.

Vale destacar que o São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Distrito Federal registraram panelaços na noite desta quarta contra o presidente Jair Bolsonaro. Além de bater panelas, as pessoas gritavam “fora, Bolsonaro”, expondo um maior desgaste do presidente em meio à crise do coronavírus.

A expectativa é por mais impactos na economia. A Prefeitura de SP determinou o fechamento do comércio até 5 de abril, enquanto o governo do estado paulista ordenou o fechamento de todos os shoppings e academias da grande São Paulo. Em meio ao cenário de desaceleração econômica,  o JPMorgan fez a revisão mais drástica para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para este ano entre grandes bancos, passando de uma estimativa de alta de 1,6% para queda de 1% (a primeira contração anual desde 2016) e projetando uma “profunda recessão” no primeiro semestre. O Goldman Sachs também cortou sua estimativa para 2020, passando de expansão de 1,5% para queda de 0,9%.

5. Noticiário corporativo

A Lojas Renner anunciou a interrupção do funcionamento de suas lojas na Grande São Paulo a partir desta quinta, diante da pandemia do novo coronavírus. Em fato relevante, a companhia informou ainda que o horário de funcionamento de suas demais unidades será reduzido, mas não deu detalhes.

A Petrobras informou na noite de ontem que iniciou a fase vinculante para a venda dos blocos de Golfinho e Camarupim, em águas profundas na Bacia do Espírito Santo. Segundo a estatal, os interessados receberão carta-convite para participar do processo. Em outro comunicado, a petrolífera informou que adiou para 30 de abril o prazo de entrega das propostas dos interessados em comprar sua participação de 51% na Gaspetro.

Já a Tecnisa registrou prejuízo líquido de R$ 59,627 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 7,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os números da Cyrela, Copasa, EzTec, Marisa e Tenda serão divulgados após o fechamento do mercado; já a Braskem adiou seus números referentes ao quarto trimestre.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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