Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Bolsas mundiais operam próximas à estabilidade; no Brasil, reações ao Copom, prisão de Queiroz e prévia do PIB do BC são destaque

Equipe InfoMoney

Prédio da sede do Banco Central, em Brasília (Beto Nociti/BCB)

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Os investidores adotam a cautela e olham com atenção para os números que mostram avanço dos casos da Covid-19. As Bolsas europeias até abriram em alta nesta quinta-feira, mas perderam força e agora operam em queda.

No Brasil, destaque para a prisão do ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro, Fabricio Queiroz, realizada nesta manhã enquanto que, no campo econômico, os investidores repercutem a decisão do Copom de cortar Selic em 0,75 ponto percentual, a 2,25% ao ano, e deixar a porta aberta para um “ajuste residual”. Além disso, atenção para a prévia do PIB com o Banco Central apresentando o IBC-Br de abril. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Os investidores adotam a cautela e olham com atenção para os números que mostram avanço dos casos da Covid-19. Nesse cenário, as Bolsas europeias passaram a operar com leves quedas.

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O FTSE 100, de Londres, passou a cair e registra desvalorização de 0,12%, com os investidores de olho na reunião do Banco da Inglaterra.

“Isso não é o ideal. Suspeitamos que poderemos ver uma expansão mais considerável, talvez de 150 bilhões de libras, permitindo que as compras continuem até o início de outubro”, avaliou, à CNBC, James Smith, economista do ING Developed Markets.

Os temores de uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus impedem nesta quinta-feira um melhor desempenho dos mercados. No Texas (EUA), foi registrado um aumento de 11% nas internações. Na China, também houve o ressurgimento dos casos, o que levou ao cancelamento dos voos em Pequim e o bloqueio de determinados bairros. Os casos no mundo somam 8,42 milhões, com quase 452 mil mortes.

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Os futuros do Dow Jones têm leve queda de 0,18%.

Nos Estados Unidos, os investidores ainda avaliam a repercussão do livro de John Bolton, ex-assessor de segurança da Casa Branca e que fez fortes críticas ao presidente Donald Trump.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h36 (horário de Brasília):

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,14%

*Nasdaq Futuro (EUA), +0,04%

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,18%

Europa

*Dax (Alemanha), -0,34%

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,12%

*CAC 40 (França), -0,34%

*FTSE MIB (Itália), -0,05%

Ásia

*Nikkei 225 (Japão), -0,45% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,07% (fechado)

*Shanghai SE (China), +0,12% (fechado)

*Petróleo WTI, +0,84%, a US$ 38,28 o barril

*Petróleo Brent, +1,15%, a US$ 41,18 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian tiveram alta, cotados a 765.000 iuanes, equivalente hoje a US$ 108,06 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 7,0793 (-0,09%)

2. Indicadores econômicos

No Brasil, a segunda prévia do IGP-M foi divulgada pela FGV, com alta de 1,48% na segunda prévia de junho, ante estimativa de alta de 1,37%. Às 9h, será a vez do Banco Central divulgar os dados sobre a atividade econômica, o IBC-BR, referentes ao mês de abril. A estimativa é de queda de 10,20% na comparação com março e baixa de 15,3% na comparação com o mesmo mês de 2019.

Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou em mais 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros, para 2,25% ao ano, em decisão amplamente esperada pelo mercado.

O comunicado da decisão indica que ainda há espaço para um novo corte da Selic em 2020 antes do fim do ciclo de afrouxamento monetário, segundo as avaliações de especialistas. “O BC deixou bem claro que a utilização da política monetária daqui para frente é incerta, mas se for utilizada, o espaço para novos cortes é pequeno”, disse Guilherme Attuy, economista-chefe da Gauss Capital, em live do InfoMoney.

Marcel Balassiano, pesquisador da área de economia aplicada do FGV IBRE — Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas —, avaliou, também na live do InfoMoney, que o Banco Central deve ser mais “cauteloso, um pouco mais conservador, e não deve baixar muito mais a taxa de juros.”

“O Brasil é uma economia emergente, não tem como a gente comparar com a economia dos Estados Unidos, Zona do Euro ou Japão, que têm juro zero, precisamos ter um prêmio de risco”, afirmou. O prêmio de risco é a diferença de juros entre o Brasil e os demais países, o que estimula investidores estrangeiros a trazerem dinheiro para cá para ter uma rentabilidade maior, mesmo com o risco econômico maior dos mercados emergentes. Confira as análises clicando aqui. 

Ainda pela manhã, o Banco da Inglaterra divulgou a decisão de política monetária, mantendo os juros em 0,1% ao ano, mas elevando o programa de títulos em 100 bilhões de libras, em uma tentativa de apoiar a economia do Reino Unido em meio às consequências da crise do coronavírus. As compras adicionais de títulos levarão a um valor total do Mecanismo de Compra de Ativos (APF) do Banco Central para 745 bilhões de libras.

Nos Estados Unidos, às 9h30, o Departamento de Trabalho americano divulga os dados sobre seguro-desemprego. A expectativa é que fique em 1,3 milhão nessa semana.

No mesmo horário será publicado o índice de atividade industrial do Federal Reserve (Fed, o bc americano) da Filadélfia.

3. Prisão de Queiroz

Fabricio Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi preso nesta manhã em Atibaia (SP). Ele estava em um imóvel do advogado do parlamentar.

Queiroz é investigado no esquema das “rachadinhas” e movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”, segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf).

No mês passado, o empresário Paulo Marinho, ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que um policial federal teria avisado a Flavio, ainda nas eleições de 2018, sobre as investigações que exporiam os detalhes das movimentações financeiras de Queiroz. Por essa razão, ele foi afastado, em outubro de 2018, do cargo de assessor do então deputado estadual Flavio Bolsonaro.

4. Tensão política

A prisão de Queiroz não é o único assunto da seara política que chama a atenção. Segue a indefinição sobre o futuro do ministro da Educação, Abraham Weintraub. A expectativa é que o presidente Jair Bolsonaro defina o tema nesta quinta-feira.

O Supremo Tribunal Federal formou maioria nesta quarta-feira (17) a favor da legalidade do inquérito das fake news, que apura a disseminação de notícias falsas e ameaças a integrantes da corte e se tornou alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro.

Além disso, é esperada a repercussão para a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu aval, pela maior parte dos ministros, à investigação que apura a disseminação de notícias falsas. Essa investigação atinge aliados do presidente.

5. Panorama corporativo

Após a forte turbulência de março e abril, as empresas brasileiras voltam suas atenções para as emissões de ações. A Petrobras está retomando os planos de venda de sua participação remanescente na BR Distribuidora, segundo informações da Reuters.

Segundo a reportagem, a empresa pretende tentar vender sua fatia no segundo semestre. A Petrobras tem uma fatia de 37,5% na distribuidora. Na noite de quarta-feira, a estatal enviou um comunicado confirmando a intenção da venda, mas indicando não ter prazo ou formato definidos.

Já a Vale recebeu autorização para retomar a operação no Complexo de Itabira. O aval foi dado pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho de Minas Gerais, que emitiu um termo permitindo a suspensão da interdição.

O complexo estava paralisado desde 5 de junho devido à ação de procuradores do Ministério Público do Trabalho do Estado (MPT-MG), que apontaram riscos de contaminação pelo coronavírus.

No setor de varejo, o Grupo Pão de Açúcar aprovou a venda de três lojas da Sendas avaliadas em R$ 183,1 milhões.

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