Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Bolsas mundiais buscam alta com dados da balança comercial da China e expectativa por novo pacote de estímulos nos EUA

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Enquanto diversos países enfrentam um aumento de casos de coronavírus, a sessão é de leve ganhos para os principais índices mundiais em meio aos dados positivos da balança comercial chinesa e à expectativa de anúncio de um novo pacote de alívio econômico para a economia americana hoje à noite, desta vez pelo presidente eleito Joe Biden.

Na véspera, a Câmara dos Representantes aprovou o segundo impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com isso, ele se torna o primeiro presidente da história do país a sofrer dois impeachments. Agora o processo vai para o Senado, onde ocorre uma espécie de julgamento. A Câmara seleciona parlamentares para atuarem como se fossem promotores e apresentarem o caso contra o presidente.

Por aqui, os investidores ficam de olho nos desdobramentos sobre o noticiário do Banco do Brasil, após notícias, não confirmadas na véspera, de que André Brandão sairá do comando da instituição. Confira os destaques:

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1. Bolsas mundiais

As bolsas europeias e os índices futuros americanos têm em sua maioria altas nesta quinta-feira (14), de olho no possível pacote de estímulos dos EUA e apesar dos recordes recentes de mortes por covid em Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, e do início de um processo de impeachment contra o presidente americano Donald Trump.

O índice Eurostoxx sobe 0,38%; o Dax, da Alemanha, sobe 0,27%; o FTSE 100, do Reino Unido, sobe 0,56%; o CAC 40, da França, sobe 0,17%; o FTSE MIB, da Itália, sobe 0,31%.

Na quarta (13), dados de testes publicados no New England Journal of Medicine indicaram que a vacina de dose única produzida pela Johnson & Johnson’s é segura, e indica resposta imune tanto em voluntários jovens quanto nos mais velhos. No momento, no entanto, o vírus continua a se propagar rapidamente.

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Na sexta (8), o Reino Unido registrou o recorde de novos casos em um dia, 68.053. O recorde de mortes foi registrado na quarta (12), com 1.564 casos. A Alemanha também registrou na quarta o seu recorde de mortes em um dia, 1.207. O recorde de novos casos foi registrado em 30 de dezembro, 49.044.

Com relação aos indicadores econômicos, o PIB alemão caiu 5% em 2020, seu pior resultado desde a crise financeira de 2009, devido a um ano marcado pela pandemia – apontaram dados oficiais preliminares publicados hoje. Ainda assim, o retrocesso é menos grave do que o estimado pelo governo, que previa uma queda de 5,5%.

A turbulência política nos Estados Unidos também continua no radar de investidores, após representantes na Câmara voltarem pelo impeachment do presidente Donald Trump pela segunda vez -algo inédito.

Os congressistas o acusam de incitar seus apoiadores a invadirem o Capitólio, sede do Legislativo, na semana passada, resultando em cinco mortes. Trump sofreu impeachment na Câmara por 232 votos contra 197.

Todos os parlamentares democratas, além de 10 republicanos, votaram pela sua retirada do poder. O documento de acusação apresentado afirma que Trump “ameaçou a integridade do sistema democrático, interferiu com a transição de poder, e arriscou uma parte do governo”.

Democratas argumentam que permitir que Trump chegue ao final de seu mandato permitiria que ele evitasse consequências e levantaria a perspectiva de mais violência antes da transição para a gestão do democrata Joe Biden, marcada para 20 de janeiro.

Agora, o processo continua no Senado. Mas o líder da maioria republicana na Casa, Mitch McConnel, afirmou que, mesmo que o processo se inicie nesta semana e avance rapidamente, é improvável que se chegue a um veredicto antes de o presidente deixar seu cargo. “Essa não é uma decisão minha, é um fato”, disse.

Líderes democratas no Senado aventam publicamente a possibilidade de votar o impeachment após a transição, e retirar de Trump o direito de se candidatar novamente nas próximas Eleições, além de extinguir privilégios concedidos a outros ex-presidentes.

Na terça-feira (12), ocorreu um novo recorde diário de mortes causadas pelo coronavírus Sars-CoV-2 nos EUA. Segundo o monitoramento da Universidade Johns Hopkins, foram contabilizados 4.327 óbitos em 24 horas, maior número para um dia em um único país desde o início da pandemia.

Mesmo em meio à instabilidade política e com os investidores monitorando a alta dos casos de coronavírus, o índice S&P Futuro sobe 0,19%; o Nasdaq Futuro cai 0,17%; e o Dow Futuro sobe 0,35%.

A possibilidade do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar mais estímulos à economia americana ainda nesta quinta, tem animado os mercados mundiais. Segundo informou a CNN no início da madrugada, Biden pode detalhar sua proposta de pacote fiscal para os EUA, na ordem de US$ 2 trilhões, nesta quinta-feira.

A notícia  também animou os mercados asiáticos, apostando em novos estímulos como a chave para a recuperação da economia americana e, consequentemente, mundial.

Além disso, a China teve superávit comercial de US$ 78,17 bilhões em dezembro e encerrou 2020 com saldo positivo de US$ 535,03 bilhões. O resultado do último mês do ano passado ficou acima do observado em novembro, de US$ 75,42 bilhões, e da mediana das estimativas de economistas consultados pelo Wall Street Journal, de US$ 72,0 bilhões.

O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, encerrou o dia em alta de 0,85%, com destaque para o setor financeiro, comumente embalado por notícias de estímulos. Já os índices da China continental caíra em meio ao aumento de casos da covid-19 no país. Províncias chinesas estão retomando lockdowns, um empecilho para a atividade econômica, visando conter a doença.

Confira o desempenho dos principais índices às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,19%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,17%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,35%

Europa
*Dax (Alemanha), +0,27%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,56%
*CAC 40 (França), +0,17%
*FTSE MIB (Itália), +0,31%

Ásia
*Nikkei (Japão), +0,85% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), –0,91% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,05% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,91% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,02%, a US$ 52,92 o barril
*Petróleo Brent, -0,04%, a US$ 56,04 o barril
*Bitcoin, +9,99%, a US$ 37.992,60
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 1,64%, cotados a 1055 iuanes, equivalente hoje a US$ 163,15 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,47

2. Agenda do dia

Às 10h30 são divulgadas revisões da pesquisa sobre o setor de manufaturas do Fed da Filadélfia. No mesmo horário, são divulgados dados de novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. Também às 10h30 são divulgados índices de preços de importação nos Estados Unidos, relativos a dezembro.

Às 11h, Eric Rosengren, presidente do Fed de Boston, fala sobre a economia em 2021. Às 13h, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, modera um painel sobre recuperação econômica inclusiva. Às 14h30, o presidente do Fed, Jerome Powell, participa de um webinário da Universidade de Princeton sobre economia.

Antes disso, às 9h30, será divulgada a ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Às 22h30 são divulgados dados sobre preços de novas casas na China em dezembro.

3. Aceleração de internações e mortes após Ano Novo no Brasil

O consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil divulgou, às 20h de quarta (13), o avanço da pandemia em 24 h no país.

A média móvel de casos confirmados em 7 dias foi de 54.703, alta de 52% frente o período encerrado 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 61.966 casos. A média móvel de mortes em 7 dias foi de 995, alta de 41% frente o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia houve 1.283 mortes.

Na quarta, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse que a campanha de vacinação federal contra covid deve começar ao mesmo tempo em todas as capitais. Não haverá privilégio para Rio de Janeiro e São Paulo, onde ficam, respectivamente, as sedes de Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e Instituto Butantan, que produzirão a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac. Esses são os dois imunizantes do Plano Nacional de Imunização contra a covid.

Além disso, um avião parte nesta quinta-feira para obter 2 milhões de doses da vacina de Universidade de Oxford e da Astrazeneca junto ao laboratório Serum, que produz o imunizante na Índia. É o mesmo produto que será fabricado pela Fiocruz no Brasil a partir de insumos importados.

Segundo dados do Obvservatório Covid-19, ligado à Fiocruz, a ocupação dos leitos de UTI nos hospitais de todo o país está em seu nível mais alto desde julho de 2020.

Após a alta de internações por Covid-19, o hospital Albert Einstein, de São Paulo, passou a bloquear pacientes de outros estados. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, há alguns meses, doentes de outros estados chegaram a ocupar 25% dos leitos de UTI.

Decorridas duas semanas das festas de fim de ano, as internações por covid subiram 19% entre os dias 29 de dezembro e 12 de janeiro no estado de São Paulo, que tem taxa de ocupação de leitos em 66,3%. Na capital, houve alta de 5,5% no total de mortes no mesmo intervalo.

Mesmo com uma taxa de transmissão abaixo de 1, indicando redução no ritmo de avanço da pandemia, Manaus vive forte alta de hospitalizações e mortes por covid. Os dados sobre a taxa de transmissão são do projeto de pesquisa Covid Analytics, encabeçado pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). Na quarta, a prefeitura de Manaus informou a realização de 198 enterros nos cemitérios da cidade, batendo o recorde anterior, do dia 26 de abril.

A Justiça Federal do Amazonas suspendeu na noite de quarta a realização da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2020, que estava marcada para o próximo domingo (17).

4. Monitorando paralisação

Um grupo de caminhoneiros marcou para 1º de fevereiro uma paralisação nacional da categoria, como forma de tentar pressionar o governo Bolsonaro para fiscalizar transportadoras para que respeitem direitos trabalhistas. Eles também desejam a revisão de resoluções da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).

Segundo o Valor, a mobilização é liderada pela ANTB (Associação Nacional de Transporte no Brasil) e pelo CNTRC (Conselho Nacional do Tranporte Rodoviário de Cargas), cujos líderes apoiaram a eleição de Bolsonaro, mas que não têm interlocução com o Ministério da Infraestrutura.

Em um vídeo que circula no WhatsApp, Plínio Dias, presidente do CNTRC e do Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais (PR), diz que foi chamado para uma reunião em Brasília em 26 de janeiro para que o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas ouça as reivindicações. Em um vídeo que circula em grupos no WhatsApp, ele afirma que: “A repercussão está tão grande que tem muitos caminhoneiros que querem estar em Brasília no dia 26. Compareçam lá. A pauta é de vocês. Espero que o ministério arrume um auditório para nos receber”.

No radar político, o presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos projeto de socorro a estados e municípios, o que permitirá a entrada de mais estados em um reformulado Regime de Recuperação Fiscal. Já o Valor destaca que o governo pretende promover vendas em massa de imóveis da União, entre 2021 e 2022, por meio da criação de fundos imobiliários. O objetivo é levantar até R$ 110 bilhões até o fim de 2022.

5. Radar corporativo

A Sul América vai emitir R$ 700 milhões em debêntures, informou a companhia em comunicado ao mercado. Os recursos de emissão de debêntures serão usados para reforço e adequação de níveis de liquidez e outros fins.

Os investidores também ficam de olho no noticiário sobre o Banco do Brasil, após diversos veículos de mídia apontarem que André Brandão deixará o o comando da instituição depois que anunciou um plano de demissão voluntária e fechamento de centenas de agências pelo país, algo que irritou o presidente Jair Bolsonaro. As ações fecharam em queda de 5% na véspera. Caso confirmada, a saída do executivo do BB vai ampliar temores do mercado sobre interferência política no maior Banco da América Latina. Representantes do Banco do Brasil não comentaram o assunto.

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