Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Reações ao Copom, CPI da Covid, bateria de resultados, dados de seguro desemprego nos EUA e mais destaques desta quinta

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Em uma sessão de leves altas para os índices futuros dos EUA, os investidores por lá aguardam pelos dados do auxílio desemprego no país. Na zona do euro, destaque para a surpresa positiva com as vendas do varejo por lá, com alta de  2,7% em março ante a projeção de 1,5% de alta.

Por aqui, atenção para as reações à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic em 0,75 ponto, para 3,50%, e indicou a intenção de fazer novo aperto da mesma magnitude em sua próxima reunião, em junho.

Além disso, a temporada de balanços segue movimentada, com atenção para os números da Ambev, Ultrapar, Braskem. Após o fechamento do pregão, serão divulgados os resultados de B2W, Lojas Americanas, B3, Banco do Brasil, entre outros.

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No radar político, após os depoimentos dos dois primeiros ministros da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro, a CPI da Pandemia recebe nesta quinta o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, às 10h (horário de Brasília), e o diretor-presidente da Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, às 14h.

Confira os destaques:

1.Bolsas mundiais

Os índices futuros americanos têm leve alta nesta quinta, enquanto que as bolsas europeias caem. As bolsas asiáticas fecharam em sua maioria em altas na volta do feriado em economias importantes. Investidores aguardam sinais sobre emprego na economia americana.

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Na quarta-feira, o índice Dow Jones chegou a subir 200 pontos e fechou a 34.230 pontos, alta de 0,29%. O S&P subiu 0,1%, enquanto que o Nasdaq Composto perdeu 0,4%. Esses índices foram prejudicados por empresas do setor de tecnologia. Netflix, Amazon e Facebook estão entre os nomes que perderam mais de 1% na quarta-feira.

Nesta quinta, o Dow Futuro avança 90 pontos, enquanto o S&P 500 Futuro sobe 0,26% e o Nasdaq Futuro sobe 0,36%.

Investidores aguardam a divulgação de dados sobre desemprego. Economistas ouvidos pela Dow Jones esperam 527 mil novos pedidos de seguro desemprego. Na sexta, serão divulgados dados sobre criação de empregos. Em março, foram adicionados 916 mil novos empregos, por isso há a expectativa de que o indicador bata 1 milhão novos empregos.

Na quarta, o vice-presidente do Federal Reserve, Richard Clarida, afirmou à rede de notícias CNBC que, com a melhora do quadro de emprego nos Estados Unidos, é necessário que haja progresso considerável antes de o Banco Central se sentir confortável o suficiente para retirar todo o auxílio que vem promovendo desde o início da pandemia, que interrompeu o maior período de expansão da história da economia americana.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou nesta semana, que as taxas de juros podem ter que subir para segurar o crescimento excessivo da economia americana, impulsionada por trilhões de dólares em estímulos do governo.

Também é aguardada a divulgação dos resultados de empresas importantes, como Regeneron, ViacomCBS e Kellogs, antes da abertura do mercado. Dropbox, Beyond Meat, Shake Shack e Square devem reportar antes do fechamento do mercado.

As bolsas asiáticas têm resultados variados entre si nesta quinta, com investidores aguardando a divulgação de dados sobre desemprego nos Estados Unidos, que devem trazer pistas sobre qual política será adotada pelo Fed, o Banco Central americano.

As bolsas japonesas voltaram a funcionar após ficarem fechada em decorrência do feriado. O índice Nikkei subiu 1,8%, enquanto que o Topix subiu 1,54%. O Kospi, que também fechou na quarta, subiu 1%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng ficou entre ganhos e perdas antes de subir 0,61%.

Ações da China continental também abriram pela primeira vez em maio, após passarem os três primeiros dias da semana fechadas para o feriado. O índice Shanghai composto caiu 0,16%, enquanto que o componente Shenzhen caiu 1,58%.

Os índices europeus têm tendência de queda, com o índice Eurostoxx, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus recuando 0,48%. Os setores de bancos, automóveis e serviços ganham 0,8%, liderando a alta. Quase todos os setores e principais bolsas operam em território positivo.

Investidores aguardam o anúncio da política monetária do Banco da Inglaterra. A expectativa é de que o banco mantenha políticas de estímulo econômico, e a taxa de juros referencial inalteradas, apesar de indícios de aceleração da economia do Reino Unido.

A AB Inbev reportou alta de 14,2% na receita, superando as expectativas do mercado. A empresa também anunciou que o CEO Carlos Brito deixará o cargo em julho e será substituído pelo chefe da para a América do Norte, Michel Doukeris.

O Société Generale divulgou um trimestre recorde para sua divisão de trading, superando as expectativas de analistas para os primeiros três meses de 2021. Assim, a receita líquida no primeiro trimestre ficou em 814 milhões de euros (US$ 977 milhões), impulsionando as ações em mais de 5%.

Na agenda econômica, foi divulgado o PMI (índice do gerente de compras) composto do Reino Unido, relativo a abril, que marcou 60,7 pontos, acima da projeção de analistas, de 60 pontos, e da prévia de 56,4 pontos. O PMI do setor de serviços marcou 61 pontos, acima da projeção de 60,1 pontos e da prévia de 56,3 pontos. Qualquer pontuação acima de 50 indica expansão; abaixo, retração.

Mas o destaque ficou com os dados de vendas no varejo em março na Zona do Euro, que subiram 12% na comparação anual e 2,7% na comparação mensal. A projeção era de alta de 9,6% na comparação anual e de 1,5% na comparação mensal. No mês anterior, houve queda de 1,5% na comparação anual e alta de 4,2% na mensal.

2. Agenda

Às 9h30 são divulgados pedidos iniciais e contínuos por seguro-desemprego, além de custo da mão de obra nos Estados Unidos. Às 10h, John Williams, membro do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed, realiza um discurso. Às 14, falam Raphael Bostic e Loretta Mester, ambos do Fomc, realizam discursos. Às 19h05, Robert Kaplan, também do Fomc, realiza um discurso.

Às 22h45 é divulgado o PMI do setor de serviços Caixin, relativo a abril na China. Às 22h54 são divulgados dados sobre exportações, importações, reservas cambiais e balança comercial na China, relativos a abril.

No Brasil, a CPI da Pandemia recebe o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, às 10h.

3. Reações ao Copom

O Banco Central anunciou na quarta-feira a segunda alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros, Selic, para 3,50%, e indicou a intenção de fazer novo aperto da mesma magnitude em sua próxima reunião, em junho.

Em live realizada pelo InfoMoney (assista abaixo), Alessandra Ribeiro, diretora de macroeconomia e análise setorial da Tendências Consultoria, ressalta que, com o comunicado, o Banco Central já deixou um sinal claro para o que esperar nos próximos meses.

No comunicado, o BC afirmou que “para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude”, deixando a porta aberta para levar a Selic para 4,25%.

Alessandra, porém, reforça que é preciso sempre ficar atento aos riscos que existem e que podem levar a mudanças nas sinalizações do BC, principalmente no que diz respeito às perspectivas para a inflação de 2022. Confira:

4. CPI da Covid

Na quarta (5), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 2.329, queda de 8% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registradas 2.791 mortes.
As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 58.951, estável em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 75.652 casos. 33.404.333 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 15,77% da população. A segunda dose foi aplicada em 17.039.463 pessoas, ou 8,05% da população.

Após a fala do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta na terça foi a vez do também ex-ministro Nelson Teich falar na quarta-feira à CPI da Covid no Senado. Ele não chegou a completar um mês na pasta antes de ser substituído pelo general Eduardo Pazuello, que também falará à CPI.

Teich confirmou o desejo de Bolsonaro de adotar a cloroquina como protocolo no tratamento da Covid-19. Mas negou que tenha recebido uma ordem direta do chefe do Executivo para o uso do medicamento, que não tem eficácia cientificamente comprovada contra o coronavírus e pode provocar efeitos colaterais.

“As razões da minha saída do ministério são públicas. Elas se devem, basicamente, à constatação de que eu não teria a autonomia e a liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da Covid-19”, disse o ex-ministro.

“Enquanto a minha convicção pessoal, baseada em estudos, era de que naquele momento não existia evidência de sua eficácia para liberar…. Existia um entendimento diferente por parte do presidente, que era amparado na opinião de outros profissionais, até do Conselho Federal de Medicina, que, naquele momento, autorizou a extensão do uso. Isso aí foi o que motivou a minha saída”, completou.

Em resposta ao senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), que atuava na desconstrução, Teich negou ter recebido ordens de Bolsonaro ou de algum de seus ministros para instituir o uso de cloroquina.

Mas Teich afirmou que reforçou a necessidade de se ater aos princípios científicos e à metodologia e a qualidade dos estudos. “Se você for usar tudo que você acha que pode funcionar para todo mundo, você vai causar um mal enorme provavelmente”, disse.

O senador Humberto Costa (PT-PE) citou pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo segundo a qual, a partir de falas do presidente, decretos e atos normativos, o governo teria adotado a tese de enfrentar a pandemia permitindo a “transmissibilidade mais ampla possível para que fosse gerada a chamada imunidade coletiva, natural ou de rebanho”.

Embora tenha sustentado que, na época em que esteve à frente do ministério, a tese não tenha sido discutida ou colocada como estratégia, Teich evitou comentar o estudo, mas criticou a ideia da imunização por infecções.

“Essa tese de imunidade de rebanho, em que você adquire a imunidade através do contato, e não da vacina, isso é um erro. Então, a imunidade você vai ter através da vacina, não através de pessoas sendo infectadas. Então, isso aí não é um conceito correto.”

A CPI deve dedicar a quinta-feira à oitiva do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

Além disso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na quarta-feira que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em breve enviará doses da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 ao Brasil. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia dito anteriormente que o Brasil está buscando suprimentos de vacinas dos Estados Unidos para ajudar o país a lidar com a pandemia.

5. Radar corporativo

Em destaque no radar corporativo, a Azul irá divulgar seu resultado do primeiro trimestre antes da abertura. A Ambev, por sua vez, divulgou lucro líquido de R$ 2,73 bilhões no período. Após o fechamento, B2W, B3, Banco do Brasil, JHSF, Lojas Americanas, Banco BMG, Burger King, Camil, Neoenergia e Sequoia divulgam seus números após o fechamento do mercado.

Entre as companhias que divulgaram seus resultados, o lucro líquido da Ultrapar no primeiro trimestre de 2021 chegou a R$ 137,44 milhões, uma queda de 19% na comparação com o mesmo período de 2020. A Braskem reverteu o prejuízo de R$ 3,649 bilhões do primeiro trimestre de 2020 em lucro líquido de R$ 2,494 bilhões entre janeiro e março deste ano.

A operadora de telecomunicações TIM, por sua vez, registrou lucro líquido de R$ 277 milhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 57,9% sobre igual período de 2020. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 2 bilhões, alta de 4,5% na comparação anual. A TIM ainda aprovou um acordo com a IHS Fiber Brasil para a venda de 51% da FiberCo – empresa da operadora que reúne os ativos de rede e prestação de serviços de infraestrutura. A TIM vai manter os demais 49% da FiberCo, cujo valor (Enterprise Value) ficou estabelecido em R$ 2,6 bilhões.

O GPA teve lucro líquido de R$ 127 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 119 milhões  um ano antes, favorecido por aumento das vendas e redução das despesas.

A geradora de energia AES Brasil registrou lucro líquido de R$ 93 milhões no primeiro trimestre do ano, uma alta de 23% na comparação anual. A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou no primeiro trimestre de 2021 lucro líquido de R$ 795,174 milhões, o que representa uma alta de 55,6% na comparação anual. A transmissora de energia elétrica Taesa TAEE11.SA registrou lucro líquido de 555,9 milhões de reais no primeiro trimestre de 2021, um avanço de 42,1% na comparação anual, informou a companhia nesta quarta-feira em balanço financeiro. A Engie Brasil Energia lucrou R$ 529 milhões no primeiro trimestre, alta de 3,3% ante o mesmo período de 2020, informou a companhia nesta quarta-feira.

A Totvs teve alta de 31% no lucro do primeiro trimestre, a R$ 80,65 milhões, com impulso de ganhos de clientes em assinaturas de software e de serviços como computação em nuvem.

Fora da temporada de balanços, o Banco do Brasil confirmou a indicação de Ieda Cagni para presidir o Conselho de Administração do conglomerado durante o mandato 2021/2023. Indicada pelo Ministério da Economia, ela reforçará a presença feminina no colegiado que terá, pela primeira vez em sua história, três mulheres em um total de oito assentos.

Já a Klabin anunciou que vai instalar uma máquina de papel cartão na segunda fase de construção de sua fábrica no Paraná. A mudança dos planos, que antes previam a produção de papel kraft, exigirá investimento adicional de R$ 2,6 bilhões no projeto.

(com Reuters e Agência Estado)

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