Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Trump diz que negociação para acordo comercial sino-americano está na fase final; no Brasil, alta do dólar traz incerteza sobre preços e corte de juros

Equipe InfoMoney

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Os índices futuros de Nova York operavam em alta nesta manhã refletindo declaração do presidente americano, Donald Trump, de que as negociações com a China chegaram a uma “fase final de um acordo muito importante”, “um dos acordos mais importantes do setor de todos os tempos”.

Trump destacou, porém, o apoio de Washington aos manifestantes de Hong Kong. “Ao mesmo tempo, queremos que tudo corra bem em Hong Kong”, disse a repórteres na Casa Branca, relata a Bloomberg.

No Brasil, a cotação nominal recorde do dólar encerrou a véspera em R$ 4,24, após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que o País deve se acostumar a conviver com juros baixos e dólar mais alto. Isso começa a gerar preocupações em relação ao encarecimento das viagens ao exterior, aos custos de produção e pode frear a baixa da Selic.

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Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se referiu ao comportamento do dólar no mercado como “disfuncional” e acenou com novas intervenções.

Confira os destaques desta quarta-feira:

1. Bolsas Internacionais

Os mercados operam em alta nesta manhã refletindo as expectativas positivas em relação ao andamento das negociações comerciais entre EUA e China.

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No entanto, os investidores devem acompanhar a enxurrada de indicadores previstos para hoje, com PIB, PCE, bens duráveis e Livro Bege, o que pode afetar os negócios.

Na Europa, os índices aceleram sua valorização no início da manhã, em meio ao otimismo nas conversas. Na Ásia, apenas a bolsa de Shanghai fechou em queda.

Por lá, o lucro das indústrias chinesas caíram 9,9% em outubro, acelerando a queda frente a setembro (-5,3%), e atingindo o menor nível em oito meses, puxado pela queda nos preços e exportações de produtos.

Entre as commodities, os preços do petróleo operam em alta, refletindo o avanço das conversas entre EUA e China, enquanto os preços futuros do minério fecharam em queda.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h37 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,18%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,32%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,11%

*DAX (Alemanha), +0,51%
*FTSE (Reino Unido), +0,55%
*CAC-40 (França), +0,21%
*FTSE MIB (Itália), +0,22%

*Hang Seng (Hong Kong), +0,15% (fechado)
*Xangai (China), -0,13 (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,28% (fechado)

*Petróleo WTI, +0,27%, a US$ 58,57 o barril
*Petróleo Brent, +0,30%, a US$ 64,41 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com baixa de 2,14%, cotados a 641,50 iuanes, equivalentes a US$ 91,33 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0236 (-0,11%)

*Bitcoin, US$ 7.003,47, -2,41%

2. Agenda de indicadores

No Brasil, o IPC da Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,44% na terceira quadrissemana de novembro, acelerando frente à alta de 0,26% registrada na segunda quadrissemana deste mês.

Ainda na agenda, às 8h00, a FGV publica a sondagem da indústria e, às 9h30, o Banco Central publica o estoque e a variação de crédito do sistema financeiro, além da taxa de inadimplência da pessoa física.

Nos EUA, às 10h30, sairá a segunda leitura do PIB do terceiro trimestre, as encomendas de bens duráveis e pedidos de auxílio-desemprego. Para o PIB, a estimativa, de acordo com o consenso Bloomberg, é de crescimento anualizado de 1,9%.

Às 11h45, será divulgado o índice ISM/Chicago de atividade econômica, enquanto às 12h00 saem o núcleo da inflação americana (PCE) e as vendas de imóveis pendentes.

Por fim, às 16h, será a vez da divulgação do Livro Bege.

3. Dólar e economia

Após ter realizado dois leilões à vista de dólares que não estavam programados ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o BC voltará a intervir no mercado se identificar movimentos “disfuncionais” na cotação da moeda.

“Se amanhã (hoje) o BC entender de novo que há um movimento disfuncional e que há gap de liquidez, voltaremos a fazer intervenção. Mas essas intervenções não têm capacidade de alterar movimentos de longo prazo, que tem como origem bases macroeconômicas. Elas apenas atenuam o movimento de curto prazo”, afirmou.

Campos Neto reforçou que a autoridade monetária tem seguido o “princípio da separação” entre a política monetária e a política cambial. “Mais recentemente, tenho lido que minhas declarações têm gerado controvérsias. Mas as intervenções do BC são feitas para atenuar oscilações fora do normal no câmbio”, afirmou.

O dólar voltou a fechar em alta nesta terça e renovou a máxima de fechamento nominal, com os investidores reagindo a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o câmbio de equilíbrio “tende a ir para um lugar mais alto”. Durante boa parte do pregão, a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 4,27. O dólar à vista fechou em alta de 0,61%, a R$ 4,24.

Outra declaração polêmica de Guedes, dessa vez sobre o AI-5, rendeu uma série de críticas por parte dos presidentes da Câmara dos Deputados, Supremo Tribunal Federal (STF) e políticos de diversos partidos. Após afirmar que as pessoas não deveriam se assustar se alguém defender o AI-5 em caso de radicalização de protestos, o ministro tentou colocar panos quentes e defendeu uma “democracia responsável”.

Destaque ainda para o salário mínimo, que no próximo ano será de R$ 1.031, segundo anunciou o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. O valor representa redução de R$ 8 em relação ao projeto de lei do Orçamento Geral da União do próximo ano, que previa mínimo de R$ 1.039 para o próximo ano.

Ainda na economia, o governo quer acabar totalmente com a desoneração da cesta básica e substituir o benefício por uma devolução direta de dinheiro a famílias mais pobres, segundo Vanessa Rahal Canado, assessora especial do ministro da Economia. Segundo ela, a medida fará parte da primeira etapa da reforma tributária que deverá ser enviada ao Congresso ainda este ano.

4. Noticiário Político

No Congresso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que pode devolver a MP que busca incentivar a contratação de jovens, após se reunir com centrais sindicais. O Estadão pontua que a taxação do seguro-desemprego e o aval do trabalho aos domingos gera resistências.

Já o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o projeto de reforma da administração pública federal só será encaminhado ao Congresso Nacional no ano que vem. Segundo ele, alguns pontos da proposta devem ser analisados pelo presidente Jair Bolsonaro.

Ainda na política, o ex-presidente Lula terá o julgamento hoje de recurso, a partir das 9h00, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A defesa pede a anulação da sentença e de todo o processo, ou a absolvição do réu. Já o Ministério Público Federal pretende ampliar a pena de 12 anos e 11 meses, da primeira instância.

O julgamento vai definir ainda sobre o possível envio do caso de volta à primeira instância, com base na decisão recente do STF.

Já o STF dará continuidade hoje, a partir das 14h, ao julgamento do Recurso Extraordinário 1055941, que trata do compartilhamento de dados financeiros pelos órgãos de controle com o Ministério Público e autoridades policiais sem prévia autorização judicial.

O recurso, com repercussão geral reconhecida, começou a ser julgado na semana passada e, até o momento, votaram o relator, ministro Dias Toffoli, presidente do STF, e o ministro Alexandre de Moraes. O próximo a proferir voto é o ministro Edson Fachin.

5. Noticiário corporativo

A agência de classificação de risco Fitch reafirmou o rating de crédito BBB- da Braskem nesta terça-feira, mas alterou sua perspectiva para a companhia de estável para negativa. Segundo a agência, a mudança de avaliação é resultado “da confluência de uma forte retração nos spreads petroquímicos devido ao menor crescimento global, além da expectativa de materialização das despesas e/ou multas ou outros passivos legais relacionados às operações da Braskem em Alagoas”.

Já a Aliansce Sonae fará oferta de ações para financiar sua estratégia de crescimento. O follow on pode movimentar R$ 1 bilhão, com início em 9 de dezembro. Na véspera, os papéis fecharam a R$ 43,00. A Marfrig, por sua vez, confirmou que avalia fazer oferta pública de ações. No momento, não há qualquer definição ou aprovação societária quanto à realização da potencial oferta, disse a companhia.

A Vale afirmou que fará uma baixa contábil de aproximadamente US$ 3,2 bilhões no quarto trimestre, após reavaliar ativos de metais básicos e carvão, e não descartou impairments adicionais ainda este ano. “A revisão anual dos ativos da companhia na Nova Caledônia será concluída até fevereiro de 2020 e ajustes adicionais que necessitam ser implementados estão em avaliação e, consequentemente, impairments adicionais que podem impactar o ano fiscal de 2019 não podem ser descartados ainda”, afirmou.

A CCP assinou acordo para comprar área no Wtorre JK por R$ 1,05 bilhão enquanto que, na Petrobras, funcionários da petroleira mantêm greve mesmo com decisão contrária do TST. O Estadão informa ainda que a greve dos petroleiros está sendo acompanhada de perto pelo Palácio do Planalto e, em particular, pelo núcleo militar do governo. Há uma preocupação com a possibilidade de os petroleiros que entraram em greve de cinco dias na última segunda-feira, se unirem aos caminhoneiros, que ainda se debatem com intermináveis discussões sobre a tabela de fretes rodoviários. Contudo, há sinais de que paralisação está enfraquecida.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência STF e Bloomberg)

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