Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Bolsas internacionais têm manhã instável entre dados dos EUA e expectativa por fala de Powell; impasse sobre megapacote do governo e mais destaques

Equipe InfoMoney

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As bolsas mundiais operam em territórios mistos esta manhã, enquanto os investidores aguardam por falas que possam dar novas indicações sobre a política monetária nos Estados Unidos. As bolsas europeias têm ligeira alta, enquanto a maior parte dos mercados asiáticos fechou no negativo. Já os futuros de Nova York não têm direção única.

No Brasil, o mercado acompanha hoje o andamento das negociações dentro do governo federal para o anúncio de um pacote de medidas econômicas e sociais, que pode ocorrer até sexta-feira. A relação entre o ministro da economia Paulo Guedes e o Senado está no radar, depois que a Casa convidou o ministro a esclarecer declarações consideradas ofensivas sobre a votação do reajuste a servidores.

Chamam atenção também o movimento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em busca de uma possível reeleição, e a aprovação do novo Fundeb, que é o principal mecanismo de financiamento da educação básica pública no Brasil.

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No noticiário corporativo, o mercado acompanha hoje o resultado do segundo trimestre da Yduqs (YDUQ3), após o fechamento do mercado.

1. Bolsas mundiais

As bolsas mundiais operam com menos vigor nesta quarta-feira, principalmente na Ásia, depois de dias mais favoráveis no início desta semana. Os investidores estão mais cautelosos em meio a novos surtos de Covid-19, enquanto aguardam o discurso do presidente do Banco Central norte-americano, o Fed, na quinta-feira.

O presidente do Fed, Jerome Powell, deve falar sobre a política monetária do país, e traçar uma nova estratégia em relação à inflação. Na véspera, a confiança do consumidor norte-americano caiu em agosto para o menor nível desde 2014, devido ao desemprego e às incertezas sobre estímulos federais à economia, reacendendo dúvidas sobre a retomada da economia mundial após o choque do novo coronavírus, embora números americanos sobre vendas de novas moradias tenham surpreendido positivamente.

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Os futuros de Nova York estão em territórios mistos. Os futuros da Dow Jones recuam 0,18%, enquanto os do S&P 500 caem 0,01%, e os da Nasdaq sobem 0,26%. O mercado europeu abriu os negócios com os índices das bolsas em território neutro.

No momento, o Euro Stoxx sobe 0,30%. O FTSE 100, de Londres, cai 0,18%, e o CAC, de Paris, sobe 0,13%.

Na Ásia, a maior parte dos mercados operou em baixa. Na China, o Shangai SE fechou em queda de 1,30%, enquanto no Japão, o índice Nikkei 225 caiu 0,03%.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi avançou 0,11%. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,02%.

No mercado de commodities, os operadores do mercado de petróleo estão atentos à trajetória do furacão Laura, que prejudicou a produção no Golfo do México e deverá atingir os estados americanos do Texas ou Louisiana no fim desta quarta, e à pesquisa oficial sobre estoques dos EUA, que é elaborada pelo Departamento de Energia (DoE).

*Veja o desempenho dos mercados, às 7h07 (horário de Brasília):

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,01%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,26%
*Dow Jones Futuro (EUA),-0,18%

Europa

*Dax (Alemanha), +0,43%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,18%
*CAC 40 (França), +0,14%
*FTSE MIB (Itália), +0,06%

Ásia

*Nikkei 225 (Japão), +0,28% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,74% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,15% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,07%, a US$ 43,32 o barril
*Petróleo Brent, +0,02%, a US$ 45,87 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em queda de 2,92%, cotados a 813.500 iuanes, equivalente hoje a US$ 117,7 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,91143

*Bitcoin, US$ 11.359,70, -2,13%

2. Agenda

Será divulgado hoje, às 8h, o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), da FGV. A instituição também anuncia no mesmo horário a Sondagem da Construção de agosto.

O Banco Central divulga dados semanais do fluxo cambial, às 14h30, enquanto o Tesouro revela o relatório mensal da dívida pública federal de julho.

3. Pacote do governo

O megapacote do governo, que seria anunciado ontem, enfrenta agora um novo impasse. O presidente Jair Bolsonaro sinalizou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que não está disposto a acabar com o abono salarial, de acordo com o jornal O Globo.

O benefício, pago a trabalhadores que recebem até dois salários mínimos, é a principal fonte de financiamento proposta pela equipe econômica para o novo programa social, que irá substituir o Bolsa Família. O abono salarial beneficia cerca de 23,2 milhões de trabalhadores e deve custar aos cofres federais R$ 18,3 bilhões neste ano.

Outro ponto de conflito é o valor do programa, pois o presidente quer um valor médio superior ao proposto pela equipe econômica, que é em torno de R$ 270. Ontem, Guedes avisou o presidente que o novo programa social só poderá ter benefício médio superior a R$ 300 se as deduções do Imposto de Renda da pessoa física forem extintas.

Para obter o apoio do Senado e da Câmara, a equipe de Guedes deve começar a apresentar detalhes do plano aos líderes aliados, destacou o jornal.

No entanto, a relação de Guedes com o Senado pode atrapalhar as conversas. Ontem, o Senado convidou o ministro a comparecer à casa para responder sobre declarações consideradas ofensivas pelos senadores.

Isso porque Guedes acusou o Senado de “cometer um crime contra o país” ao derrubar o veto presidencial ao reajuste de servidores diretamente envolvidos no combate à pandemia. O encontro ainda não tem data definida, segundo a Agência Senado.

A respeito do megapacote do governo, o jornal Valor Econômico noticiou que o Renda Brasil não deve nascer com um valor definitivo. Ou seja, a ideia é que ele seja um processo que incorpore políticas mal avaliadas pela equipe econômica.

O governo poderá divulgar mais informações oficiais ainda esta semana. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse que ainda não definiu o valor do auxílio emergencial, mas que todo o pacote econômico e social será definido até a próxima sexta-feira (28).

Ontem, o governo anunciou somente o programa habitacional Casa Verde Amarela. Chamou atenção a ausência do ministro da economia no evento, principalmente porque vários outros ministros estavam presentes.

O público-alvo do programa Casa Verde Amarela, que é uma adaptação do Minha Casa Minha Vida, são famílias com renda média mensal de até R$ 7 mil. Os incentivos serão maiores para as regiões Norte e Nordeste. As mudanças foram feitas via Medida Provisória, que será enviada ao Congresso Nacional para votação.

4. Reeleição no Legislativo

No noticiário nacional, outro destaque é a notícia de que os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), têm mantido conversas reservadas com ministros do Supremo Tribunal Federal sobre a possibilidade de concorrerem à reeleição, em fevereiro de 2021.

O jornal O Estado de S.Paulo destacou que a movimentação marca uma mudança na postura de Maia, que até então vinha deixando ao colega senador a missão de articular uma saída jurídica que permita a recondução, hoje autorizada apenas em legislaturas diferentes.

Além disso, ontem foi aprovado no Senado, por unanimidade, o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), tornando-o permanente e com mais recursos da União.

O texto será promulgado hoje, às 11h, em sessão solene no Congresso Nacional. Esse é o principal mecanismo de financiamento da educação básica pública no Brasil. Segundo O Estado de S.Paulo, especialistas dizem que o fundo tem ainda mais relevância no cenário da pandemia, que exigirá maior esforço para garantir acesso, permanência na escola, além de qualidade de ensino.

O Fundeb foi criado em 2007 como um mecanismo temporário, mas agora será permanente, e terá mais recursos repassados pela União a Estados e municípios para pagar professores e outras despesas.

A PEC aumenta complementação da União na cesta do Fundeb dos atuais 10% do montante para 23%, em seis anos. Válido a partir de 2021, o fundo deve beneficiar mais 17 milhões de estudantes. No modelo atual, municípios pobres em Estados ricos saem prejudicados.

5. Radar corporativo

O mercado acompanha hoje o resultado do segundo trimestre da Yduqs (YDUQ3), após o fechamento do mercado. Também nesta quarta-feira começam as negociações das ações emitidas pela Rumo em oferta primária.

Outro destaque foi o resultado da Qualicorp (QUAL3), que divulgou ontem à noite lucro líquido de R$ 126,7 milhões no segundo trimestre de 2020, alta de 21,5% ante o mesmo período do ano anterior. O resultado foi beneficiado por ganhos não recorrentes com a venda de ativos.

Além disso, a Eneva (ENEV3) anunciou um acordo de acionistas entre as gestoras de fundos de investimentos Atmos, Dynamo e Velt, enquanto o presidente da Petrobras (PETR3;PETR4) afirmou que nem o governo nem o Congresso são favoráveis a uma privatização da estatal. Já a CSN (CSNA3) informou que avalia a oferta pública de ações da CSN Mineração.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

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