Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Dia é de aversão ao risco, com piora nas expectativas de fechamento de acordo comercial sino-americano; no Brasil, Bolsonaro recebe líderes do Brics

Equipe InfoMoney

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Os mercados operam hoje em baixa generalizada nesta quarta-feira em meio ao sentimento de aversão ao risco diante da piora nas expectativas em relação ao fechamento da fase 1 do acordo comercial entre Estados Unidos e China. Na véspera, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que o acordo poderia ocorrer e rapidamente, mas ponderou que se não houver consenso, ele irá elevar as tarifas contra o país oriental.

Os investidores, especialmente os locados na América Latina, acompanham ainda a onda mundial de protestos, que além de Hong Kong – que hoje viveu o terceiro dia consecutivo de escalada de violência –, se espalhou no Chile, onde uma greve geral está prevista, e na Bolívia, onde a segunda vice do Senado, Jeanine Añez, em uma manobra e sem aval do Congresso, se declarou presidente, falando em convocar eleições “o mais cedo possível”.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro receberá o líder chinês Xi Jinping, no Palácio do Itamaraty, quando haverá a assinatura de Assinatura de Atos, declaração à imprensa e um almoço. Ainda sobre Bolsonaro, ele oficializou sua saída do PSL, partido pelo qual foi eleito presidente, anunciando a criação de uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil.

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No Congresso, o debate sobre uma nova Constituinte trouxe divergências entre os presidentes das duas Casas. Rodrigo Maia fez duras críticas à hipótese, que surgiu após sugestão de Davi Alcolumbre, em meio à discussão de uma PEC sobre a prisão em segunda instância.

La fora, destaque para a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, às 13h, no Comitê Econômico Conjunto do Congresso. Entre os indicadores, destaque, às 10h30, ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e, às 14h, ao resultado fiscal americano.

Na agenda de indicadores, está prevista, às 9h00, a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio de setembro do IBGE.

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Confira os destaques desta quarta-feira:

1. Bolsas Internacionais

A ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera, que sem um acordo com os chineses “haverá aumentos significativos das taxas”, ampliou o sentimento de aversão ao risco derrubando os futuros de Nova York e as bolsas. “O comércio deve ser justo e, para mim, deve ser recíproco. Somos competitivos como nenhuma outra nação”, disse.

As declarações de Trump decepcionaram também os investidores que aguardavam por um posicionamento em relação ao tão esperado adiamento das tarifas a veículos importados da União Europeia.

Trump alertou ainda que uma vitória dos democratas em 2020 poderia colocar em risco os ganhos do mercado acionário obtidos ao longo de seu governo. Adicionalmente, cabe destacar que começam hoje os depoimentos relacionados ao seu processo de impeachment no Congresso.

O presidente americano disse ainda que o Federal Reserve coloca os EUA em desvantagem em relação a outros países e que é preciso seguir regras para acessar o mercado americano.

A renovação das críticas ao Fed acontece às vésperas de um novo discurso de Powell e da divulgação do CPI, quando a inflação ao consumidor deverá subir levemente em outubro em relação a setembro.

Para os investidores o importante será observar se a mensagem de Powell se mantém semelhante à contida na última ata do Fed, sinalizando que não são esperadas mudanças de rumo na política monetária, com as taxas estáveis.

Entre os indicadores, em setembro frente agosto, a produção industrial da zona do euro, ajustada sazonalmente, aumentou 0,1%, segundo estimativas do Eurostat, o escritório de estatística da União Europeia. Em agosto de 2019, a produção industrial aumentou 0,4%.

Já o CPI do Reino Unido subiu 1,5% em outubro ante igual mês do ano passado, desacelerando em relação ao ganho anual de 1,7% observado em setembro e atingindo o menor nível desde novembro de 2016. O resultado veio em linha com as estimativas, mas afastou ainda mais a inflação da meta do Banco da Inglaterra, de 2%.

Destaque ainda para o relatório Perspectiva da Energia Global da Agência Internacional de Energia (AIE), afirmando que a produção de xisto dos Estados Unidos remodelará os mercados de energia globais nos próximos anos, reforçando a influência do país, em contraposição aos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

A AIE afirma que, mesmo com o crescimento anual na produção americana desacelerando nos últimos anos, projeta que políticas já anunciadas significam que o país será responsável por 85% do aumento na produção global de petróleo até 2030.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h15 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,49%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,61%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,46%

*DAX (Alemanha), -1,03%
*FTSE (Reino Unido), -0,80%
*CAC-40 (França), -0,67%
*FTSE MIB (Itália), -1,07%

*Hang Seng (Hong Kong), -1,82% (fechado)
*Xangai (China), -0,33 (fechado)
*Nikkei (Japão), -0,85% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,85%, a US$ 56,30 o barril
*Petróleo Brent, -1,18%, a US$ 61,33 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 1,08%, cotados a 607,50 iuanes, equivalentes a US$ 86,58 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0159 (+0,13%)

*Bitcoin, US$ 8.811,10, +0,15%

2. Brics e PSL

O presidente Jair Bolsonaro recebe a partir de hoje, em Brasília, os líderes do grupo do Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em programação que segue até amanhã. Na agenda da reunião da cúpula, devem estar temas como o futuro do bloco, a onda de protestos e as mudanças climáticas.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, como esperado, o seu desligamento do PSL, partido pelo qual foi eleito, e a criação de outra legenda. “Hoje (ontem) anunciei minha saída do PSL e início da criação de um novo partido: “Aliança pelo Brasil”. – Agradeço a todos que colaboraram comigo no PSL e que foram parceiros nas eleições de 2018″, afirmou o presidente no Twitter.

O jornal O Estado de S.Paulo destaca que o plano com o novo partido é reforçar o enfrentamento com o ex-presidente Lula, sobretudo durante as eleições municipais previstas para o ano que vem. A intenção consolidar o projeto de derrota do PT e da esquerda, pavimentando o caminho para as eleições de 2022.

3. Congresso

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que é contra uma nova assembleia constituinte. Para o deputado, a proposta pode provocar muita insegurança no país. O tema surgiu após pressão de senadores para que entre em pauta a PEC que permite a prisão de réus após condenação em segunda instância.

“Eu discordo desse assunto. O Brasil tem uma Constituição que é jovem ainda. A gente tem dificuldade de encontrar na própria Constituição uma brecha para esse assunto. Acho que não é o melhor caminho, uma mudança constitucional pode ser instrumento, inclusive, de restrições de liberdades. Temos uma Constituição que tem coisas boas, coisas que precisam ser modificadas e coisas que precisam ser preservadas”, argumentou Maia.

Mais cedo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que uma nova Constituinte poderia ser a solução para enfrentar a polêmica em torno da prisão após condenação em segunda instância.

“A gente podia fazer uma nova [assembleia nacional] constituinte. Aí todo mundo renunciava aos mandatos, e a gente fazia logo uma nova constituinte. Eu estou disposto a fazer, se for para o bem do Brasil”, afirmou.

Alcolumbre se comprometeu ainda a pautar a discussão em plenário de propostas que permitam a prisão de réus após condenação em segunda instância. O compromisso foi feito com a presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Simone Tebet (MDB-MS).

“Acabamos de ter o compromisso do presidente Alcolumbre de que, uma vez aprovado qualquer projeto relacionado a possibilidade de prisão após [condenação] em segunda instância na CCJ, ele levará para o plenário do Senado, para discussão e votação”, disse Tebet.

A fala da presidente da CCJ muda o cenário apresentado horas antes pelo próprio Alcolumbre. Ao chegar no Congresso, ontem pela manhã, ele sugeriu que a questão só poderia ser abordada através de uma Assembleia Nacional Constituinte.

Horas depois, no entanto, o cenário mudou. Além de dar sinal verde para o trâmite da matéria no Senado, ele estaria disposto a ajudar na construção do texto possível para aprovação no plenário da Casa.

Adicionalmente, Alcolumbre adiou a votação da proposta que permite a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência para terça-feira, 19.
Os senadores ainda precisam votar emendas ao texto principal e o segundo turno da chamada PEC paralela. A votação dos destaques estava prevista para esta terça-feira, 12, mas foi adiada pela falta de quórum.

A oposição, sem votos para aprovar alterações, pediu o adiamento. Alcolumbre quer concluir a votação dos dois turnos na terça. “Se der tudo certo”, declarou. Ele enfatizou que a proposta será o primeiro item da pauta.

4. Economia

O Estadão destaca que o governo aproveitou a MP e os dois projetos de lei do pacote de emprego anunciado essa semana para fazer alterações na atual legislação trabalhista. Entre as mudanças, o novo sistema de homologação de acordos trabalhistas, reorganização do sistema de recursos e de fiscalização e permissão para que todos sejam convocados para trabalhar aos domingos e feriados, item incluído sem sucesso na MP da Liberdade Econômica.

A Folha acrescenta que as mudanças da MP modificam a legislação para todas as idades e são permanentes. Segundo a publicação, mais questões estão sendo discutidas por grupos técnicos e devem ser apresentadas pelo governo.

Hoje, oito centrais sindicais, entre elas CUT, Força Sindical e UGT, realizam protesto em frente ao Teatro Municipal, na região central de São Paulo, contra o desemprego, o pacote econômico do governo lançado na semana passada e o programa Verde Amarelo, que tem como lema incentivar a contratação de jovens – mas que inclui medidas que estão sendo vistas como uma nova reforma trabalhista. Entre outros pontos, o programa propõe taxar trabalhadores que estão no seguro-desemprego.

5. Noticiário Corporativo

No corporativo, estão previstas as divulgações dos balanços de Natura, Via Varejo, Vivara, Centauro, Cogna, Aliansce, Eztec, Rossi, Light, Cemig, Taesa, Alupar, Randon, Bradespar, Qualicorp, Positivo e Hapvida.

Entre os resultados divulgados à noite, a MRV registrou lucro líquido de R$ 160 milhões no terceiro trimestre deste ano. A cifra é 8% menor que o valor registrado no mesmo período do ano passado (R$ 174 milhões). Já a Wilson Sons viu seu lucro líquido recuar 9,5% na comparação com o mesmo período de 2018, totalizando US$ 14 milhões. A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 748 milhões, enquanto a Even lucrou R$ 16,5 milhões. Enquanto isso, a Trisul teve lucro de R$ 42,6 milhões.

A Petrobras iniciou o processo de venda de 100% de seus negócios de distribuição de combustíveis, lubrificantes e fertilizantes no Uruguai. O portfólio de ativos da estatal brasileira no Uruguai inclui uma rede de 90 postos, 16 lojas de conveniência, um terminal logístico de lubrificantes e uma planta de QAV, sendo a segunda maior distribuidora do país vizinho. Já o Magazine Luiza levantou R$ 4,73 bilhões com oferta de ações, segundo fontes consultadas pela Bloomberg.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Senado e Bloomberg)

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