Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Investidores repercutem saídas do ministério da Economia e vendas no varejo no Brasil; bolsas sobem apesar de tombo do PIB do Reino Unido e mais destaques

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Os investidores seguem esperando um acordo que propicie o novo pacote de ajuda aos Estados Unidos e que está sendo costurado entre democratas e republicanos. Essa expectativa ajudou a minimizar as notícias vindas do Reino Unido, que registrou o maior tombo de seu PIB e entrou em recessão pela primeira vez desde 2009.

No Brasil, a saída de mais dois integrantes da equipe econômica de Paulo Guedes levanta dúvidas sobre a agenda liberal que seria implementada pelo governo de Jair Bolsonaro. Já Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, unificaram o discurso em defesa do teto de gastos.

E na temporada de balanços, a XP Inc. anunciou crescimento de 148% do lucro líquido ajustado e a BR Distribuidora viu o resultado ser afetado pela pandemia do novo coronavírus.

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A empresa de meio de pagamento Stone e a desenvolvedora de software para o varejo Linx anunciaram a fusão de seus negócios.

1.Bolsas mundiais

As Bolsas europeias e os futuros americanos tentam se manter em terreno positivo enquanto esperam por um novo pacote de ajuda financeira nos Estados Unidos.

Na terça-feira, democratas e republicanos chegaram ao quarto dia da retomada de negociações para definir um pacote de estímulo adicional ao país. Há o temor de um impacto negativo na economia caso os benefícios do primeiro plano vençam antes da aprovação da nova ajuda.

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Os futuros do Dow Jones sobem 1,05% e os do S&P 500 registram valorização de 0,87%.
“Os preços (das ações) e os ciclos (de investimento) continuam a ser apoiados pelo impulso de surpresa econômica positiva”, disse, à Bloomberg, Matthew Sherwood, chefe de estratégia da Perpetual Investment.

Na Europa, o pregão é de ganhos apesar do tombo de 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido durante o segundo trimestre. Essa é a maior queda desde o início desse levantamento e também a primeira vez que o Reino Unido entra em recessão desde 2009.

O FTSE 100, de Londres, registra valorização positiva de 0,90%.

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Na Ásia, seguem as preocupações entre as tensões entre China e Estados Unidos.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h35

Nova York

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*S&P 500 Futuro (EUA), +0,87%

*Nasdaq Futuro (EUA), +1,00%

*Dow Jones Futuro (EUA), +1,05%

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Europa

*Dax (Alemanha), -0,10%

*FTSE 100 (Reino Unido), +0,90%

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*CAC 40 (França), +0,37%

*FTSE MIB (Itália), +0,90%

Ásia

*Nikkei 225 (Japão), +0,41% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,42% (fechado)

*Shanghai SE (China), -0,63% (fechado)

Commodities e bitcoin

*Petróleo WTI, +1,59%, a US$ 42,27 o barril

*Petróleo Brent, +1,51%, a US$ 45,17 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em queda de 0,89%, cotados a 832.500 iuanes, equivalente hoje a US$ 119,88 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,9444 (-0,03%)

*Bitcoin, US$ 11.530, -1,88%

2. Agenda

O IBGE divulgará às 9h os dados sobre as vendas de varejo referente ao mês de junho. As vendas no varejo devem ter tido alta de 5% em junho no comparativo mensal, após elevação de 13,9% em maio, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg.

Nos Estados Unidos, a inflação de julho medida pelo IPC será divulgada às 9h30 (horário de Brasília).

Às 11h, tem discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o bc americano) de Boston, Eric Rosengren. Mais tarde, às 16h, é a vez do pronunciamento da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly.

Já os estoques de petróleo bruto e derivados serão conhecidos às 11h30.

3. Noticiário político

O secretário especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o secretário de Desburocratização e Gestão, Paulo Uebel, deixaram a equipe econômica de Paulo Guedes. Já são cinco as baixas no Ministério da Economia desde julho.

Segundo o próprio Guedes, Mattar estava insatisfeito com o ritmo das privatizações e Uebel reclamou da falta de andamento da reforma administrativa, que trata dos servidores públicos.

O jornal “Folha de S.Paulo” destaca que essas movimentações ocorrem no momento em que há uma maior pressão por um modelo mais populista na economia, após o presidente Jair Bolsonaro ter visto sua popularidade subir com o pagamento do auxílio emergencial.

Após as saídas, ministro da Economia fez dobradinha em entrevista com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. Conforme destaca a XP Política, com a entrevista, o ministro buscou respaldo político do presidente Jair Bolsonaro, enquanto Maia fez uma tentativa dupla de blindagem – da agenda e de si próprio.

O discurso unificado é uma tentativa de barrar os anseios pelo aumento dos gastos públicos após o fim da pandemia do novo coronavírus.

Guedes afirmou ainda que iria “brigar” com ministros que propusessem formar de furar o teto de gastos e ainda lembrou que a insistência em manter despesas extraordinárias levou à queda da presidente Dilma Rousseff por “irresponsabilidade fiscal”.

Já Maia afirmou que não incluirá na pauta de votação do plenário qualquer proposta que permita o rompimento do teto. Segundo ele, a PEC da Guerra, criada para permitir gastos necessários durante a pandemia, terá vigência só até o final do ano.

4. Votação de vetos

O Congresso Nacional pode votar nesta quarta vetos presidenciais e projetos de lei que abrem créditos extras. A sessão será dividida em três horários: às 10 horas, com deputados; às 16 horas, com senadores; e às 19 horas, novamente com deputados.

Para que um veto do presidente da República seja derrubado, é necessário o apoio mínimo de 257 votos na Câmara dos Deputados e 41 no Senado.

Os parlamentares poderão votar 17 vetos presidenciais. Alguns deles são de 2019, como o Veto 56, que barrou 24 dispositivos do Pacote Anticrime; e o Veto 62, que cancelou totalmente o Projeto de Lei 5815/19, que prorrogava incentivos ao cinema.

5. Radar corporativo

A XP Inc. registrou um lucro líquido ajustado de R$ 565 milhões no segundo trimestre de 2020, valor 148% superior na comparação com igual período do ano passado e 36% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

A receita líquida, por sua vez, teve alta de 68% na comparação anual, passando de R$ 1,147 bilhão para R$ 1,921 bilhão.

A margem líquida ajustada passou de 19,9% no segundo trimestre de 2019 para 29,4% no mesmo período de 2020, uma alta de 9,51 pontos percentuais.

A combinação entre redução de volume e de preços fez o lucro líquido da BR Distribuidora cair 37,7% no segundo trimestre ante igual período do ano passado, para R$ 188 milhões.

O Ebitda ajustado ficou em R$ 816 milhões entre abril e junho, aumento de 61,3% na comparação anual, com o efeito positivo de uma recuperação de crédito de PIS/Cofins, que somou R$ 376 milhões.

A receita líquida caiu 38,1%, para R$ 14,9 bilhões de reais.

Já o endividamento bruto da empresa chegou a R$ 9,2 bilhões, alta de 49,6%. A empresa informou que essa elevação é decorrente das captações feitas em “caráter precaucional” para lidar com a pandemia da Covid-19.

E a empresa de meios de pagamento Stone anunciou na terça-feira á noite um acordo vinculante para unir sua área de software com a Linx, produtora de programas para o varejo. A transação poderia chegar a R$ 6,4 bilhões.

O acordo será implementado por meio de uma fusão de ações no Brasil, com cada ação da Linx sendo trocada por uma nova ação PN classe A e B da Stone. Após outras etapas, o valor base da operação será de R$ 33,7625 reais por ação da Linx.

Segundo a Stone, o valor base representa ágio de 41,6% sobre o preço médio das ações da Linux nos 60 dias anteriores a 7 de agosto e de 28,3% considerando os 30 dias prévios a esta data.

As ações da Linx fecharam o pregão de terça-feira em alta de 31,5%, a R$ 34,40. Em Nova York, onde são negociados, os papéis avançaram 11%, para US$ 52,39.

A companhia de energia Eneva registrou lucro líquido de R$ 85,8 milhões no segundo trimestre, ante R$ 15,8 milhões no mesmo período do ano passado.

O aumento do resultado se deveu basicamente aos valores relacionados a poços secos e a uma melhoria do resultado financeiro líquido.

O Ebitda ficou em R$ 279,2 milhões, uma redução de 2%.

(Com Bloomberg, Agência Câmara e Agência Estado)

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