Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Mercados internacionais esperam a ata do Fomc, enquanto no Brasil deve ser anunciado pacote de privatizações

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou a sessão da véspera em queda de 0,25%, aos 99.222 pontos, pressionado pelo cenário externo, em meio às preocupações em relação à possibilidade de uma desaceleração da economia mundial. 

A retração do índice brasileiro de ações reflete, sobretudo, o fluxo de saída do investidor estrangeiro, que migra da renda variável para ativos mais seguros – o que vem elevando o dólar nas últimas sessões.

Hoje, os mercados mantêm a cautela à espera da divulgação da ata reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) da última reunião do Federal Reserve, que sai às 15h (horário de Brasília). Entretanto, o discurso de Jerome Powell, na sexta-feira, durante evento anual do Fed, deverá trazer maiores indicações sobre os rumos da política monetária norte-americana, já que a situação se deteriorou muito após a última reunião do Fomc.

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No Brasil, o Banco Central começa hoje a atuar no mercado de câmbio, com a venda de dólar em leilão à vista das reservas internacionais totalizando US$ 550 milhões. Vale destacar que ontem a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 4,05. A venda de dólares à vista não ocorria desde 2009, em meio à crise financeira global.

Os investidores devem acompanhar hoje ainda o anúncio por parte do governo da privatização de 17 empresas, segundo informou ontem à noite, durante um evento do jornal Valor Econômico, o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele se reúne hoje com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, às 9h30, quando deve discutir a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.

Confirma os destaques desta quarta-feira:

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1. Bolsas Internacionais

As bolsas na Ásia fecharam de forma mista, no aguardo das novas sinalizações sobre a política monetária global, assim como das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, teria afirmado, durante um almoço restrito a executivos, esta semana em Nova York, acreditar que a guerra comercial com a China pode chegar ao fim na eleição presidencial de 2020, segundo relato de pessoas que comparecem ao encontro, diz a CNBC.

Já o yuan chinês onshore foi negociado a 7,0591 contra o dólar, depois que o Banco Popular da China fixou a taxa média diária em 7,0433, um pouco mais forte do que a estimativa da Reuters. O yuan offshore foi negociado a 7,0643.

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Na Europa, as ações operam em alta, no início desta manhã, após os principais índices fecharem em queda na véspera, com o aumento das preocupações com a crescente crise política italiana.

A saída do Reino Unido da União Europeia também pode ganhar um novo capítulo com o encontro previsto da chanceler alemã Angela Merkel com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na tentativa de melhores condições para o Brexit.

Está prevista para amanhã uma série de eventos na Europa, com destaque à última ata da reunião do Banco Central Europeu e o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do Euro, Alemanha e França.

Entre as commodities, os futuros de minério operam em forte queda, enquanto o petróleo registra valorização, após dados de queda nos estoques dos EUA acima do esperado.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 07h31 (horário de Brasília):

S&P 500 Futuro (EUA), +0,71%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,82%
Dow Jones Futuro (EUA), +0,62%
DAX (Alemanha), +1,02%
FTSE (Reino Unido), +1,05%
CAC-40 (França), +1,44%
FTSE MIB (Itália), +1,71%
Hang Seng (Hong Kong), +0,15% (fechado)
Xangai (China), +0,01% (fechado)
Nikkei (Japão), -0,28% (fechado)
Petróleo WTI, +1,12%, a US$ 56,76 o barril
Petróleo Brent, +1,47%, a US$ 60,91 o barril
Bitcoin, US$ 10.227,07, -4,41%
R$ 42.650, -2,45% (nas últimas 24 horas)
Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian recuavam 4,30%, cotados a 589,50 iuanes, equivalentes a US$ 83,44 (nas últimas 24 horas).

2. Agenda Econômica

Com uma agenda interna fraca, apenas com os dados de fluxo cambial semanal, que serão divulgados pelo Banco Central do Brasil, os investidores vão monitorar os dados externos.

Nos Estados Unidos, às 11h, serão informadas as vendas de moradias usadas de julho, enquanto às 11h30 saem os números semanais de estoques de petróleo. Já à noite, no Japão, está prevista a divulgação do PMI.

3. Noticiário Econômico

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo deverá anunciar hoje as 17 empresas públicas que serão incluídas na lista de privatização até o final do ano. Guedes não adiantou o nome das empresas, mas disse que o governo vai acelerar ainda mais as privatizações.

“As coisas estão acontecendo devagarzinho, vai uma BR Distribuidora aqui, daqui a pouco vem uma Eletrobras, uma Telebras, daqui a pouco vem também os Correios, está tudo na lista”, disse, sobre o anúncio de hoje. Segundo ele, “ano que vem tem mais”.

Guedes disse que o governo atingiu, em agosto, a meta de arrecadação de recursos com privatizações, de R$ 80 bilhões, estipulada para todo o ano de 2019. “Na privatização nós vamos acelerar. E nós achamos que vamos surpreender”, disse, à noite durante evento em São Paulo.

Ainda na economia, destaque para a nova modalidade de financiamento imobiliário, atrelado à inflação, como alternativa à taxa referencial (TR). Ontem, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou que a instituição passará a oferecer juros entre 2,95% e 4,95% ao ano mais IPCA.

Com uma expectativa para a inflação em 2019 em 3,71%, as taxas iriam variar entre 6,66% e 8,66% para este ano. Para o ano que vem, o IPCA já está previsto em 3,90%. A taxa antiga, porém, segue existindo. Atualmente, a TR está zerada.

Segundo Guimarães, com a adoção do IPCA, haverá queda de 35% no valor da prestação no caso de um financiamento com taxa mais cara (4,95%). Isso na comparação com os contratos tradicionais, ligados à TR. No caso de contratos com taxa mais barata (2,95%), a queda no valor da prestação foi estimada em 51%.

Já o diretor executivo e de Relações com Investidores do Bradesco, Leandro Miranda, disse que o banco não teria nenhum problema de oferecer crédito imobiliário com taxas baseadas no IPCA como referência. O problema é se o mutuário gostaria de assumir o risco inflacionário por um período tão longo.

Segundo Miranda, inicialmente, o Bradesco busca entender o novo regulamento, mas afirma que para os bancos “não seria problema”. “Para nós acho viável porque tem proteções de inflação através de derivativos. Se quiser transformar a taxa em fixa você tem possibilidade de securitizar essa carteira de 12 anos junto a fundos de pensão e companhias de seguro. Mas atende o consumidor?”, questiona Miranda.

Estudo realizado pela equipe de análise de mercado imobiliário do JPMorgan mostra, entretanto, que a dívida total do mutuário pode subir, o que serve como contraponto à propaganda do governo federal de que o crédito ficará mais barato.

O endividamento cresce porque, além do juro, a dívida passará a ser corrigida pelo IPCA em vez da TR – que atualmente está zerada. Por isso, esse montante total tende a crescer mais no longo prazo, apontou o JPMorgan.

4. Noticiário Político

O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu injetar cerca de R$ 500 bilhões em Estados e municípios ao longo de 15 anos com medidas para descentralizar recursos que hoje ficam nas mãos da União. A sinalização foi feita em reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e lideranças da Casa para discutir um novo pacto federativo.

A descentralização de recursos para Estados e municípios vinha sendo prometida por Guedes desde a campanha eleitoral. Mas a medida preocupa uma ala da área econômica, que vê na “enxurrada” de dinheiro um incentivo para que governadores e prefeitos deixem o ajuste fiscal de lado. Até agora, eles continuam fora do alcance da reforma da Previdência, embora os gastos com aposentados e pensionistas sejam o principal problema nas contas estaduais.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, informou que o governo dará apoio a seis medidas que integram o pacote. Embora o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tenha dito que a revisão do pacto federativo será composta de quatro propostas de emenda à Constituição (PEC) e dois projetos de lei, Rodrigues disse que o governo tentará convencer o Congresso a unificar todas as propostas numa única PEC e em um único projeto de lei, de autoria do Senado, a ser apresentado até o início da próxima semana.

Ainda na política, a Justiça Eleitoral condenou o ex-prefeito de São Paulo e candidato do PT às eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad, pelo crime de caixa dois. Na sentença, o juiz Francisco Carlos Inouye Shintate determinou pena de 4 anos e 6 meses de reclusão. O petista recorrerá da decisão.

O processo nasceu da apuração que visava identificar o uso de recursos da empreiteira UTC Engenharia na confecção de material de campanha à reeleição do então prefeito paulistano, em 2012. O magistrado absolveu o petista de outras acusações, como formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Em nota, a defesa de Haddad disse que vai recorrer da decisão. Os advogados do petista dizem que a condenação sustenta que a campanha teria indicado em sua prestação de contas gastos com material gráfico inexistente, o que, segundo eles, é refutado por testemunhas e documentos apresentados no processo.

5. Noticiário Corporativo

O plenário da Câmara rejeitou a Medida Provisória 879, que prevê um aporte de R$ 3,5 bilhões na Eletrobras, e a matéria foi arquivada. Já havia um acordo entre as lideranças da Casa para deixar a matéria, que perde sua validade nesta quarta, caducar. O governo já conta com uma proposta alternativa, que deverá ser enviada ao Congresso como projeto de lei sobre o mesmo tema e com um pedido de urgência.

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) emitiu decisão favorável à Petrobras em um processo administrativo fiscal que trata da cobrança de CIDE-Importação sobre remessas ao exterior para pagamento de contratos de afretamento, em 2013. O valor aproximado é de R$ 5,1 bilhões, segundo informações do balanço. A empresa não deu detalhes, mas afirma que o julgamento não altera a classificação de expectativa de perda possível.

Ainda sobre a petroleira, os seus empregados participaram de um processo de consulta promovido pelos sindicatos para avaliar as propostas de acordo coletivo da direção da companhia, que “não atendem aos anseios da categoria”, segundo o diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Adaedson Costa. Já há posição entre empregados sobre uma possível greve.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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