Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Bolsas mundiais operam próximas à estabilidade; Livro Bege do Fed, produção industrial no Brasil e mais destaques desta quarta

Equipe InfoMoney

Sede do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA

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SÃO PAULO – A sessão desta quarta-feira (2), véspera de feriado no Brasil em que a B3 estará fechada, é de leves altas para os principais mercados mundiais. Nesta data, os investidores aguardam pela divulgação do Livro Bege pelo Federal Reserve, que poderá dar mais indicações sobre o ritmo da atividade econômica nos EUA, às vésperas do Relatório de Emprego, que será divulgado na manhã de sexta-feira (4).

No Brasil, após a surpresa positiva com os dados do PIB do primeiro trimestre (e que ajudou o Ibovespa a renovar máxima histórica), os investidores ficam atentos aos dados de produção industrial de abril. Já no radar corporativo, atenção para o noticiário de aquisições. Confira os destaques:

1.Bolsas mundiais

Os índices futuros americanos operam próximos à estabilidade nesta quarta-feira (2). Na terça, os índices voltaram a funcionar depois do feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, e também tiveram pouca alteração.

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As bolsas asiáticas fecharam com desempenhos variados entre si, e as europeias operam de forma similar. Investidores acompanham sinais de inflação nos Estados Unidos, e uma possível mudança na política do Federal Reserve.

Na terça, o Dow chegou a subir mais de 300 pontos, mas fechou com ganhos de 47 pontos, ou elevação de 0,14%. O S&P rompeu com uma sequência de três dias de altas, e fechou com recuo de dois pontos. O Nasdaq perdeu 0,09%.

Ações atreladas à reabertura da economia tiveram desempenho relativamente melhor. Os papéis de empresas de aviação e operadoras de cruzeiros tiveram fortes altas, à medida que o número de novos casos de Covid continua a cair nos Estados Unidos, e a vacinação continua a avançar.

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O grupo de ações do setor de petróleo foi aquele que se saiu melhor no índice S&P na terça, após uma forte alta nos preços da commodity, que fez os futuros do barril tipo West Texas Intermediate subir ao seu maior preço em mais de dois anos.

O índice S&P está 0,8% abaixo de seu nível recorde de maio, e o Dow, 1,5% abaixo. O índice Nasdaq está 3,3% abaixo de seu recorde histórico, de abril. Investidores têm receio de que a recente aceleração da inflação nos Estados Unidos leve o Fed a alterar a sua política de compra de ativos.

As bolsas asiáticas fecharam a quarta-feira com resultados variados entre si. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,46%, enquanto que o Topix subiu 0,84%. Na Coreia do Sul, o Kospi fechou com alta de quase 0,1%.

O Hang Seng Index, de Hong Kong, perdeu cerca de 0,6%. O Shanghai composto, da China, perdeu 0,76%m e o componente Shenzhen caiu 1,176%.

Apesar de notícias sobre suspensão temporária da produção, as ações da Toyota, no Japão, subiram 2,18%, e as da Honda, 4,55%. As altas ocorreram apesar de notícias de que as fabricantes de automóveis suspenderam temporariamente a produção na Malásia devido ao lockdown nacional, que se iniciou na terça.

As bolsas europeias também têm desempenhos variados entre si nesta quarta pela manhã, seguindo o comportamento dos mercados globais. O índice Eurostoxx, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, sobe 0,1%.

Ações ligadas aos setores de petróleo e gás sobem 0,6%, liderando os ganhos, enquanto que o setor de recursos básicos recua 0,5%.

Também na Europa, o temor quanto à inflação e uma potencial mudança de política do Fed pesam sobre o mercado. Investidores dos dois lados do Atlântico aguardam a divulgação de dados de emprego dos Estados Unidos nesta semana, assim como as próximas reuniões do Fed e do Banco Central Europeu.

Além disso, ações na Ásia tiveram resultados variados entre si na quarta-feira. Investidores também se mantêm atentos ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na Rússia, que reúne autoridades e executivos no país.

Às 6h foi divulgada a inflação medida pelo IPP (Índice de Preços ao Produtor) na Zona do Euro, que marcou 7,6% em abril na comparação anual, frente a projeção de 7,3% e ao patamar anterior, de 4,3%.

Veja o desempenho dos principais índices às 7h40 (horário de Brasília):
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,02%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,08%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,12%
Europa
*Dax (Alemanha), +0,13%
*CAC 40 (França), +0,21%
*FTSE MIB (Itália), +0,24%
Ásia
*Nikkei (Japão), +0,46% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,58% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,07% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,76% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,96%, a US$ 68,37 o barril
*Petróleo Brent, +1,14% a US$ 71,01 o barril
*Bitcoin +2,09%, a US$ 37.136,5
**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 2,77%, cotados a 1168,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 183,04 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,38

2. Agenda

Às 5h foi divulgado o índice IPC-Fipe relativo a maio, que marcou 0,41% de inflação em São Paulo, frente a 0,44% anterior. Às 9h são divulgados dados sobre produção industrial em abril no Brasil, com expectativa, segundo consenso Refinitiv, de alta de 0,1% na comparação com março e de expressivos 37% na comparação anual, levando em conta que o mesmo mês do ano passado foi um período de forte queda do setor.

Às vésperas do Relatório de Emprego Payroll na sexta, às 15h é divulgado o Livro Bege, do Fed, com análises da atividade de cada um dos distritos do banco central americano. No mesmo horário, Charles Evans, presidente do Fed de Chicago, Raphael Bostic, do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto) do Fed e Lael Brainard, também membro do Fomc, realizam discursos.

Às 14h10, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, realiza um discurso.

Às 22h45 é divulgado o índice PMI (índice do gerente de compras) do setor de serviços Caixin, relativo a maio na China.

3. Covid no Brasil

Na terça (1º), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.870, queda de 4% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 2.346 mortes.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 61.370, queda de 5% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 77.898 casos. 46.224.872 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 21,38% da população. A segunda dose foi aplicada em 22.374.235 pessoas, ou 10,57% da população.

Em sua fala à CPI do Senado, a médica Nise Yamaguchi negou a tentativa de mudar a bula da cloroquina de forma que ela passasse a recomendar o remédio contra a Covid. O medicamento é recomendado para tratar o protozoário causador da malária, mas não tem eficácia cientificamente comprovada contra a Covid.

A fala de Nise contradiz os depoimentos do ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta, e do presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres.

Nise também afirmou desconhecer a existência de um “gabinete paralelo” que orientava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à margem das recomendações do próprio Ministério da Saúde. Ela afirmou que opinava como cientista em reuniões técnicas do Ministério.

Em determinado momento da CPI, o senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, pressionou Nise com questões técnicas sobre o coronavírus, e a questionou sobre a diferença entre um vírus e um protozoário.

Nesta quarta, fala à CPI a infectologista Luana Araújo. Ela permaneceu 10 dias no governo, como secretária do Ministério da Saúde responsável pelo combate à Covid. Com seu depoimento, os senadores devem obter informações sobre a gestão de Marcelo Queiroga, que será ouvido pela segunda vez na semana que vem.

Além disso, o presidente Jair Bolsonaro elogiou na terça-feira o acordo de transferência de tecnologia por meio do qual a Fiocruz passará a produzir vacinas da AstraZeneca contra Covid-19. O contrato dá ao Brasil as diretrizes sobre a fórmula e o passo a passo da produção, de modo que o país deixará de precisar importar o IFA (ingrediente farmacêutico ativo) da China. A Fiocruz passará a ter o direito de produzir e entregar o insumo.

Bolsonaro aproveitou o evento para elogiar o trabalho dos ex-ministros general Eduardo Pazuello, da Saúde, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, na negociação. “Nisso que acabamos de assinar agora, ou melhor, fazer aqui uma devida ressalva, cumprimentar o trabalho do antecessor do Queiroga, o Eduardo Pazuello, e do antecessor também do Carlos França, Ernesto Araújo, que trabalharam e muito nessa questão deste acordo que acabamos de assinar”, disse ele.

Mais cedo, Pazuello havia sido nomeado para o cargo de secretário de Estudos Estratégicos da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República.

O ex-ministro, que é general da ativa, vai despachar no Palácio do Planalto, no momento em que enfrenta um processo disciplinar no Exército por ter participado de um ato político em defesa do governo, no Rio de Janeiro, há 10 dias. Esse tipo de participação é vedado aos militares da ativa.

Bolsonaro aproveitou a cerimônia de assinatura do contrato de transferência tecnológica para anunciar que os governadores do Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal concordaram em sediar jogos da Copa América.

Ao iniciar seu discurso, Bolsonaro disse que serão observados no torneio os mesmos protocolos de segurança sanitária da Copa Libertadores.

E o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de cinco dias para o presidente Jair Bolsonaro para explicar sobre aglomerações, o não uso de máscaras e outras medidas de prevenção ao Covid-19, em ação movida pelo PSDB.

O partido cobrou do STF que exija que Bolsonaro cumpra as medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde no enfrentamento à pandemia. Fachin determinou que, no mesmo prazo, a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República se pronunciem antes de decidir sobre o assunto.

4. Aceleração da economia, crise hídrica e Bolsonaro no Patriota

Na manhã de terça, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o PIB brasileiro cresceu 1,2% no primeiro trimestre frente aos três meses imediatamente anteriores e retomou o patamar pré-pandemia, embora o ritmo de alta tenha perdido força.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comemorou o resultado e previu um crescimento de pelo menos 4% da economia brasileira neste ano. “1,5% o PIB do primeiro trimestre, não sei se é cumulativo, e repetir em todos os trimestres… Lógico que ninguém está falando que vai crescer 6%, mas a previsão aí é no mínimo 4%, que já é um número bastante grande levando-se em conta aí o uso político por causa da pandemia por parte de alguns”, disse o presidente a apoiadores ao chegar ao Palácio da Alvorada.

Apesar da referência a 1,5% feita pelo presidente, o crescimento do PIB no primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2020 foi de 1,2%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expansão foi de 1%.

A surpresa positiva com os números do PIB impulsionou uma série de revisões para cima nas projeções de bancos para o desempenho da economia neste ano. O Goldman Sachs elevou a estimativa 5,5%, ante 4,6%. O Bank of America agora espera expansão de 5,2%, bem acima dos 3,4% do cenário anterior, enquanto o Citi ajustou seu prognóstico para 5,1%, contra 3,6% antes. O BNP Paribas agora vê expansão de 5,5%, acima da taxa de 4,5% esperada antes. O Barclays aumentou a taxa esperada para 4,8%, de 4,3%. O Bradesco corrigiu a perspectiva de crescimento da atividade em 2021 para 4,8%, de 3,3% antes. E o Credit Suisse melhorou sua expectativa a 4,9%, de 4,0%.

“Esperamos que a economia se recupere visivelmente nos próximos trimestres, em conjunto com o progresso da vacinação contra a Covid, uma reabertura gradual da economia, estímulo fiscal renovado (e) recuperação da confiança do consumidor e das empresas”, disse em nota o chefe de pesquisa econômica do Goldman Sachs (GS) para a América Latina, Alberto Ramos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu na terça-feira, após o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, que o crescimento da atividade econômica naturalmente colocará pressão sobre o risco hidrológico que o país vivencia. “Isso é uma dimensão de Ministério de Minas e Energia, eles estão atentos a isso, estão tomando as providências que acham cabíveis. Agora, nós vamos crescer, e isso, naturalmente, vai botar alguma pressão”, afirmou Guedes quando questionado sobre uma eventual crise hídrica no país. De acordo com ele, a atual conjuntura mostra que o país precisa privatizar a Eletrobras.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou um “gabinete de situação”, equivalente a um gabinete de crise, para monitorar as condições de suprimento. Na semana passada, o governo emitiu alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em cinco Estados, que se seguiu ainda ao registro das piores chuvas em 91 anos entre setembro e maio, informou o Ministério da Agricultura.

O presidente Bolsonaro também falou na terça sobre a perspectiva de se filiar ao Patriota, um dia após a filiação de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro. “Está quase certo, estamos negociando, é como um casamento, né? Tem que ser programado, planejado, para não dar problema”, disse Bolsonaro, em conversa no Palácio da Alvorada.

Após o fracasso na tentativa de criar um partido próprio, o Aliança pelo Brasil, Bolsonaro começou a ser assediado por partidos para se filiar com o intuito de disputar a eleição presidencial no próximo ano.

Ainda em destaque, deputados aprovaram em sessão do Congresso Nacional na terça projeto que recompõe mais de R$ 19,767 bilhões a despesas primárias obrigatórias reduzidas durante a tramitação da Lei Orçamentária Anual deste ano para o pagamento, em boa parte, de benefícios sociais. Aprovada no final de março, a lei orçamentária é alvo de críticas por não ter destinado valores o suficiente para despesas obrigatórias.

O Projeto de Lei do Congresso Nacional 4 ainda precisa ser analisado pelos senadores, em uma sessão do Congresso Nacional convocada para a tarde desta terça-feira. Segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária, R$ 3,68 bilhões são para subvenção aos programas de financiamento agropecuário do Plano Safra, o principal programa governamental para financiamento da agricultura brasileira, especialmente de pequenos e médios produtores.

5. Radar corporativo

A BB Seguridade afirmou nesta terça-feira que não recebeu comunicação formal sobre nomeação de um novo presidente-executivo por parte seu controlador. O comunicado do grupo, braço de seguros e previdência do Banco do Brasil BBAS3.SA, veio após a versão online do jornal O Estado de S.Paulo ter publicado na véspera que o executivo Amauri Aguiar de Vasconcelos deve ser o novo presidente da BB Seguridade.

A empresa brasileira de meios de pagamentos StoneCo informou na véspera que teve lucro líquido de R$ 158,3 milhões no primeiro trimestre, o que representa um aumento de 15,5% em relação à mesma etapa do ano passado. A empresa informou também que teve adição líquida de 138 mil clientes únicos de janeiro a março e que espera ter de 1,4 milhão a 1,5 milhão de clientes ativos em pagamentos neste ano e que seu lucro e receita acelerem significativamente ante 2020.

As aquisições também movimentam o noticiário corporativo desta quarta: o Fleury anunciou nesta terça-feira a compra de 100% do Laboratório Pretti e do Laboratório Bioclínico, marcando a entrada da companhia especializada em diagnósticos médicos no Estado do Espírito Santo. O Fleury pagou R$ 193,1 milhões pelo Laboratório Pretti, enquanto desembolsou outros R$ 122 milhões para assumir o Laboratório Bioclínico. Já a Rede D’Or São Luiz concluiu a compra do Hospital Serra Mayor, de São Paulo, por R$ 130 milhões. Já a Dasa  celebrou contrato para a compra de 100% da HBA – Assistência Médica e Hospitalar por R$ 850 milhões.

A Ambipar, por sua vez, anunciou a compra de 70% de participação na Centro Oeste Resíduos; o valor da operação não foi revelado.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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