Bolsas em queda, falas de Powell e Yellen, ata do Copom e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Confira no que ficar de olho na sessão desta terça-feira

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Os principais índices mundiais registram queda na sessão desta terça-feira (28), com os investidores atentos ao cenário de alta das taxas de juros pelo mundo.

A sessão é novamente de alta para o petróleo, o que eleva o rendimento dos títulos em meio a preocupações com a inflação, afetando especificamente os índices de ações mais ligados à tecnologia, caso do Nasdaq. Na véspera, as ações de empresas ligadas à tecnologia no Brasil também tiveram forte queda.

Os investidores ainda acompanham com atenção os discursos de Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no Senado americano, assim como de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, no Fórum do BCE.

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Já por aqui, o Banco Central divulgou durante a  manhã a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O Banco Central sinalizou em comunicado da última reunião avançar os juros em “terreno contracionista” e anteviu um ajuste de “mesma magnitude” para o próximo encontro, após subir a Selic em 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano.

Na ata, o Copom destacou ter avaliado os custos e benefícios de acelerar o ritmo da elevação dos juros, concluindo que, neste momento, a manutenção do atual ritmo de ajuste associada ao aumento da magnitude do ciclo de ajuste da política monetária para patamar significativamente contracionista é a estratégia mais apropriada para assegurar a convergência da inflação para as metas de 2022 e 2023.

Confira os destaques:

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1. Bolsas mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros americanos recuam nesta terça de manhã.

Na segunda o rendimento dos títulos com vencimento em dez anos avançou, em meio a maior confiança com economia e temores de inflação, superando brevemente a marca de 1,5% na segunda, seu nível mais alto desde junho.

Na segunda, o Dow Jones avançou 71 pontos; o S&P perdeu 0,3%; e o Nasdaq Composto recuou 0,5%.

O mercado também está atento para o testemunho do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que preparou declarações que devem ser apresentadas nesta terça. Powell afirmou que a inflação pode persistir mais tempo do que o esperado.

Ele afirmou: “A inflação está elevada e deve permanecer assim nos próximos meses antes de ficar moderada (…) Conforme a economia continua a reabrir e os gastos são retomados, vemos uma pressão sobre os preços, particularmente por conta de gargalos em alguns setores. Esses efeitos vêm sendo maiores e mais duradouros do que o previsto, mas vão arrefecer e, assim que isso ocorrer, a inflação deve recuar à nossa meta de prazo mais extenso, de 2%”.

Na semana passada, o banco central americano indicou que está pronto para iniciar o processo de lenta redução de estímulos que vêm sendo injetados na economia na pandemia.

Outro tema que vem pesando sobre os mercados é a possibilidade de um “shutdown” do governo americano. Ou seja, de uma redução do funcionamento de serviços do Estado. Na segunda-feira, republicanos do Senado barraram um projeto que suspenderia o teto de gastos e financiaria o governo.

O país tem até a quinta-feira para aprovar um novo orçamento que garanta a continuidade do funcionamento da máquina pública. Do contrário, há risco de um “shutdown”.

Na quinta, a Câmara dos Estados Unidos deve votar um projeto de infraestrutura bipartidário de US$ 1 trilhão, já aprovado pelo Senado. A quinta também marcará o dia final de negociações nas Bolsas de setembro e do terceiro trimestre.

No mês, o Dow recua 1,4%; o S&P perde 1,8%; e o Nasdaq Composto já perdeu 1,9% desde setembro.

Apesar de preocupações do mercado, no ano o Dow tem alta de cerca de 14%; o S&P e o Nasdaq também acumulam altas.

Ásia

As bolsas asiáticas tiveram em sua maioria quedas na terça, em meio a reduções sobre as previsões de PIB da China por várias empresas.

Na segunda, o Goldman Sachs reduziu sua expectativa sobre o crescimento do PIB do país de 8,2% para 7,8%. O Nomura reduziu sua previsão de 8,2% para 7,7%.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve alta de 1,2%; na China continental, o Shanghai composto avançou 0,54%; na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 1,14%; no Japão, o Nikkei recuou 1,19%.

Europa

As bolsas europeias têm em sua maioria quedas nesta terça. O índice Stoxx 600 recua 1,2%, com destaque negativo para ações de tecnologia, que perdem 3,2%, enquanto que as do setor de petróleo e gás avançam 0,8%.

Os mercados europeus digerem as incertezas em relação às eleições na Alemanha, após a votação no domingo. O Partido Social Democrata (SPD na sigla em alemão) obteve a maior parcela dos votos, 25,7%, enquanto que o bloco de tendências de direita de Angela Merkel, formado por União Democrática Cristã e União Social Cristã, obteve 24,1% dos votos.

Agora, é provável que as negociações entre esses dois grandes partidos e dois partidos menores, o Verde e os Democratas Livres, levem semanas, ou mesmo meses.

Anteriormente, o SPD rejeitou a possibilidade de formar uma nova grande coalizão com o bloco de direita. Ambos os partidos afirmam que ganharam as eleições, após os resultados.

Commodities

O barril de petróleo Brent é negociado acima de US$ 80 o barril, em mais uma evidência da crise global de energia e sinais de que a demanda supera a oferta e esgota os estoques. A cotação de referência internacional ampliou o recente período de ganhos e atingiu o maior nível desde outubro de 2018. O barril de petróleo West Texas Intermediate também subiu.

O rali do petróleo é acompanhado por uma série de previsões altistas para os preços de bancos e operadores, projeções de aumento da demanda no inverno do hemisfério norte e sinais de que o setor não está investindo o suficiente para garantir a oferta. O salto para US$ 80 aumenta a pressão inflacionária sobre a economia global quando os preços das commodities de energia disparam. O gás natural europeu, as licenças de carbono e a eletricidade alcançaram novas máximas na terça-feira, com poucos sinais de desaceleração do rali.

Por outro lado, cortes de energia na China aceleram a redução da produção nas siderúrgicas e tiram força do minério de ferro, o que voltou a levantar dúvidas sobre a demanda pela matéria-prima.

Os futuros em Singapura chegaram a cair 7,4%, eliminando os ganhos da segunda-feira, já que a crise de energia na China, que lidera a produção global de aço, restringe as atividades industriais. Com a queda, o minério de ferro interrompe um rali de cinco dias que levou os preços de volta a US$ 120 na segunda-feira em meio a expectativas de aumento dos estoques antes do feriado de uma semana do Dia Nacional. O insumo siderúrgico continua a enfrentar obstáculos, pois a China pretende reduzir a produção anual em relação ao recorde do ano passado, e as restrições devem se intensificar até o fim do ano.

Veja os principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,56%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,95%
*Nasdaq Futuro (EUA), -1,67%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,6%
*Dax (Alemanha), -1,14%
*CAC 40 (França), -1,8%
*FTSE MIB (Itália), -1,17%

Ásia

*Nikkei (Japão), -0,19% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,54% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,2% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -1,14% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, +1,05%, a US$ 76,24 o barril
*Petróleo Brent, +0,83%, a US$ 80,19 o barril
*Bitcoin, -4,2% a US$ 41.791,2
*Sobre o minério: **O minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian registra queda de 2,93%, a 678 iuanes, ou US$ 105
USD/CNY = 6,46

2. Agenda

O destaque da sessão fica para as falas de autoridades de bancos centrais pelo mundo, enquanto por aqui atenção para a ata do Copom. O Banco Central sinalizou em comunicado do último encontro avançar os juros em “terreno contracionista” e anteviu um ajuste de “mesma magnitude” para a próxima reunião, após subir a Selic em 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano.

Já na ata, o Banco Central ponderou subir os juros para além do ajuste de 1 ponto que acabou adotando, mas chegou à conclusão que a dose era adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2022 enquanto avalia com mais cautela o estado da economia após o impacto causado pela crise de Covid-19.

Brasil

8h: Divulgada a ata do Comitê de Política Monetária (Copom)
a partir das 19h: Paulo Guedes, ministro da Economia, participa de dois eventos. Primeiro, do lançamento da obra “Cirurgia Robótica – Princípios e Fundamentos” e, meia hora depois, de Fórum Nacional do Comércio para falar sobre o tema “Brasil em Pleno Crescimento”.

Europa

9h: Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, realizará um discurso
9h30: Luis de Guindos, do BCE, realiza um discurso
10h45: Fabio Panetta, do BCE, realiza um discurso
12h: Isabel Schnabel, do BCE, realiza um discurso
15h: Fabio Panetta realiza um discurso

Estados Unidos

10h: Charles Evans, do Fed de Chicago, realiza um discurso
11h: Jerome Powell, presidente do Fed, realiza um discurso, assim como Janet Yellen, secretária do Tesouro, no Comitê Bancário do Senado dos EUA
14h: Michelle Bowman, do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) do Fed, realiza um discurso

3. Covid e CPI

Na segunda (27), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 524, patamar 1% acima daquele de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 218 mortes.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em 7 dias foi de 18.588, alta de 23% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 15.092 novos casos.

Chegou a 145.005.445 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 67,98% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 87.436.784 pessoas, ou 40,99% da população.

A dose de reforço foi aplicada em 669.515 pessoas, ou 0,31% da população.

Nesta terça, a CPI da Covid no Senado ouve a advogada Bruna Morato, que representou os médicos e ex-médicos da Prevent Sênior que denunciaram as supostas irregularidades da operadora de saúde em um dossiê.

O documento afirma que a operadora disseminou cloroquina e outros medicamentos ineficazes contra Covid como parte de um acordo com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A comissão afirma que recebeu indícios de que a operadora ocultou mortes por Covid de pacientes que haviam recebido remédios ineficazes.

O Ministério Público Federal de São Paulo estabeleceu uma força-tarefa que tem o objetivo de apurar a suspeita de crimes de homicídio, falsidade ideológica e omissão de notificação a autoridades.

Na quarta-feira, a CPI deve ouvir o empresário Luciano Hang, dono da Havan e apoiador de Bolsonaro. Sua mãe, Regina Hang, está entre os pacientes da Prevent que morreram de Covid, mas não tiveram a causa da morte devidamente informada no atestado de óbito.

O empresário é suspeito de integrar um suposto gabinete paralelo do presidente Jair Bolsonaro para aconselhamento durante a pandemia, e de financiar práticas sem base científica para combate à Covid.

4. Auxílio Brasil e reforma do Imposto de Renda

A Câmara dos Deputados aprovou na segunda-feira, em sessão do Congresso Nacional, o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que cria as bases para a instituição do novo programa social em substituição ao Bolsa Família, e permite que seja usada como medida compensatória proposta que ainda esteja em tramitação no Congresso.

Esse é o caso, por exemplo, de projeto da reforma do Imposto de Renda, citada como compensação pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na exposição de motivos que acompanha o PLN.

O texto que altera o IR ainda não teve sua tramitação concluída e aguarda votação no Senado. O PLN altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e foi editado, segundo justificativa de Guedes, para acolher uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

A corte determinou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que fixe valor de benefício descrito na lei do Renda Básica de Cidadania e siga a diretriz de unificação de programas sociais de combate à pobreza e extrema pobreza.

Também na segunda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que se a reforma do Imposto de Renda não for pautada no Senado o presidente da Casa dará um sinal de que não está preocupado com o Bolsa Família.

Após reunião com o relator no Senado da proposta, senador Angelo Coronel (PSD-BA), o ministro voltou a frisar que a reforma é crucial para financiar a expansão do programa de transferência de renda.

O texto estipula a tributação de dividendos como fonte de recursos para o Auxílio Brasil. “O IR como fonte de recursos e a PEC dos precatórios como espaço fiscal é a chave para possibilitarmos Bolsa Família mais forte”, disse ele a jornalistas.

“Se (o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco) colocar na gaveta na verdade está dizendo ao povo brasileiro que não está preocupado com o Bolsa Família”, acrescentou o ministro.

O senador, por sua vez, disse que irá ouvir agora os segmentos empresariais afetados pela reforma que o procurarem, para em seguida discutir com a equipe econômica a confecção de um relatório “palatável”.

“Relatório será apresentado”, disse ele, ao ser questionado sobre a perspectiva de votação do projeto ainda neste ano. “Quanto à questão de votação, vai depender de o presidente pautar”, complementou.

que o reforço ao Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil pelo governo Jair Bolsonaro, exige a cooperação dos Poderes.
“Nós precisamos do Congresso e precisamos posteriormente de uma interpretação do Supremo (Tribunal Federal)“, afirmou ele, ao participar de evento no Palácio do Planalto.

Guedes reforçou que, para expandir o programa, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios abre espaço fiscal no Orçamento e a reforma do Imposto de Renda garante a fonte de recursos para reforço do programa. “São duas medidas complementares”, frisou ele.

5. Radar corporativo

Vale (VALE3)

A Vale emitiu comunicado ao mercado com detalhes sobre o incidente que deixou 39 funcionários presos no subsolo da Mina Totten em Sudbury, Ontário (Canadá).

“Na tarde de domingo, na mina de Totten, uma pá escavadeira que estava sendo transportada no acesso à mina subterrânea se desprendeu, bloqueando o shaft (aberturas para a passagem de tubulações) e, com isso, indisponibilizando o meio de transporte dos empregados”, aponta a companhia.

Segundo a mineradora, os empregados estavam na mina no momento do incidente e imediatamente dirigiram-se às estações de refúgio como parte do procedimento padrão.

A empresa diz manter frequente comunicação com eles desde o ocorrido, e que não há relato de ferimentos, além de terem acesso a água e comida.

“A equipe de resgate alcançou os mineradores e iniciou a movimentação via acesso de escadas secundário. Resgatar os empregados de forma segura e rápida é nossa prioridade número um”, conclui a Vale.

Petrobras (PETR3;PETR4)

Na reta final do pregão da véspera, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, defendeu a política de preços da companhia durante coletiva de imprensa “surpresa”, o que agradou o mercado. Questionados sobre a defasagem atual entre os preços internacionais e aqueles praticados pela companhia, tanto Luna quanto dirigentes não descartaram novos reajustes nos combustíveis.

Diretor-executivo de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella pontuou que, nos últimos meses, houve mudanças significativas no mercado internacional, mas que grande parte delas foi compensada por flutuações do câmbio no sentido contrário. No entanto, uma redução de oferta de petróleo, especialmente nos Estados Unidos, e uma perspectiva de elevação da demanda internacional de energéticos tem puxado os valores para cima.

Camil (CAML3)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição da companhia de massas Santa Amália pela Camil, informou a empresa compradora na segunda-feira.

A operação, que marcou a entrada da Camil no setor de massas, foi anunciada ao mercado no mês passado, em um negócio de R$ 260 milhões. Com a compra, a Camil também assumirá o endividamento da Santa Amália da ordem de R$ 150 milhões.

Eneva (ENEV3)

A Eneva inaugurou na segunda-feira a Unidade de Tratamento de Gás (UTG) Azulão, no campo de mesmo nome em Silves (AM), que enviará o produto por carretas para a geração da usina térmica Jaguatirica II, em Roraima, informou a companhia.
O projeto integrado Azulão-Jaguatirica, cujo investimento total soma 1,8 bilhão de reais, torna possível a comercialização do gás do campo de Azulão, na Bacia do Amazonas, comprado há três anos pela Eneva da Petrobras, que o descobriu na década de 90 e o declarou comercial em 2004.

JSL (JSLG3)

A JSL aprovou a incorporação da totalidade das ações emitidas pela Fadel, comprada pela companhia em 2020.

(com Reuters, Bloomberg e Estadão Conteúdo)

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