Outubro começa com queda para bolsas; preocupação com inflação e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Confira os destaques do noticiário na sessão desta sexta-feira (1)

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Após um setembro negativo para o Ibovespa, o mês de outubro começa com queda para os principais índices mundiais.

Os investidores estão à espera de novos dados de inflação nos EUA em meio a preocupação com alta de preços, desaceleração econômica mundial, redução de estímulos pelos bancos centrais, além de gargalos nas cadeias globais de abastecimento e intervenções feitas pelo governo chinês.

Nesta sexta, saem os dados do índice de gastos pessoais nos EUA. Mais cedo, o índice de preço ao consumidor (IPC) anual de setembro subiu 3,4% na Zona do Euro na comparação anual, o maior patamar desde 2008. Confira mais destaques:

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1. Bolsas mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros americanos recuam nesta sexta (1) pela manhã.

Na quinta, o Dow perdeu 226 pontos. Tanto o S&P quanto o Nasdaq operaram no negativo, acumulando perdas.

No mês, o S&P acumulou queda de 4,8%; o Dow acumulou perda de 4,3%; e o Nasdaq, de 5,3%.

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No S&P o setor de energia teve os melhores resultados, com alta de mais de 9%. No ano, o S&P acumula alta de 15%. Apesar da queda em setembro, o índice está apenas 5,2% abaixo de seu recorde, atingido no início de setembro.

Na quinta-feira, tanto o Senado quanto a Câmara dos Estados Unidos passaram uma lei de curto prazo que deve manter o governo em funcionamento até 3 de dezembro, e a enviaram para que o presidente democrata Joe Biden a assine, o que aconteceu na véspera.

Agora, investidores aguardam pela divulgação de dados de inflação a serem divulgados nesta sexta nos Estados Unidos.

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A expectativa é de que o núcleo do índice de gastos pessoais, usado como medida pelo Federal Reserve para determinar suas políticas, tenha alta de 0,2% em agosto e de 3,5% na comparação anual, segundo economistas ouvidos pela Dow Jones.

Em julho, o indicador subiu 3,6% na comparação anual, sua maior alta desde 1991.

Ásia

As bolsas asiáticas recuaram na sexta. O Nikkei do Japão, teve as maiores perdas, de 2,31%. O sentimento entre fabricantes no país melhorou nos últimos três meses encerrados em setembro, segundo o índice trimestral tankan do Japão, divulgado na sexta. O índice marcou 18 pontos, frente a 14 no trimestre anterior.

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Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 1,62%; em Hong Kong, os mercados permaneceram fechados por conta de um feriado; e os da China continental permanecem fechados por conta do feriado da Semana Dourada, que dura desta sexta até 7 de outubro.

Europa

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, cai 0,9%, com destaque negativo do setor de bancos, que perde 1,9%. O único setor positivo é o de serviços, com alta de 0,7%.

No noticiário econômico, o índice de preço ao consumidor (IPC) anual de setembro subiu 3,4% na Zona do Euro na comparação anual, o maior patamar desde 2008.

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Veja os principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,46%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,4%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,35%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,94%
*Dax (Alemanha), -0,75%
*CAC 40 (França), -0,8%
*FTSE MIB (Itália), -0,88%

Ásia

*Nikkei (Japão), -2,31% (fechado)
*Shanghai SE (China), (não abriu)
*Hang Seng Index (Hong Kong), (não abriu)
*Kospi (Coreia do Sul), -1,62% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -0,68%, a US$ 74,5 o barril
*Petróleo Brent, -0,5%, a US$ 77,92 o barril
*Bitcoin, +3,9% a US$ 44.907,83
*Sobre o minério: **A bolsa de Dalian permanece fechada por conta de um feriado
USD/CNY = 6,45

2. Agenda

Brasil

10h: Índice do Gerente de Compras (PMI) industrial Markit relativo a setembro
11h: Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, faz palestra sobre cenário macroeconômico
15h: Balança comercial relativa a setembro

Estados Unidos

9h30: Núcleo de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) relativo a agosto, com projeção Refinitiv de alta de 0,2% na base mensal
9h30: Renda pessoal relativa a agosto
11h: Gastos com construção de agosto
11h: Índice de Condições Atuais da Universidade de Michigan relativo a setembro
14h: Discurso de Patrick Harker, do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) do Fed

Europa

12h30: Pronunciamento de Isabel Schnabel, do Banco Central Europeu

3. Covid, CPI e vacinação

Na quinta (30), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 540, patamar 1% abaixo daquele de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 637 mortes.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em 7 dias foi de 16.831, queda de 8% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 27.979 novos casos.

Chegou a 146.605.293 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 68,73% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 91.454.456 pessoas, ou 42,87% da população.

A dose de reforço foi aplicada em 882.684 pessoas, ou 0,41% da população.

Em fala à CPI da Covid no Senado na quinta-feira, o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury questionou a eficácia das vacinas, disse que máscaras não funcionam para evitar a propagação do vírus e defendeu medicamentos ineficazes contra a Covid. A cúpula da CPI da Covid afirma que viu em suas falas crimes contra medidas sanitárias.

Em sua live semanal ao vivo pelas redes sociais na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou se a pressão para que as pessoas se vacinem contra a Covid-19 não seria motivada por interesses econômicos. Ele aproveitou para defender que a terceira dose, recomendada a certos grupos, seja fornecida sem custos.

Para embasar sua afirmação, o presidente citou reportagens da mídia nacional sobre as possibilidades de lucros de farmacêuticas com a vacinação e as doses de reforço.

“Por que a pressão por vacinas? Será interesse comercial”, questionou Bolsonaro, na tradicional transmissão semanal.
“Ora, pessoal, não era suficiente uma ou duas doses? As empresas não diziam que era assim? Pois se tem a terceira dose, tem que ser de graça, ou não é? Não é direito do consumidor?”

O presidente, que desde o ano passado questiona a eficácia das vacinas e declarou não ver necessidade de tomar o imunizante contra a Covid-19, disse que não iria ser “politicamente correto” ou “brincar com a vida dos outros” e voltou a dizer que há pessoas com duas doses da vacina que contraíram a doença e faleceram.

Também voltou a defender tratamento sem eficácia comprovada contra a Covid, sem citar diretamente os nomes dos medicamentos.

4. Combustíveis, ICMS, gás e Previdência

Em sua transmissão semanal pelas redes sociais na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender votação de projeto que fixa o ICMS cobrado sobre os combustíveis nos Estados e falou sobre a possibilidade da criação de um fundo que possa amortecer a flutuação do preço dos combustíveis.

Bolsonaro disse já ter recebido a sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que trabalha para votar o projeto de lei complementar que trata do ICMS uma das ideias prevê uma alíquota fixa para o ICMS, ad rem.

Lira afirmou nesta semana que não há definição de mérito, mas adiantou que deputados passariam os próximos dias colhendo dados e informações.

“Na semana que vem, o Arthur Lira disse que está fazendo um trabalho”, disse Bolsonaro.

Ao citar que alguns Estados têm anunciado a redução do ICMS, Bolsonaro defendeu que a solução passa pela fixação da alíquota.

O presidente disse ainda que tem estudado alternativas para reduzir o impacto das oscilações do preço dos combustíveis, e uma das teses passa pela criação de um fundo, ideia também levantada por parlamentares.

“Criar um fundo regulador. Ver o lucro da Petrobras (PETR4), aquele que vem para o governo federal, para nós, ninguém vai meter a mão em nada. Será que esse dinheiro da Petrobras que vem para nós será, eu estou perguntando, será, eu não estou afirmando que é um lucro bilionário, nós não podemos converter e ir para esse fundo regulador?”, questionou Bolsonaro.

“Toda vez que dá um aumento, você não repassar todo o aumento ou não repassar aumento nenhum”, acrescentou.
Nesta semana, Lira afirmou que parlamentares estudavam a possibilidade do uso de dividendos ou ainda de recursos do gás do pré-sal para a composição de um fundo regulador de preços.

O presidente aproveitou a live para deixar claro que não irá interferir na política de preços: “se eu tabelar, complica a situação”.

Segundo reportagem de capa do jornal O Globo, após a Petrobras aportar R$ 300 milhões para subsidiar o GLP a famílias pobres, o governo avalia criar um vale-gás para famílias de baixa renda, em especial beneficiários do Bolsa Família.

A proposta de criação do vale-gás é estudada pelo Ministério da Cidadania, e não há previsão de custo do programa.

A alta dos preços do botijão de gás é um dos principais fatores que vêm impulsionando a inflação, ao lado da alta dos preços da energia elétrica. O país passa por uma grave crise hídrica que afeta a produção de hidrelétricas.

Mais cedo na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que não acredita que será preciso um racionamento de energia no país, mas pediu para que a população adote medidas de economia.

“Não acreditamos em racionamento, mas sempre peço à população, dá para apagar um ponto de luz agora aí na sua casa, ajudem-nos”, disse ele.

O presidente afirmou que o país foi obrigado a decretar uma bandeira acima da vermelha e que isso não é “maldade do governo”.

O governo federal passou a tomar diversas medidas para minimizar o risco de apagão, com a religação de usinas termelétricas, que produzem energia mais cara.

Em entrevista à rádio Jovem Pan na segunda-feira o presidente havia afirmado, no entanto, que não seria possível garantir que o país não passará por um apagão de energia nos próximos meses, apesar de estudos do governo apontarem que o fornecimento regular estará garantido.

Além disso, o procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou uma série de pareceres ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que se colocou contrário a pontos da reforma da Previdência promulgada pelo Congresso Nacional em 2019, no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro.

Em quatro ações propostas por entidades representativas de servidores, Aras se manifestou contrário a alguns pontos da reforma aprovada.

Foi o caso das novas regras para pensão por morte, o aumento da base de contribuição imposta a aposentados e a previsão de contribuição extraordinária para servidores.

“No caso de aposentados e pensionistas, o entendimento do PGR é que a ampliação da base de contribuição de aposentados e pensionistas do regime próprio viola os princípios da isonomia e da dignidade humana ao comprometer as condições de subsistência dessas categorias, reduzindo de forma excessiva seu poder aquisitivo”, disse a PGR, em comunicado.

Os jornais também seguem repercutindo a ideia, defendida por parte do governo, de usar a PEC dos precatórios para prorrogar o auxílio emergencial, mas proposta não é consensual, ainda mais no Ministério da Economia, onde encontra resistência explícita. Secretário Especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, teria dito em encontro com investidores que não assinaria qualquer medida nessa direção, segundo fontes ouvidas pelo Estadão.

5. Radar corporativo

BRF (BRFS3)

O Conselho de Administração da BRF aprovou nesta quinta-feira a criação de um programa de recompra de até 3.696.858 de ações ordinárias, mediante determinadas condições, informou a companhia em fato relevante.

Segundo a empresa, o objetivo do programa é cumprir obrigações e compromissos assumidos no âmbito de planos de outorga de opções, já aprovados em assembleias.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras confirmou no final do pregão da véspera que recebeu ofertas vinculantes de dois consórcios pelos campos de Albacora e Albacora Leste, com lances que podem superar US$ 4 bilhões para ambos os ativos.

Os consórcios que participam da fase vinculante são PetroRio/Cobra e EIG Global Energies Partners/Enauta/3R Petroleum.

A Petrobras disse ainda que está analisando as ofertas e que o início da fase de negociação será submetido à deliberação da diretoria executiva da companhia, após a conclusão da análise das ofertas.

“A companhia esclarece que a celebração da transação dependerá do resultado das negociações, bem como das aprovações corporativas necessárias”, disse a empresa.

A venda dos campos de Albacora representaria uma vitória para a Petrobras, que está vendendo dezenas de ativos em uma tentativa de reduzir a dívida e concentrar os investimentos nas prolíficas áreas do pré-sal.

Ultrapar (UGPA3)

Em assembleia geral extraordinária, a Ultrapar apresentou aos acionistas a oferta de direito de preferência para a subscrição de ações resgatáveis e aquisição de ações alienadas de emissão da subsidiária Oxiteno, vendida em agosto para Indorama por US$ 1,3 bilhão.

Os acionistas terão 30 dias para, na proporção de suas participações, subscreverem no mínimo 36.457.574 e no máximo 42.891.264 ações emitidas e adquirir 35.102.127 ações alienadas. Segundo a companhia, as duas transações tem que ser adotadas conjuntamente, ou seja, os acionistas não podem optar por uma ou por outra transação.

MRV (MRVE3)

A construtora MRV  anunciou que concluiu a venda de um empreendimento na Flórida, EUA, por US$ 123 milhões em Valor Geral de Venda (VGV).

De acordo com fato relevante, a venda das unidades do Banyan Ridgee Tamiami Landings, trouxe para a MRV uma receita líquida de US$ 57,5 milhões e um lucro bruto de US$ 33,1 milhões.

Oncoclínicas (ONCO3)

A Oncoclínicas assinou memorando de entendimentos vinculante para a aquisição da Unity, grupo de clínicas oncológicas no Brasil, com 24 unidades em 5 Estados e no Distrito Federal. O valor acordado é de R$ 558 milhões pagos em dinheiro e 45.765.246 ações.

“Caso concluída, a operação permitirá o incremento da presença do Grupo Oncoclínicas no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Pernambuco, além de marcar o ingresso da companhia na região Norte do Brasil (Estado do Amazonas)”, afirma a empresa em fato relevante. Segundo o grupo, a compra também permitirá a expansão da companhia para o interior do estado de São Paulo.

Considerando a conclusão da operação, o Ebitda ajustado da Oncoclínicas estimado para os 12 meses seguintes ao fechamento, após a incorporação das sinergias estimadas, será de aproximadamente R$ 145 milhões. A transação precisa ser aprovada pelos acionistas da Oncoclínicas e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Unifique (FIQE3)

A Unifique anunciou a compra de três provedores de internet e ativos de fibra ótica em Santa Catarina: a MKS NET SC, a TVC e a Fibramaxx. As aquisições somam juntas cerca de 33 mil clientes, o que representa em conjunto 10% da base de clientes atuais da companhia no Estado, e fazem parte de sua estratégia de crescimento onde já possui liderança de mercado na tecnologia fibra ótica, e de abranger o maior número de cidades possível. Não foram divulgados os valores das transações.

A MKS NET SC possui mais de 20 anos de atuação no segmento internet banda larga em Itapema, Balneário Camboriú, Navegantes, Bombinhas e Porto Belo. Possui aproximadamente 21 mil clientes atendidos por tecnologia fibra ótica. Segundo o fato relevantem a Unifique, que já possui presença nas cidades acima, amplia sua atuação com grande potencial de sinergia decorrente da diluição de custos fixos de sua operação e do aumento de receitas pelos serviços a serem ofertados à nova base de clientes e potenciais clientes da rede de fibra ótica adquirida.

Estapar (ALPK3)

A Estapar informou que mantém negociações em estágio avançado para a potencial aquisição da Zul Digital, por meio de compra de uma parcela de ações da empresa e incorporação das ações de emissão da Zul Digital pela companhia.

“As características da potencial aquisição, incluindo o preço por ação, relação de troca e a estrutura definitiva, estão sujeitas à conclusão das negociações dos documentos definitivos em termos satisfatórios para as partes envolvidas, bem como da eventual aprovação dos acionistas das companhias envolvidas, de forma que não há qualquer garantia de que a Potencial Aquisição será concluída com sucesso”, afirma a companhia em fato relevante.

Neogrid (NGRD3)

A Neogrid fechou contrato de compra da Lett, companhia especializada em trade marketing digital (estratégia de venda online), e tem como objetivo conectar marcas e consumidores para criar jornadas de compras no e-commerce.

O valor da aquisição é de R$ 38,454 milhões, o que representa 3,6 vezes o ARR (receita recorrente anual), e é composto por um pagamento inicial de aproximadamente 57% do valor e três parcelas com vencimentos em 120, 360 e 720 dias.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil confirmou na quinta que fez uma captação internacional no dia 13 de setembro de US$ 750 milhões em títulos de dívida sênior (bonds), com vencimento em 30 de setembro de 2026 e cupom de 3,25% ao ano, cuja liquidação financeira ocorreu ontem.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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