Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta terça-feira

Confira os principais eventos deste pregão

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – A volta do feriado na B3 promete ser de ganhos para o Ibovespa, em um movimento de ajuste após a alta dos mercados mundiais da véspera que se prolonga nesta terça-feira. Vale destacar que o investidor estrangeiro relevou num primeiro momento o susto com a tentativa fracassada de libertar o ex-presidente Lula no último domingo. Embora possa ajudar na mobilização do PT, episódio não muda cenário de que Lula ficará fora da eleição, diz Eurasia. Nesta terça-feira, a agenda se limita a leilões de títulos do Tesouro e swaps do BC. Veja mais abaixo:

1. Bolsas mundiais

Em continuidade ao movimento da véspera, quando os mercados mundiais tiveram ganhos em dia de bolsa fechada no Brasil, a sessão foi de alta para os principais índices mundiais. Os índices europeus operam em alta, na expectativa de uma temporada de resultados bastante positiva.

Para as bolsas asiáticas, Xangai e Nikkei se recuperaram das quedas das últimas sessões, em luz da guerra comercial com os EUA que deu o pontapé inicial na quinta-feira (5), quando Donald Trump confirmou que as tarifas de US$ 34 bilhões sobre bens chineses passariam a valer a partir de sexta-feira. Nesse mesmo dia, a China retaliou, aplicando tarifas de US$ 30 bilhões sobre produtos americanos.. Enquanto isso, Hang Seng fechou próxima a estabilidade.

Continua depois da publicidade

No mercado de commodities, os preços dos contratos futuros do petróleo brent sobem, conforme petroleiros noruegueses se preparam para entrar em greve ainda hoje. A manifestação vem após uma negociação salarial fracassada e tem aumentado preocupações sobre uma falta de fornecimento, com dificuldades também em outras regiões, como a Líbia, cuja produção caiu de uma máxima de 1,28 milhões de barris por dia em fevereiro a 527 mil por dia, segundo afirmou o chefe da National Oil Corporation na segunda-feira (9).

A Arábia Saudita e outros membros da Opep concordaram em junho por aumentar a produção de petróleo para cobrir essa deficiência e segurar as altas dos preços. Já os Estados Unidos afirmou que quer zerar importações do Irã até novembro, o que também deve impulsionar a produção em outras regiões.

Às 8h (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

Continua depois da publicidade

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,19%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,24%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,29%

Publicidade

*DAX (Alemanha) +0,40%

*FTSE (Reino Unido) +0,25%

*CAC-40 (França) +0,54%

Continua depois da publicidade

*FTSE MIB (Itália) +0,56%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,02% (fechado)

*Xangai (China) +0,44% (fechado)

Publicidade

*Nikkei (Japão) +0,66% (fechado)

*Petróleo WTI +0,57%, a US$ 74,27 o barril

*Petróleo brent +1,22%, a US$ 79,04 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,44%, a 459 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin US$ 6.561, -3,07%
R$ 25.920 -0,31% (nas últimas 24 horas)

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

2. Desempenho dos ADRs no feriado 

Em dia de B3 fechada por conta do feriado em São Paulo, os ADRs (American Depositary Receipts) das empresas brasileiras negociadas em Nova York tiveram na última segunda-feira (9) um dia de ganhos, seguindo o bom humor dos índices no mundo todo, conforme o mercado deixa de lado um pouco os temores da guerra comercial entre EUA, China e Europa, que ainda segue no radar. Com o bom humor internacional, o impacto do episódio Lula que ocorreu no domingo na bolsa deve ser reduzido

O índice Dow Jones Brazil Titans, que reúne os principais ADRs de empresas brasileiras, teve alta de 1,17%, atingindo 19.472 pontos. O destaque ficou para os ativos PBR da Petrobras, que subiram 2,5% e fecharam a US$ 10,69, enquanto a BRF, por sua vez, avançou 4,4%, após o Barclays elevar sua recomendação para os ativos da companhia. Clique aqui e veja mais detalhes do movimento do mercado no feriado.

 

Confira o desempenho dos principais ADRs brasileiros na NYSE:

Empresa ADR Variação Preço
CSN SID +3,17% US$ 2,12
Bradesco BBD +0,21% US$ 7,22
Santander BSBR +0,85% US$ 7,70
Itaú Unibanco ITUB +0,23% US$ 10,90
BRF BRFS +4,43% US$ 6,24
Ultrapar UGP +0,83% US$ 12,16
Sabesp SBS -0,80% US$ 6,21
Pão de Açúcar CBD +0,71% US$ 20,44
Fibria FBR -0,21% US$ 18,76
Copel ELP -0,52% US$ 5,69
Ambev ABEV +0,32% US$ 4,66
Telefônica Brasil VIV +0,82% US$ 11,70
TIM Participações TSU +1,53% US$ 17,25
Embraer ERJ -0,30% US$ 23,37
Cemig CIG -0,26% US$ 1,93
Petrobras PBR.A +2,82% US$ 9,47
Vale VALE +1,11% US$ 13,18
Petrobras PBR +2,59% US$ 10,69
Gerdau GGB +1,40% US$ 3,99

3. Agenda da semana

A agenda econômica desta terça-feira é fraca, com destaque para os dados de preços ao produtor de junho e de pedidos de máquinas de maio do Japão, a serem revelados às 20h50. 

Na semana, o principal dado doméstico será a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) de maio, que segundo a GO Associados deve ter queda de 1,6% no conceito restrito (não inclui automóveis e materiais de construção) e de 4,1% no conceito ampliado. O dado será divulgado pelo IBGE na quinta-feira às 9h. Na sexta-feira, serão divulgados os dados de serviço. 

Nos EUA, o mercado avalia os dados de inflação ao consumidor na quinta-feira às 9h30, em busca de qualquer sinal de aumento acima do previsto da inflação, que poderia ampliar as apostas em alta dos juros. A estimativa mediana para o CPI anual aponta leve aceleração de 2,8% para 2,9% em junho. O Federal Reserve, por sua vez, divulgará relatório de política monetária no dia 13, que precederá fala de Jerome Powell no Congresso na semana seguinte. 

4. Caso Lula e mais noticiário político

Apesar dos ADRs não mostrarem um grande impacto, o caos gerado no último domingo com a batalha sobre a soltura ou não de Lula voltou a ligar o alerta sobre a política doméstica. Na manhã do dia 8 de julho, o desembargador de plantão no TRF-4, Rogério Favreto, que foi filiado ao PT por quase 20 anos, acatou um pedido de habeas corpus e mandou soltar Lula, pegando todo o Brasil de surpresa e criando uma disputa jurídica que durou o dia inteiro.

Após esta primeira decisão, o juiz Sérgio Moro se negou a cumprir a liminar dizendo que Favreto, na condição de plantonista do Tribunal, não poderia ter tomado a decisão. Com isso, ele encaminhou o caso para o relator do TRF-4, João Pedro Gebran Neto, que mandou o ex-presidente permanecer preso. Isso não foi suficiente para Favreto, que reiterou sua decisão de soltar o ex-presidente, estipulando um prazo que durou até 17h12 de domingo. Porém, nada ocorreu até este horário, sendo que cerca de uma hora depois, o presidente do Tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, deu decisão contra a soltura, colocando um ponto final na disputa.

Leia também:
– 8 perguntas para entender a confusão jurídica que quase soltou Lula
– William Waack: Dois males foram criados com “guerra de liminares” para soltar Lula
– Rogério Favreto: quem é o desembargador do TRF-4 que quase soltou Lula

Conforme destaca o Estadão, o PT faz ofensiva contra prisão de Lula e deputado afirma que vai recorrer ao STF contra decisão do TRF4 de revogar libertação. Líderes partidários ouvidos pelo Estado veem aumento da chance de Lula ser libertado; há a possibilidade de o ministro Dias Toffoli, vice do STF, analisar o caso, dado que a presidente Cármen Lúcia deve assumir a presidência em três ocasiões neste mês, em viagens de Temer.

5. Noticiário corporativo

No radar corporativo, a BRF teve a recomendação elevada pelo Barclays com o novo plano de Pedo Parente. Já o Valor informa que a venda da Braskem deve ser assinada com LyondellBasell até outubro, mesmo mês em que o governo paulista marcou o leilão da Cesp. O mesmo jornal informa que a Petrobras está perto de concluir venda de sua fatia na PetroÁfrica. Já a Cemig concedeu mais prazo em alienação de ativos de telecom. 

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.