Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta terça-feira

Confira os principais eventos da semana nos mercados

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário político é bastante movimentado nesta terça-feira. Além da expectativa pela apresentação do relatório da denúncia contra Michel Temer na CCJ da Câmara, o mercado fica de olho na notícia sobre um possível avanço da reforma da previdência. No exterior, o receio sobre o plano fiscal de Donald Trump é destaque. Confira no que se atentar nesta sessão: 

1. Bolsas mundiais

Em um dia com poucos indicadores econômicos, a política é destaque tanto no Brasil quanto lá fora. Após três altas contra real, o dólar cai no exterior ante demais moedas com receio de que o plano fiscal de Donald Trump não seja aprovado no Senado, enquanto a libra sobe após a premiê Theresa May ganhar apoio para sua abordagem sobre o Brexit. Por outro lado, a bolsa espanhola volta a cair antes de fala de líder da Catalunha no parlamento, diante da possibilidade de declaração de independência.

Já na Ásia, a Bolsa de Tóquio encerrou os negócios desta terça-feira no maior nível em mais de dois anos, em virtude da expectativa de que a coalizão governista do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, consolide seus poder e mantenha o foco em políticas econômicas depois da eleição parlamentar marcada para o dia 22. 

No mercado de commodities, os contratos futuros de petróleo operam com ganhos nesta terça-feira, após a Arábia Saudita anunciar planos para cortar suas exportações em novembro. Além disso, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) mostrou ontem uma posição otimista sobre o mercado, o que colabora para o movimento, amparado ainda pelo dólar em geral mais fraco. 

Às 8h10 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,01%

*FTSE (Reino Unido) +0,19%

*DAX (Alemanha) -0,08% 

*FTSE MIB +0,19%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,58% (fechado)

*Xangai (China) +0,27% (fechado)

*Petróleo WTI +1,33%, a US$ 50,24 o barril

*Petróleo brent +1,06%, a US$ 56,38 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -2%, a 440 iuanes

2. Agenda de indicadores

Em dia de agenda vazia no Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará o PIM – Produção Industrial Regional – de agosto às 9h00.

Na volta do feriado de Dia do Colombo dos EUA, atenção para as falas de dirigentes regionais do Federal Reserve: às 11h00, Neel Kashkari, de Minneapolis, fará discurso, ao passo que Robert Kaplan, de Dallas, irá falar a partir das 21h00. 

3. Segunda denúncia contra Temer
A Câmara dos Deputados começará a análise da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução da justiça e organização criminosa. A sessão está marcada para começar às 10h00, mas o relator da denúncia, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), já afirmou que pretende entregar relatório a partir das 15h00. Após apresentação do deputado Bonifácio de Andrada, a defesa de Temer e dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, também envolvidos, poderá expor argumentos.

Conforme destaca o jornal O Globo, em meio ao processo de votação da denúncia, Temer retarda decisões polêmicas, como veto ao Refis e adiamento de reajuste de servidores, para evitar desgaste. 

4. Reforma da Previdência mais enxuta

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, em meio à tramitação da segunda denúncia contra o presidente, lideranças governistas no Congresso lançaram uma nova ofensiva para apresentar à base aliada uma proposta mais enxuta da reforma da Previdência. A estratégia é colocar o texto em votação no plenário da Câmara em novembro, após a análise da denúncia. 

O grupo está preparando um texto alternativo (ou emenda aglutinativa) ao parecer do deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA) que foi aprovado em maio em uma comissão especial da Casa. Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) diz que a emenda deve se concentrar em três mudanças: idade mínima de aposentadoria, tempo mínimo de contribuição e uma regra de transição para quem já contribui hoje com a Previdência.

5. Noticiário corporativo

O InfoMoney traz entrevista com o CEO (Chief Executive Officer) da Estácio, Pedro Thompson, que aponta a virada da história da companhia, que já disparou 120% na bolsa desde o fracasso da fusão com a Kroton. Ele conta os três pilares para a mudança de visão sobre a empresa e, apesar de não descartar fusões e aqusições, ressalta que o foco é no aumento da rentabilidade. Confira a entrevista clicando aqui. 

O Estadão aponta que há três nomes cotados para a presidência da BRF: Gilberto Xandó, Ivan Zurita e Antonio Ramatis. A Direcional divulgou dados operacionais referentes ao terceiro trimestre deste ano, período que o VGV (Valor Geral de Vendas) totalizou R$ 115 milhões, crescimento de 156% quando comparado a igual trimestre de 2016. Além disso,  segundo a Folha, Temer articula socorro à Oi e pode estender dívida a 20 anos.

Do lado das revisões de recomendações, o Bradesco BBI reforçou seu otimismo com o setor de papel e celulose, mantendo Fibria como top pick. Já o Santander vê setor de alimentos e bebidas ganhando ‘momentum’, mantendo a BRF como a top pick do setor devido à combinação de ambiente macro favorável e impulso cíclico positivo, enquanto a Marfrig foi cortada de compra para manutenção devido à “falta de gatilhos de curto prazo”.

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.