Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

As informações da economia e da política de que você precisa saber para operar bem neste pregão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um dia de alta para a maior parte das bolsas europeias em meio à alta das commodities, o Brasil fica atento ao noticiário sobre as reformas, com destaque para a leitura do relatório da Previdência, um dia após o governo sofrer uma vitória e uma derrota. Confira os destaques desta quarta-feira (19):

  1. Bolsas mundiais

    As bolsas mundiais registram um dia misto, entre a alta de commodities e a tensão no Reino Unido: Thereza May, que defende hoje no Parlamento a convocação de eleições antecipadas para o próximo dia 8 de junho, de forma a fortalecer o “Brexit”. Assim, enquanto a maior parte dos mercados europeus registra alta, o FTSE tem leve queda.

  2. Já os  principais mercados acionários da China recuaram pela quarta sessão consecutiva nesta quarta-feira, com a intensificação das preocupações dos investidores de que regulações mais rígidas contra especulações e o sistema bancário sem regulação vão prejudicar a recuperação do país.  Analistas atribuem a recente fraqueza do mercado às preocupações de que a recuperação impulsionada por estímulo na China desde o final do ano passado está enfraquecendo, em meio à campanha do governo contra a alavancagem excessiva e as bolhas de ativos. As bolsas do restante da região também mostraram fraqueza, com exceção do Japão, cujo índice Nikkei fechou com variação positiva de 0,07 por cento.
  3. No mercado de commodities, o minério de ferro registra um dia de alta na China após dois dias de forte queda, enquanto os metais industriais avançam em Londres; já o petróleo tem leve ganho e sustenta nível de US$ 52, em dia de estoques de petróleo nos EUA. 

Às 8h12, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) -0,18%

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*CAC-40 (França) +0,29%

*DAX (Alemanha) +0,20%

*Xangai (China) -0,79% (fechado)

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*Hang Seng (Hong Kong) -0,41% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,07% (fechado)

*Petróleo brent +0,47%, a US$ 55,15 o barril

*Petróleo WTI +0,34%, a US$ 52,59 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,41%, a 480 iuanes

*Minério de ferro spot negociado em Qingdao +2,21%, a US$ 64,60 a tonelada

2. Agenda
O destaque doméstico fica com o fluxo cambial semanal, que será conhecido às 12h30. Nos Estados Unidos, atenção para o Livro Bege, às 15h, que reúne as condições da economia dos EUA e embasa a decisão de política monetária do Fed. Sinalizações sobre o ciclo de alta de juros por lá podem vir também do discurso do presidente regional do Fed de Boston, Eric Rosengren, às 13h. Os números dos estoques norte-americanos de petróleo serão conhecidos às 11h30. Mais cedo, na Europa, saíram os dados da balança comercial de fevereiro e da inflação ao consumidor de março, medida pelo CPI da zona do euro.

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

3. Agenda política

Em Brasília, as atenções se voltam para a leitura do relatório da reforma da Previdência, adiada para as 9h desta quarta-feira. Na véspera, o governo cedeu em mais um ponto e aceitou reduzir a idade mínima para aposentadoria de mulheres de 65 para 62 anos em troca do apoio de 42 deputadas da bancada feminina. Vale destacar que o relator desistiu de idade mínima de 60 anos para policiais após tentarem invadir o Congresso contra reforma, diz Folha. A ideia é estabelecer idade mínima de 55 anos a partir de 2020, mas relatório pode não prever uma transição até 60 anos. 

Vale destacar que ontem o governo sofreu uma vitória e uma derrota na Câmara. Após um mês de tramitação, a base aliada do governo conseguiu vencer a obstrução da oposição e aprovou hoje (18) no plenário da Câmara dos Deputados o texto base do Projeto de Lei Complementar (PLP) 343/17, que trata da recuperação fiscal dos estados superendividados. Ainda falta votar os destaques. Por outro lado,  a Câmara rejeitou urgência para reforma trabalhista, que teve apenas 230 votos, dos 257 necessários, o que foi considerada uma derrota para o governo. Segundo a coluna Painel, da Folha, o governo vai usar a reprovação do pedido de urgência para a votação da reforma trabalhista na Câmara para cobrar fidelidade de ao menos dois partidos que atuam de maneira dúbia, o PSB e o PPS.

4. Nova Operação da PF e Lava Jato

Em destaque nesta sessão, a Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (19) a Operação Conclave. A PF informou em  nota que o objetivo da ação é investigar a aquisição possivelmente fraudulenta de ações do Banco Panamericano pela Caixa Participações S.A. (CAIXAPAR). De acordo com a PF, a transação tem “potencialmente causado expressivos prejuízos ao erário federal”. O inquérito investiga a se houve gestão fraudulenta e prejuízo a correntistas e clientes. Confira mais detalhes clicando aqui. 

Além disso, destaque para os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Monica Moura , que afirmaram ontem que receberam dinheiro de caixa 2 para coordenar a campanha de Dilma Rousseff à presidência da República, em 2010. Em depoimentos anteriores, o casal havia dito que os pagamentos recebidos na Suíça eram referentes a campanhas realizadas fora do Brasil.  “Na época, ainda atordoado pela prisão, preocupado com a estabilidade política e com a própria manutenção no cargo da presidente Dilma, eu menti”, afirmou Santana ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Esta foi a primeira vez que os publicitários são ouvidos na condição de delatores, após homologação do acordo de colaboração pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Por fim, parte dos documentos relacionados à delação dos executivos da Odebrecht, que ainda está sob sigilo, contém citação ao ex-presidente Lula, o ex-ministro Antônio Palocci e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. O jornal ‘O Estado de S. Paulo’ teve acesso a essas decisões do ministro Edson Fachin. Os delatores contaram que, para expandir os negócios do grupo em outros países, usavam o nome do ex-presidente Lula como cartão de visitas. 

5. Noticiário corporativo

O Bradesco informou que o Banco Central autorizou seu aumento de capital no valor de R$ 8 bilhões, que levará seu capital de R$ 51,1 bilhões para R$ 59,1 bilhões, usando as reservas de lucro do banco. Já a AES Tietê, da norte-americana AES, celebrou nesta terça-feira contrato para a compra do complexo eólico Alto Sertão II junto à Renova Energia, controlada pela Cemig, segundo fato relevante divulgado pela companhia. Além do valor acordado para a compra, de R$ 600 milhões, a companhia assumirá a dívida do projeto Alto Sertão II no valor de R$ 1,15 bilhão. Já a Biosev, segunda maior processadora de cana-de-açúcar do Brasil, previu nesta terça-feira uma moagem de 31,5 milhões a 33,5 milhões de toneladas na safra 2017/18, ante um total realizado de 31,5 milhões de toneladas na safra passada.

As vendas contratadas líquidas da construtora Gafisa totalizaram R$ 117,4 milhões no primeiro trimestre, alta de 76% em relação ao mesmo período de 2016.  Sobre a Petrobras, a fundação Petros, que administra a previdência privada dos empregados da estatal, fechou 2016 com um deficit acumulado de R$ 27,3 bilhões, um rombo R$ 3,4 bilhões maior do que o de 2015, informa a Folha. 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.