Os 5 assuntos que vão agitar o mercado nesta sexta-feira

Exterior opera com cautela à espera do payroll nos Estados Unidos; no Brasil, Maia prevê discussão da reforma da Previdência no plenário a partir de terça

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou a sessão da véspera com alta de 1,56%, aos 103.636 pontos, batendo sua máxima histórica de fechamento, impulsionado pela aprovação, ontem à tarde, da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. A movimentação financeira, porém, foi reduzida por conta do feriado de Dia da Independência nos Estados Unidos, que fechou as bolsas por lá.

Após a aprovação do texto base da reforma da Previdência, por 36 votos a 13, os deputados se debruçaram sobre os destaques – última etapa antes do texto poder ser encaminhado ao plenário da Câmara dos Deputados, onde será submetida a dois turnos de votação e precisará do apoio de 3/5 dos membros da casa, o equivalente a pelo menos 308 deputados.

A votação dos destaques encerrou-se por volta das 2h00 da madrugada desta sexta-feira. Foram rejeitados, em bloco, 99 destaques individuais e analisados, individualmente, outros 17 destaques de partidos – a maioria deles rejeitados, como os que procuravam abrandar regras de aposentadoria para profissionais da segurança pública e professores.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciou em rede social que a reforma da Previdência começará a ser analisada no Plenário na próxima terça-feira. “A Câmara deu hoje um importante passo. Essa foi a nossa primeira vitória e, a partir da próxima semana, vamos trabalhar para aprovar o texto em Plenário, com muito diálogo, ouvindo todos os nossos deputados, construindo maioria”, escreveu.

No exterior, os investidores aguardam, para as 9h30, a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos – o payroll –, quando o mercado deverá obter pistas sobre uma possível redução dos juros por parte do Federal Reserve (Fed), em sua reunião de política monetária no final de julho.

1. Bolsas Internacionais

Os mercados asiáticos fecharam preponderantemente em leve alta, com exceção de Hong Kong, em meio ao ambiente de cautela à espera dos dados de emprego nos EUA e sem novidades sobre as negociações do acordo comercial sino-americano.

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Na Europa, as bolsas operavam em queda no início desta manhã, também de olho no Payrollo. Entretanto, o mau-humor foi puxados por dados da economia alemã.

Segundo a agência de estatísticas Destatis, as encomendas à indústria da Alemanha sofreram queda de 2,2% em maio ante abril, resultado bem abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam recuo de 0,3% nas encomendas.

Apenas as encomendas externas tiveram forte contração de 4,3% em maio ante o mês anterior. As encomendas domésticas, por outro lado, aumentaram 0,7% no mesmo período. Na comparação anual, as encomendas totais apresentaram redução bastante acentuada em maio, de 8,6%, no cálculo sem ajuste sazonal.

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O indicador fraco da Alemanha, a maior economia da zona do euro, reforça expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) adotará novas medidas de estímulo monetário – incluindo cortes de juros – nos próximos meses.

Entre as commodities, os preços do petróleo operavam entre alta e baixa, diante das preocupações com as perspectivas de crescimento econômico global, em meio às tensões geopolíticas no Oriente Médio.

Os futuros do minério de ferro seguiram a correção de ontem, após as altas acumuladas até o meio desta semana, e fecharam em forte queda. A commodity teve queda também após maior grupo siderúrgico da China instar governo a controlar preço. A Associação de Ferro e Aço da China “está relatando problemas relevantes na indústria”, pedindo uma investigação e supervisão mais fortes para manter a ordem normal do mercado.

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Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 07h15 (horário de Brasília):

S&P 500 Futuro (EUA), -0,19%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,23%
Dow Jones Futuro (EUA), -0,14%
DAX (Alemanha), -0,20%
FTSE (Reino Unido), -0,28%
CAC-40 (França), -0,30%
FTSE MIB (Itália), -0,36%
Hang Seng (Hong Kong), -0,07% (fechado)
Xangai (China), +0,19% (fechado)
Nikkei (Japão), +0,20% (fechado)
Petróleo WTI, -0,99%, a US$ 56,77 o barril
Petróleo Brent, +0,39%, a US$ 63,55 o barril
Bitcoin, US$ 11.228,30, -3,81%
R$ 43.300, -3,35% (nas últimas 24 horas)
Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian recuavam 5,85%, a 829,50 iuanes, equivalentes a US$ 120,60 (nas últimas 24 horas).

2. Agenda Econômica

Sem indicadores locais, o destaque da agenda econômica será a divulgação dos resultados do departamento do trabalho norte-americano, às 9h30, dos números de postos de trabalho criados em junho.

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3. Previdência

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz que o texto que altera as regras das aposentadorias começa a ser discutido pelo plenário na próxima terça-feira (9) e deve ser votado antes recesso parlamentar, que se inicia no dia 18 deste mês. Para o texto começar a ser debatido no plenário, o regimento da Câmara estabelece um prazo de duas sessões após a conclusão da votação na comissão especial.

Mais avalia que já tem votos necessários para aprovar a reforma no plenário. A expectativa do parlamentar é que a medida seja aprovada por pouco mais de 325 deputados. Aprovado pelos deputados, o texto segue para apreciação do Senado – onde também deve ser apreciado em dois turnos e depende da aprovação de, pelo menos, 49 senadores.

O relator da proposta na Comissão Especial da reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP), afirmou, em relação aos destaques rejeitados ontem, não foi possível aceitar as reivindicações e pediu que as categorias não olhassem só para suas demandas particulares, mas, sim, para as necessidades da sociedade como um todo.

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Apenas duas sugestões de mudanças no texto foram aceitas. Um dos destaques aprovados, do DEM, retira policiais militares e bombeiros das regras de transferência para inatividade e pensão por morte dos militares das Forças Armadas, até que uma lei complementar local defina normas para essas corporações; e exclui a possibilidade de que lei estadual estabeleça alíquota e base de cálculo de contribuição previdenciária para policiais e bombeiros militares.

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A outra alteração aprovada, do bloco PP, PTB e MDB, cortou dois temas do relatório. O primeiro é a limitação para renegociação de dívidas junto ao Estado em até 60 meses. Hoje, os programas não têm limitação alguma de prazo. O segundo assunto excluído do parecer trata da cobrança de contribuições previdenciárias sobre a exportação do agronegócio.

Em transmissão ao vivo pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro não comentou a aprovação do relatório da reforma da Previdência. Durante 37 minutos, o presidente também não citou a rejeição do destaque que buscava estender as regras especiais de aposentadoria das Forças Armadas para agentes de segurança no âmbito da União: policiais federais, agentes penitenciários e agentes socioeducativos.

Esse destaque foi um dos motivos para a queda, ontem, do acordo firmado entre lideranças e o relator Samuel Moreira para o abrandamento de regras para policiais federais fosse incorporado no voto complementar. O tucano chegou a acatar a mudança, porém as alterações não agradaram a categoria, que insistiram em manter o destaque.

4. Expert XP

Acontece hoje o segundo dia da nona edição da Expert XP 2019, um dos eventos de investimentos mais relevantes do mundo. O evento debate os temas mais importantes do momento na política e na economia, além de abordar temas como inovação, empreendedorismo e carreira.

Hoje, estão previstas as participações dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia; do Senado, Davi Alcolumbre; do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Está programada também a participação do ex-presidente do Federal Reserve Ben Bernanke, entre outros palestrantes.

O evento trará ainda personalidades com histórias inspiradoras, que contarão suas experiências e os desafios que enfrentaram rumo ao sucesso. Entre elas, estão o nadador Michael Phelps, o maior medalhista olímpico da história.

5. Notícias corporativas

A Petrobras selecionou quatro pré-propostas entre as que recebeu pela Líquigas, segundo o jornal Valor Econômico. As interessadas – GP Investment, fundos Mubadala, Advent e Itaúsa – terão que apresentar até o início de agosto propostas vinculantes. A publicação diz que Mubadala e Itaúsa são favoritas. O preço de referência para a venda é de R$ 2,8 bilhões, com base na proposta barrada pelo Cade, da Ultragás (que tenta novamente arrematar a Liquigás, mas por meio de um dos consórcios já selecionados).

A varejista online B2W, dona dos sites Submarino e Americanas.com, tem realizado testes para a entrega de produtos com drones, diz o Valor. A experiência, por enquanto, acontece no trânsito entre o centro de distribuição da empresa e pontos de venda. Os equipamentos têm autonomia de 10 km e transportam mercadorias de pequeno porte, como celulares, tablets e acessórios.

(Agência Estado, Agência Brasil e Agência Câmara)