Operação da PF faz Qualicorp despencar 12%; Oi dispara e Pão de Açúcar sobe 4%

Confira as principais oscilações da Bolsa nesta quarta-feira (16)

Lara Rizério

Publicidade

Oi (OIBR4, R$ 1,54, +6,94%)
Após subir 9,09% ontem, as ações da Oi têm um novo dia de alta, chegando a disparar 13,19% na máxima do dia. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a companhia conseguiu levantar US$ 1,2 bilhão – por volta de R$ 4,7 bilhões – com o China Development Bank (CDB), o “BNDES chinês”, para fazer investimentos e quitar parte de sua dívida no próximo ano. O jornal apurou que o contrato está fechado e deve ser anunciado até sexta (18). Cerca de metade do valor (US$ 600 milhões) será usada em investimentos, sendo que a Oi terá de comprar equipamentos da fornecedora chinesa Huawei.

Quer saber onde investir em 2016? Veja no Guia InfoMoney clicando aqui!

Qualicorp (QUAL3, R$ 13,76, -8,27%)
A Qualicorp registra a maior baixa do Ibovespa, chegando a cair 12%, em meio à deflagração da Operação Acrônimo na manhã de hoje pela Polícia Federal. Um dos alvos de busca é o presidente da Aliança Administradora de Benefícios de Saúde, Elon Gomes, que possui 40% das ações da empresa e os outros 60% da Qualicorp Administradora de Benefícios S. A. A ação da PF não envolve a empresa, somente Elon Gomes. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Quer saber onde investir em 2016? Veja no Guia InfoMoney clicando aqui!

Petrobras (PETR3, R$ 8,94, -1,76%;PETR4, R$ 7,28, -1,89%)
Após a alta de ontem, a Petrobras reverte os ganhos e cai cerca de 2%, acompanhando o preço do brent, com o barril em queda de 2,11%, a US$ 37,64, de olho na decisão do Fomc e repercutindo o noticiário sobre um excesso de oferta de petróleo no mundo. 

Em destaque no noticiário da estatal, está a notícia de que a pressão feita pelo Ministério de Minas e Energia para que a Petrobras  assinasse um novo contrato de longo prazo para fornecimento de nafta à Braskem foi em vão. Na noite desta terça-feira, a estatal informou que as “tratativas” com a petroquímica continuam, e com isso não foi assinado um novo contrato. O mais recente aditivo formalizado entre as companhias tinha validade o dia 15 de dezembro. Em comunicado, a Petrobras informou que “não haverá interrupção no fornecimento até o acordo definitivo”.

Continua depois da publicidade

Desde a sexta-feira passada o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, pressiona publicamente a diretoria da Petrobras. Na oportunidade, diante de uma plateia formada por executivos da indústria química, Braga revelou detalhes daquele que seria o novo contrato de longo prazo entre as empresas.

Vale e siderúrgicas
Após registrar uma forte alta na sessão de ontem, as ações da Vale (VALE3, R$ 12,82, +1,16%; VALE5, R$ 10,36, +0,78%), que iniciaram o dia em queda, viraram para alta. Já as siderúrgicas, como Usiminas (USIM5, R$ 1,64, -2,38%) e CSN (CSNA3, R$ 4,30, -2,49%). 

De acordo com informações do jornal Valor Econômico, a CSN  deve paralisar  temporariamente alto-forno em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Segundo o jornal, a siderúrgica deve anunciar nos próximos dias se fará, a partir de janeiro, uma operação de abafamento do alto-forno 2 da usina na cidade, pelo prazo mínimo de um ano, ou só uma paralisação por três meses e aproveitar para realizar manutenção das instalações. Janeiro a março é o período mais crítico do mercado de aço no país. Em 2016, com a crise política do país, pode se agravar. O jornal ressalta que a venda de aço caiu 18% em novembro.

Papel e celulose
Com a disparada do dólar na sessão de hoje, as ações do setor de papel e celulose, que têm sua receita atrelada à moeda estrangeira, registram alta. Fibria (FIBR3, R$ 50,62, +1,67%) e Suzano (SUZB5, R$ 18,04, +1,01%) sobem cerca de 1%. O dólar tem ganhos de 1,56%, a R$ 3,9369 na venda.

Cemig (CMIG4, R$ 6,12, +2,17%)
As ações da Cemig também registram alta nesta sessão, com destaque para a notícia de que o ministro do STF, Dias Toffoli agendou para 16 de fevereiro de 2016 nova audiência de conciliação entre a estatal mineira de energia e a União, na qual se tentará chegar a um acordo sobre o destino da hidrelétrica Jaguara, cuja concessão venceu em agosto de 2013. Pelas atuais regras do setor elétrico, a Cemig deveria devolver a concessão de Jaguara à União, que promoveria então um leilão para definir um novo operador para a hidrelétrica. A companhia recorreu à Justiça alegando que o contrato garantia o direito a uma renovação automática por período de 20 anos, mas uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, em junho, autorizou a União a retomar a usina. A hidrelétrica de Jaguara, com 424 megawatts em capacidade instalada, é uma das maiores da Cemig.

Varejistas
Os dados de venda no varejo surpreenderam positivamente, mas as ações do setor têm um dia misto na Bolsa.
 A comercialização dos supermercados e de vestuário avançou em outubro e o setor varejista iniciou o último trimestre de 2015 com alta inesperada das vendas em outubro, interrompendo oito meses seguidos de quedas. As vendas no varejo registraram alta de 0,6 por cento em outubro na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, primeiro resultado positivo desde a alta de 0,1 por cento vista em janeiro.

As ações do Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 47,31, +3,98%) registram alta, assim como a Natura (NATU3, R$ 27,54, +0,66%), enquanto a Hering (HGTX3, R$ 16,38, +0,24%) têm leves ganhos. Por outro lado, Lojas Renner (LREN3, R$ 17,19, -1,77%) cai. Já a Magazine Luiza (MGLU3, R$ 8,95, +1,70%), que teve forte alta ontem na véspera após renovar acordo com a Cardif, segue com ganhos na sessão de hoje. 

As ações do Pão de Açúcar são o grande destaque, mas por conta do noticiário da sua controladora, o grupo francês Casino. A companhia francesa dispara cerca de 7% hoje na Europa após ter anunciado plano para reduzir a sua dívida em 2 bilhões de euros em 2016. 

 Somos Educação (SEDU3, R$ 13,46, -1,90%)
As ações da Somos Educação têm um dia de queda. A companhia, ex-Abril Educação, informou nesta terça-feira ter fechado acordo de venda da Central de Produções GWUP, dona das redes de ensino de idiomas Wise Up e You Move, para o empresário Flávio Augusto da Silva por 398 milhões de reais.

A operação foi feita por meio da subsidiária Editora Ática. A Abril Educação havia adquirido a Wise Up em 2013 em uma operação que envolveu 100 por cento do grupo Ometz, de Silva, por 877 milhões de reais. Fundada em 1995 no Rio de Janeiro, a Wise Up encerrou o terceiro trimestre com 66 mil alunos, queda de 8 por cento frente a mesma etapa do ano passado. A rede de escolas de idiomas encerrou o período com 272 franquias, queda de 23 por cento ano contra ano.

A Somos Educação afirmou que os efeitos da venda no resultado financeiro estão em fase de apuração pela companhia e serão registrados no balanço do quarto trimestre. Representantes da Somos Educação não comentaram o motivo da venda da companhia ou deram mais detalhes sobre a operação.

Bancos
Após registrarem alta ontem e em meio à aversão ao risco do mercado, principalmente por conta dos rumores da saída do ministro Joaquim Levy e a possível adoção de uma política fiscal mais tímida, os bancos registram queda na sessão de hoje. Bradesco (
BBDC3, R$ 22,41, -2,14%; BBDC4, R$ 20,25, -2,50%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,67, -2,23%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,53, -1,37%) registram queda hoje. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.