Opep deverá ter acordo sobre produção, mas diverge sobre secretário-geral

Os 12 membros da Opep devem manter sua meta de produção de 30 milhões de barris por dia para o primeiro semestre de 2013.

Reuters

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VIENA – Os exportadores de petróleo da Opep parecem estar decididos a evitar nesta semana brigas sobre o volume de petróleo produzido pelo grupo e, ao invés disso, discutir sobre quem deve ser o próximo secretário-geral da organização.

Os preços do petróleo estão próximos dos níveis desejados pela Opep –confortavelmente acima dos 100 dólares por barril– mas ainda há um impasse sobre quem deve ser a nova imagem pública da organização.

Durante um encontro em Viena na quarta-feira, os 12 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo devem manter sua meta de produção de 30 milhões de barris por dia para os primeiros seis meses de 2013.

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“Enquanto houver demanda, não deve haver necessidade de mudança”, disse Mohammed al-Hamli, ministro de petróleo dos Emirados Árabes, que normalmente está alinhado com a Arábia Saudita, principal produtor.

O Irã, normalmente dentre os mais combativos da Opep em relação aos preços, afirmou estar satisfeito em um mercado agora próximo dos 108 dólares por barril pelo petróleo Brent. “A situação do mercado está boa no momento, relativamente equilibrada. O preço está OK no momento, não está muito alto”, disse Rostam Qasemi, ministro iraniano do petróleo.

Ainda assim, Teerã deve pedir à Opep para frear o fornecimento, a fim de alinhá-lo com a meta oficial de 30 milhões bpd.

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A Arábia Saudita preencheu a lacuna de 1 milhão bpd causada pelas sanções contra o programa nuclear iraniano, que cortaram pela metade as exportações de Teerã neste ano. Por isso, caberá a Riad fazer os primeiros cortes na produção no caso de haver uma queda nos preços da commodity.

Reconhecendo que o crescimento da demanda por petróleo bruto está decaindo por conta de uma nova desaceleração da economia global, a Arábia Saudita já está se movendo no intuito de reduzir seus envios.

Um relatório enviado à Opep divulgado nesta terça-feira, os sauditas mostraram um corte na produção para 9,5 milhões bpd em novembro em comparação com uma alta recorde de 30 anos, acima de 10 milhões de barris por dia, atingida no verão, reduzindo a produção geral da Opep para 30,8 milhões bpd.

Os cálculos da Opep sugerem que os países do grupo estão bombeando muito mais produtos do que os mercados globais necessitam para a primeira metade do próximo ano, sinalizando aumentos dos estoques e uma possível queda nos preços.

Os economistas do cartel avaliam a demanda pelo petróleo da Opep nos primeiros seis meses de 2013 em 29,25 milhões de barris por dia, o que representa uma estocagem de 1,5 milhão bpd durante o período no mercado mundial, que é de 90 milhões de barris por dia, supondo que as taxas de fornecimento da Opep se mantenham como as atuais.

“Enquanto os preços permanecerem na zona de conforto, haverá pouco interesse em analisar muito os fundamentos mesmo que haja um pequeno excedente de petróleo”, disse Bill Farren-Price da Agência de Inteligência Política do Petróleo.

Enquanto um acordo sobre a política de produção se mostra ser de fácil resolução, uma decisão sobre quem nomear secretário-geral do grupo parece mais complicado.

Candidatos do Irã, Iraque e Arábia Saudita estão competindo para substituir o líbio de 72 anos Abdullah al-Badri, que ocupa o cargo há 5 anos. No entanto, como já aconteceu antes na eleição dele para o cargo, há um impasse.

Isso significa, disseram os delegados da Opep, que Badri deve permanecer no cargo por mais 6 meses.

“Essa é uma situação difícil”, disse Abdul Kareem Luaibi, ministro de petróleo iraquiano. “É perigoso para o futuro da organização. Essa condição pode afetar os mercados do petróleo.”

Os candidatos são o representante da Arábia Saudita na Opep, Majid Al-Moneef, o ex-ministro do petróleo no Irã, Gholam Hossein Nozari, e o conselheiro sobre energia do primeiro-ministro iraquiano, Thamir Ghadhban.