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SÃO PAULO – “Desde a crise financeira, o investidor tem evitado dois tipos de ativos: aqueles em que a liquidez pode desaparecer, e os que mostram volatilidade excessiva nos preços”, explica Patrick Artus, economista da Natixis. “Mas o que acontece se quase todos os ativos financeiros estão afetados pelos dois?”, pergunta em seguida.
Não é difícil entender o porquê da aversão aos dois: enquanto a liquidez é necessária para a possibilidade de se livrar dos ativos, a volatilidade implica instabilidade dos resultados, motivo pelo qual é melhor manter-se longe dela. Sem liquidez, não é possível vender os ativos mesmo que eles estejam muito abaixo dos preços “normais” de mercado, diz o economista.
Entretanto, os ativos de crédito, as ações, os ativos de mercados emergentes, as commodities e o mercado de títulos – em especial de países menores – estão na lista dos ativos com essa características. “Temos visto uma volatilidade excessiva das ações, e o mercado de crédito também tem se caracterizado por uma alta variabilidade de spreads de crédito – além de uma fuga de liquidez, vista primeiramente durante a quebra do Lehman Brothers, e depois na crise fiscal europeia”, explica Artus. Os gráficos abaixo mostram a recente volatilidade das ações e dos spreads de crédito.
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No caso das commodities, segundo explica o economista, a forte flutuação se dá devido aos movimentos de aversão ao risco e sentimento em relação ao crescimento global. Já no caso de títulos de dívida, em especial na Zona do Euro, a explicação é que a liquidez desapareceu devido aos problemas fiscais.
O que fazer?
Assim, com grande parte dos ativos sujeito ou à volatilidade ou à ausência de liquidez, quais são os ativos “investíveis”? “Os únicos ativos com liquidez e preços estáveis que restaram são os Treasuries, títulos da dívida de França, Alemanha e Reino Unido”, observa Artus.
Entretanto, esses ativos têm outro problema – exatamente por sua atratividade no momento, segundo o economista, eles já se tornaram muito mais caros do que os demais – como mostra o gráfico abaixo.
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