Oi e Tim sobem 4% e Cemig cai 6,5% com “possíveis mudanças” de gestão; veja mais

Entre os destaques estão ainda as ações do setor imobiliário, que subiram com possível prorrogação no programa Minha Casa, Minha Vida, além das ações do setor de telecomunicações que subiram

Marina Neves

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SÃO PAULO – Esta quarta-feira (17) foi de volatilidade na Bolsa, com o Ibovespa fechando estável após ter chegado a subir 1,54% refletindo a pesquisa Ibope divulgada ontem à noite. As ações das estatais seguiram os movimentos demonstrados na véspera e subiram – mesmo que mais timidamente – com “novidades” no cenário político mostradas na pesquisa.

Ainda na ponta de cima do índice estiveram as ações das imobiliárias, que subiram nesta sessão refletindo uma possível prorrogação no programa Minha Casa, Minha Vida. No verde também estiveram as ações de Oi e TIM – que liderou os ganhos desta sessão – após as notícias de que a Oi estaria disposta a negociar uma fusão ou venda da Tim.

Do lado negativo figuraram as ações da Cemig, que despencaram nesta sessão após notícia de “possíveis mudanças” na companhia, além da Vale, que viu seus papéis voltarem ao vermelho com o preço do minério de ferro após ter tido início de semana positivo para seus papéis. Ainda na ponta de baixo do índice vale mencionar os papéis da JBS (JBSS3, R$ 9,46, -6,34%) e ALL (ALLL3, R$ 7,14, -5,43%) que caíram forte na sessão desta terça-feira.

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Confira os destaques da Bolsa:

Estatais
As ações das estatais voltaram a subir nesta sessão, após a pesquisa Ibope, divulgada na noite de ontem, confirmar os rumores de mercado que impulsionaram as ações das companhias no último pregão. A pesquisa eleitoral mostrou Aécio Neves como grande surpresa. O candidato ganhou 4 pontos em relação à última pesquisa e agora tem 19% das intenções de voto. A liderança ainda é de Dilma Rousseff (PT), que caiu de 39% para 36%, enquanto Marina Silva (PSB) recuou de 31% para 30% dos votos.

Nas simulações de segundo turno, a disputa entre Marina e Dilma segue empatada, com a candidata do PSB ficando na frente por 43% contra 40%, na última pesquisa o resultado mostrava 42% a 41%, respectivamente. Já em uma disputa entre Dilma e Aécio, a petista venceria por 44% contra 37% do tucano, enquanto em um confronto entre Marina e Aécio, a pessebista seria a vencedora com 48% a 30%.

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Vale destacar as ações das estatais – Petrobras (PETR3, R$ 20,86, +2,71%; PETR4, R$ 22,12, +2,65%) Eletrobras (ELET3, R$ 7,86, +2,75%; ELET6, R$ 11,46, +2,60%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,20, 0,00%) -, além dos bancos privados, que aliviaram os ganhos ao final do pregão – Bradesco (BBDC3, R$ 38,77, -0,21% ; BBDC4, R$ 39,42, +0,51%) e Itaú (ITUB4, R$ 39,13, +0,44%).

As pesquisas eleitorais têm guiado o rumo da Bolsa desde meados de março: de lá pra cá, o Ibovespa saltou de 45 mil para até 62 mil pontos, ao mesmo tempo em que o cenário de provável reeleição de Dilma Rousseff (PT) deu lugar a uma acirrada disputa com a oposição. A reação “compradora” do mercado às quedas de Dilma nas pesquisas explica-se pela gestão intervencionista do atual governo em importantes setores da economia – caso das elétricas, bancos e das estatais.

Por conta disso, esses três grupos têm sido os mais “sensíveis” na Bovespa às novidades sobre eleições. A Petrobras, por exemplo, viu suas ações preferenciais subirem da faixa de R$ 12 para quase R$ 25 entre março e agosto. Já no começo de setembro, enquanto Dilma mostrava recuperação nas pesquisas eleitorais e Marina Silva (PSB) começou a parar de crescer, os papéis da petrolífera chegaram a cair 13% em apenas 6 pregões.

Cosan (CSAN3, R$ 42,69, +2,13%)
Os papéis da Cosan fecharam esta sessão em alta, após os Conselhos de Administração das empresas Cosan e Cosan Logística aprovaram os termos e condições da proposta de cisão parcial da companhia e incorporação da parcela desmembrada pela Cosan Logística, conforme fato relevante divulgado ao mercado na noite de terça-feira.

A operação será submetida ao aval dos acionistas das duas empresas em assembleia geral extraordinária marcada, nos dois casos, para 1º de outubro.

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Imobiliárias
As ações das imobiliárias subiram nesta sessão, em meio às notícias de que o governo decide hoje se amplia o Minha Casa, Minha Vida. Nesta quarta-feira (17), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reúne com representantes do setor imobiliário e pode anuncia o aumento de meta de habitações da segunda etapa do programa, segundo informações da FolhaO anúncio acontece hoje, às 17h00.

Destaque para as ações da PDG Realty (PDGR3, R$ 1,32, +1,54%), MRV (MRVE3, R$ 8,59, 0,00%) e Rossi (RSID3, R$ 1,32, +3,13%), que figurou entre as maiores altas do Ibovespa, chegando a subir quase 4% nesta tarde.

Além disso, a expectativa de juros mais baixos em 2015 com uma possível vitoria da oposição nas eleições, impulsiona as ações do setor já que esta indicação beneficia as imobiliárias, além de ser um importante catalisador para elas, analisa o analista Elad Revi, da Spinelli Corretora.

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Oi (OIBR4, R$ 1,68, +2,44%)
As ações da Oi dispararam nesta quarta e figuraram entre as maiores altas do índice junto com os papéis da TIM. No radar da empresa, o Conselho de Administração da Oi autorizou a venda das participações da companhia na Africatel Holdings, representativas de 75% do capital da Africatel, e/ou seus ativos, informou a operadora de telecomunicações no fim da terça-feira.

Segundo informações da coluna Radar, da Veja, a Oi vai usar o dinheiro da venda da participação para pagar dívidas e ajudar na tentativa de comprar uma fatia na TIM (TIMP3, R$ 13,64, +3,33%). Nesta manhã, o Valor publicou que a Oi estaria disposta a negociar venda ou fusão com a TIM. 

Hoje, a Telecom Italia afirmou à sua controlada brasileira TIM Participações que não há nenhuma discussão em curso para uma oferta de compra da rival Oi, informou a TIM nesta quarta-feira.

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Cemig (CMIG4, R$ 15,85, -6,49%)
As ações da Cemig estenderam as perdas da última sessão e fecharam com forte queda, chegando a cair quase 7% – figurando como a maior queda do dia -, após a notícia de que o candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que lidera as pesquisas de intenção de voto, deve fazer diversas mudanças na gestão da Cemig, de acordo com informações do jornal Valor Econômico de ontem.

Em entrevista ao ValorPro, serviço de informações em tempo real, o coordenador-geral do programa de governo, Marco Aurélio Crocco, disse que entre as intenções de um futuro governo do PT no estado está a redução da tarifa de energia elétrica e de uma Cemig menos voltada ao mercado

Vale (VALE3, R$ 29,06, -0,31%; VALE5, R$ 25,55, -0,62%)
Após terem conseguido “respirar” nos últimos dois pregões da bolsa, as ações da Vale voltaram a cair nesta sessão, repercutindo o preço do minério de ferro – principal produto da exportadora. O preço da commodity fechou sendo cotado a US$ 84,2 por tonelada, recuo de 0,4% em relação a ontem. No ano o valor mais alto foi registrado no dia 02 de janeiro, quando estava em US$ 135/ton. No outro sentido o preço mais baixo foi anotado na semana passada, no dia 11, quando a tonelada do minério estava em US$ 81,9 na China.