Oi dispara 16% em 7ª alta seguida; Petrobras e Vale sobem 3% e Gol despenca 11%

Confira os principais destaques de ações desta terça-feira (22)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa até esboçou virar para o negativo nesta terça-feira (22), mas conseguiu se sustentar no positivo e fechar com ganhos de 0,62%, aos 43.469 pontos, em uma sessão marcada pela correção após as fortes perdas da véspera. O movimento foi guiado pelos papéis da Petrobras e Vale, que chegaram a cair, mas fecharam em alta.

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Em destaque positivo seguiram as ações da Oi, que dispararam 15% dando continuidade a forte alta da véspera após a empresa confirmar um financiamento. Em 7 dias, os papéis da companhia acumulam ganhos de mais de 40%. Já na ponta negativa, a Gol voltou a desabar, já atingindo perdas de mais de 80% em 2015.

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Confira os principais de ações do pregão desta terça-feira (22):

JBS (JBSS3, R$ 12,43, +0,24%)
As ações do frigorífico chgaram a cair 3,23% na mínima da sessão, mas conseguiram uma melhora durante a tarde. Segundo matéria da coluna Painel da Folha de S. Paulo, a JBS pode ser bastante prejudicada na CPI do BNDES. De acordo com a publicação, o relatório final da Comissão, em especial a parte que tratará da área de “contratos internos” do banco de fomento, pegará pesado com o frigorífico. A matéria destaca ainda que o sub-relator do parecer, o deputado tucano Alexandre Baldy (GO), afirmou que “tinha um diretor da empresa que vivia fazendo lobby no Congresso e, após o início da comissão, simplesmente desapareceu”.

Além disso a companhia informou que a sua marca Friboi estima crescimento de 35% volume de vendas de dezembro em comparação com o desempenho médio da divisão nos meses anteriores. A empresa não deu mais detalhes em comunicado enviado à imprensa. “Outro fator importante para a boa expectativa é que tanto o Natal quanto o Ano Novo caem próximos do fim de semana, fazendo com que as festas se estendam por mais dias”, informou a empresa.

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Oi (OIBR4, R$ 2,09, +16,11%)
A Oi atingiu sua sétima alta consecutiva após confirmar que assinou na sexta-feira um acordo de financiamento de longo prazo com o China Development Bank (CDB) no valor de US$ 1,2 bilhão. De acordo com a Oi, metade do valor da nova linha de crédito será usada para refinanciar dívidas, enquanto os outros 50% serão destinados à aquisição de tecnologia e equipamentos.

“O acordo, além de reforçar a parceria com o CDB permite, à empresa captar recursos de longo prazo a custos competitivos e seguir implementando essa estratégia. Ao financiar a compra de equipamentos e serviços da Huawei, essa iniciativa também vai ao encontro do objetivo da companhia de viabilizar investimentos, mesmo diante do rígido controle de custos e otimização de Capex (investimento em bens de capital) que a Oi vem colocando em prática”, apontou o diretor de Tesouraria da Oi, Eduardo Ajuz.

Petrobras (PETR3, R$ 8,54, +2,77%; PETR4, R$ 6,79, +2,26%)
Segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo, a Petrobras prepara um novo plano de demissão voluntária para 2016, desta vez focado nos empregados concursados e não nos terceirizados, que foram desligados em massa ao longo deste ano. A empresa abriu mais uma oportunidade para 610 funcionários que chegaram a se inscrever no Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) lançado há dois anos, porém, desistiram.

Esse grupo de empregados desistentes é o atual foco da companhia. Para eles, foi lançada uma segunda fase do PIDV de 2014, aberta até ontem. Apenas quem já havia se inscrito podia se candidatar. Os demais vão ter que esperar pelo lançamento do segundo plano de desligamento. Segundo a Petrobras, 7.634 empregados aderiram ao programa, dos quais 5.674 já deixaram a empresa e 1.350 vão sair até junho de 2017.

Oficialmente, a Petrobras nega que esteja previsto um segundo PIDV para o ano que vem. Mas, segundo uma fonte do jornal, como não há como reduzir mais o quadro de terceirizados, no ano que vem, a direção da empresa vai trabalhar para diminuir o número de concursados.

Vale (VALE3, R$ 12,55, +2,12%VALE5, R$ 10,05, +3,18%)
A mineradora voltou a subir nesta terça após esboçar ganhos na véspera e virar para fechar o dia com a maior queda do Ibovespa diante do mau humor do mercado com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em alta de 0,9%, a US$ 40,46.

Apesar dos ganhos, o mercado segue atento à notícia do fim de semana de que a Justiça Federal de Minas Gerais determinar o bloqueio de bens da mineradora e da australiana BHP Billiton, proprietárias da Samarco, pelo rompimento de uma barragem de rejeitos em Minas Gerais.

A Vale informou no domingo que tomou conhecimento de uma decisão judicial da 12ª Vara Federal de Belo Horizonte (MG) sobre a indisponibilidade das suas licenças para a lavra de minério. A mineradora disse que a decisão não limita as suas atividades de produção e comercialização, mas que recorrerá da decisão.

Gol (GOLL4, R$ 2,49, -11,07%)
A companhia aérea seguiu sua derrocada na Bolsa, fechando próxima da mínima da sessão e caminhando para encerrar 2015 com perdas superiores a 80%. Desde o início do ano, a Gol vem sendo pressionada pela piora da economia, em especial a queda do PIB, que acaba afetando o consumo da população – e a venda de passagens -, além da alta do dólar, que eleva os custos da companhia, que são em cerca de 60% em moeda estrangeira.

Bancos
O setor financeiro teve uma sessão de alívio após acompanhar o mau humor do mercado na véspera com os discursos de Nelson Barbosa. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,60, +0,64%), Bradesco (BBDC3, R$ 21,02, +0,24%BBDC4, R$ 19,25, +0,89%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 15,00, +0,60%) registraram ganhos.

No noticiário, o Itaú BBA International, braço com sede em Londres do Itaú Unibanco, nomeou Renato Lulia nesta segunda-feira como novo presidente-executivo. Lulia substitui Charles Stewart, que se juntou ao Itaú BBA International em março de 2013, oriundo do Morgan Stanley. Lulia disse à Reuters que a turbulência política e econômica no Brasil está criando oportunidades de entrada no país para investidores na Europa e na Ásia, diante de preços atrativos de ativos, quer nos mercados de capitais ou através de fusões e aquisições.

Natura (NATU3, R$ 24,36, -2,56%)
A companhia de cosméticos Natura informou que terá como nova vice-presidente de marketing Andrea Figueiredo Teixeira Álvares, a partir de 11 de janeiro de 2016, de acordo com comunicado divulgado na noite de segunda-feira. A executiva liderava anteriormente uma divisão da PepsiCo na América Latina, empresa na qual trabalhou por quinze anos e atuou também por sete anos na Procter&Gamble.

Usiminas (USIM5, R$ 1,51, -1,31%)
A siderúrgica fechou próxima da estabilidade após subir mais de 3% durante a manhã. Na véspera a companhia disparou mais de 5% com a notícia divulgada pelo Valor de que ela está negociando com a siderúrgica ThyssenKrupp CSA – Companhia Siderúrgica do Atlântico – um possível contrato de aquisição de placas de aço. A publicação cita apenas duas pessoas que acompanham as conversas entre as empresas. 

As placas – um produto semi-acabado – abasteceriam a unidade da Usiminas em Cubatão (SP), que em 31 de janeiro deixa de fabricar o produto. A interrupção foi anunciada em outubro pela direção da empresa em resposta ao agravamento da queda da demanda por aço no mercado brasileiro.

Cemig (CMIG4, R$ 6,00, -2,44%)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli concedeu ontem liminar que autoriza a mineira Cemig a continuar operando a hidrelétrica de Jaguara, cuja concessão está vencida, segundo nota publicada no site da corte. A União pretende retomar a concessão da usina, seguindo entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas a Cemig alega que teria direito por contrato a uma renovação da concessão por um período extra de 20 anos.

A decisão de Toffoli baseou-se na existência de tratativas de conciliação em andamento, que poderiam ser impedidas por eventual cumprimento de decisão do STJ, datada de junho. “Essa composição… seria, dada a magnitude da causa, o meio ideal de resolução do conflito”, disse Toffoli, segundo nota do STF.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.