OGX: pico de produção de Tubarão Martelo será de 30 mil barris/dia; veja destaques da reunião

Durante a reunião da Apimec, a OGX confirmou que deve entrar em arbitragem contra a Petronas pela rescisão da compra de 40% em participação nos blocos BM-C-39 e BM-C-40 situados na Bacia de Campos

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Em uma situação bastante complicada em meio ao processo de recuperação judicial, a OGX Petróleo (OGXP3) realiza reunião da Apimec (Associação Nacional dos Analistas e Profissionais de Investimento de Mercado de Capitais) em sua sede, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (17), traçando cenários para a companhia. 

O principal fator que mexe com as perspectivas da empresa é o desenvolvimento do Campo de Tubarão Martelo, a última esperança para a companhia. Com dois poços a entrar em produção em abril ou maio, a compania estima que o campo deverá ter um pico de produção diária de 30 mil barris de petróleo no “longo prazo”. O número é considerado baixo para uma companhia que planejava estar produzindo mais de 1,5 milhão de barris por dia até o final da década. 

Tubarão Martelo não deve ser a única fronteira de exploração da empresa. Executivos da companhia ainda destacaram que a petroleira e seus parceiros têm 277 milhões de barris de petróleo em volumes recuperáveis na Bacia do Ceará, nos quais 118 milhões são referentes à fatia da empresa de Eike Batista.  

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Para isso, a companhia tenta renegociar os valores do contrato de aluguel da plataforma OSX-1, da OSX Brasil (OSXB3), atualmente em US$ 400 mil. A plataforma está parada em Tubarão Azul, o campo que iniciou a crise da empresa. 

Empresa não teria entrado em RJ com Petronas
Durante a reunião, a OGX confirmou que deve entrar em arbitragem contra a Petronas pela rescisão da compra de 40% em participação nos blocos BM-C-39 e BM-C-40 situados na Bacia de Campos. O acordo previa a compra dos blocos por US$ 850 milhões. E o executivo da companhia, Paulo Narcélio Simões, destacou: “não teríamos pedido recuperação se tivéssemos os recursos da Petronas”. E afirmou que este dinheiro “fez muita falta”, além de destacar que nada foi feito de forma irresponsável e que os executivos da companhia contavam com a empresa malaia. 

A petrolífera informou ainda que espera o início da produção em dois novos poços do Campo de Tubarão Martelo entre abril e maio. Armando Ferreira, gerente de reservatórios da companhia, destacou que não há problemas de produção no campo e que há certeza da comercialidade da área. Ferreira ainda ressaltou a importância de campos como Atlanta e Oliva, também na bacia de Campos, que estão em fase de exploração.

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A companhia ainda informou que foi procurada por companhias interessadas na exploração de áreas de gás na Colômbia. Os executivos afirmaram que a área possui potencial significativo para a exploração de gás de xisto. Porém, não há interesse em vender o ativo, segundo afirmaram os executivos. A área chamada Cesar-Rancheria, é vista pelos executivos com grande potencial e que deve começar a produção convencional possivelmente no segundo semestre.

E as atividades dos blocos da companhia estão sendo tocadas com a operação de caixa que já existia em setembro, além dos recursos obtidos com a venda da OGX Maranhão para a Eneva (ENEV3), antiga MPX. O CEO (Chief Executive Officer) da companhia, Paulo Narcélio Simões, afirmou afirmou ainda que os investidores não podem perder de vista o processo de recuperação da dívida e busca de recursos adicionais no mercado. E uma das alternativas para a companhia se capitalizar é a possível venda de óleo no curto prazo.