OGX anuncia alta de 26,4% na produção em junho; CSN pagará R$ 107 mi em proventos

Projeto histórico da Vale e conclusão da aquisição das ações da Alphaville pela Gafisa também são destaque no noticiário

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo está bastante agitado para o mercado na manhã desta quinta-feira, mesmo com o feriado nos EUA de Dia da Independência, que deve trazer menor volume aos mercados acionários. O grupo EBX, de Eike Batista, está mais uma vez no centro, com destaque para a renúncia de Eike Batista ao Conselho de Administração e à presidência da MPX Energia (MPXE3), que anunciou aumento de capital privado e mudará de nome.  

Na manhã desta quinta-feira, a OGX Petróleo (OGXP3) informou seus dados de produção de óleo e gás natural, em junho de 2013, atingindo média de 23,0 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd) ante produção de 18,2 mil boepd em maio, alta de 26,37%. Do total de junho, 9,7 mil barris equivalentes correspondem à produção média offshore no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, e 13,3 mil boepd corresponde à parcela da OGX na produção média terrestre de gás natural no Campo de Gavião Real, na Bacia do Parnaíba.

A produção total offshore foi de 290.499 barris de óleo equivalente e a produção total terrestre foi de 135,8 milhões metros cúbicos de gás natural. A produção no Campo de Tubarão Azul contou com os poços OGX-26HP e OGX-68HP produzindo durante os 30 dias do mês de junho. Considerando os dias efetivos de produção ao longo de junho, a produtividade média offshore por poço ficou em 4,8 mil barris de óleo equivalente por dia.

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A produção média total no Campo de Gavião Real foi de 4,5 milhões m³ por dia – 2,1 milhões m³ líquidos para a OGX -, contando com quatro turbinas da Usina Termelétrica Parnaíba I operando ao longo do mês inteiro.

Na sessão anterior, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) havia informado os dados da produção de maio da companhia, revelando que a petrolífera conseguiu elevar a sua produção no campo de Tubarão Azul para 6,5 mil barris diários contra 1,7 mil em abril, uma alta correspondente a 274,5%. 

O campo de Tubarão Azul deverá parar de operar em 2014 em meio à falta de viabilidade econômica, informou a companhia na manhã da última segunda-feira (1), o que fizeram as ações da companhia perderem mais da metade do seu valor apenas nesta semana. A OGX ocupa o sétimo lugar no ranking da ANP, liderado pela Petrobras (PETR3;PETR4), que viu sua produção cair 2,5% na comparação a abril, somando 1,834 milhão de barris. A OGX Maranhão, que produz na bacia do Parnaíba, aparece em quarto lugar com produção de 24,4 mil barris de óleo equivalente. 

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CVM confirma que está apurando OGX
Ainda com relação à petrolífera do grupo EBX, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informou, em nota divulgada na noite da véspera, que está apurando os fatos envolvendo à companhia e outras empresas do grupo de Eike Batista, inclusive aqueles recentemente “divulgados na mídia”.

A CVM informou ainda que a sua atividade de supervisão se realiza pelo acompanhamento da divulgação de informações relativas a companhias abertas, demais participantes do mercado e aos valores mobiliários negociados. A lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado. “Nesse contexto, diante de qualquer possível desvio de conduta, a autarquia inicia uma apuração específica dos fatos que pode levar a abertura de um procedimento sancionador”, afirma a autarquia.

CSN pagará juros sobre capital próprio
O Conselho de Administração da CSN (CSNA3) aprovou o pagamento de saldo de R$ 107 milhões em juros sobre o capital próprio a partir de 5 de julho de 2013. A companhia havia aprovado, no dia de 28 de março de 2013, pagamento de R$ 560 milhões em proventos sendo que destes, R$ 453 milhões já foram pagos.

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Fazem jus ao recebimento desses juros sobre o capital próprio os acionistas inscritos na instituição depositária Banco Itaú em 1º de abril de 2013. O valor bruto correspondente é de R$0,0733892 por ação.

Gafisa: aquisição da Alphaville concluída
A Gafisa (GFSA3) e a construtora Tenda, dando prosseguimento ao quanto informado pela primeira companhia no fato relevante de 7 de junho de 2013, informam que a aquisição das ações remanescentes da Alphaville Urbanismo, correspondentes a 20% do seu capital social, foi concluída na véspera.
Essa operação foi feita através da aquisição, pela Tenda, da totalidade das ações da EVP Participações, sociedade holding que tinha como sócios Renato de Albuquerque e Nuno Luís de Carvalho Lopes Alves e possui as referidas ações remanescentes.

Lançamentos da Tecnisa sobem 5 vezes no trimestre
O volume de lançamentos da Tecnisa (TCSA3) chegou a R$ 554 milhões no segundo trimestre de 2013, avanço de 428% em relação ao mesmo período do ano passado, informou a incorporadora no fim da quarta-feira, em divulgação de prévia operacional.
Entre abril e junho, foram cinco empreendimentos, sendo quatro da linha premium. As quatro torres do projeto Jardim dos Perdizes, na capital paulista, responderam por R$ 488 milhões do volume de lançamentos, ou 88 por cento do total. Quando considerado apenas o primeiro semestre, o volume de lançamentos chegou a R$ 1,2 bilhão, ante R$ 105 milhões um ano antes.

Impasse adia desfecho para Grupo Rede
O desfecho para o Grupo Rede (REDE3), cujas holdings estão em recuperação judicial, foi adiado para sexta-feira, após credores e o atual controlador do Grupo não chegarem a um acordo em assembleia nesta quarta-feira.
Credores defendem que o plano apresentado por Energisa (ENGI3) seja apreciado, enquanto o controlador atual do grupo afirmou não ter confiança nessa proposta quanto à origem de recursos para investimentos.

A Energisa garante ter recursos necessários e credores na assembleia sinalizaram apoio à empresa. Já CPFL Energia (CPFE3) e a Equatorial Energia (EQTL3) disseram que retirarão sua proposta se ela não for votada na sexta-feira. Com o impasse, ficou definido que Energisa irá protocolar seu plano com alterações até quinta-feira, às 10 horas (horário de Brasília), na justiça.

Vale: maior projeto da história é anunciado
Na véspera, a Vale (VALE3; VALE5) anunciou que obteve licença para instalação do projeto de minério de ferro Carajás S11D, considerado pela mineradora “o maior projeto da história da companhia e da indústria de minério de ferro”.

O programa, composto por mina, plantas de processamento, capacidade ferroviária e porto, tem expectativa de entrar em operação no 2º semestre de 2016, atingindo sua capacidade máxima em 2018. O investimento previsto no projeto é de US$ 19,5 bilhões. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.