Oferta de reestruturação da dívida argentina teria partido de Barclays, Citi e DB

Presidente do país já havia declarado que considerava uma proposta; porém, as instituições não confirmaram a notícia

Giulia Santos Camillo

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SÃO PAULO – A manutenção do bom humor do mercado argentino mesmo diante de quedas generalizadas no último fechamento tem uma explicação: a declaração da presidente do país, Cristina Kirchner, de que estaria considerando uma proposta de reestruturação, sem, no entanto, fornecer detalhes da oferta.

Nesta terça-feira (23), o mercado amanheceu com rumores de que a proposta teria partido de três bancos internacionais, Citigroup, Barclays e Deutsche Bank. A idéia seria ajudar a Argentina a quitar a dívida que tem com detentores de títulos que se recusaram a aceitar o acordo oferecido pelo governo do país em 2005. Contudo, nenhuma das instituições confirmou a proposta.

Cabe lembrar que naquele ano, o então presidente Nestor Kirchner propôs por fim à moratória declarada em 24 de dezembro de 2001, que suspendeu todos os pagamentos de títulos de dívida. A oferta estabelecia o pagamento de US$ 0,30 por dólar aos credores.

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Citando uma fonte do governo argentino, a Bloomberg afirmou que a proposta encorajaria os detentores de títulos a trocar esses papéis por novos títulos, sendo obrigados a comprar novas securitizações como parte do acordo. O capital levantado com a reestruturação seria usado para as necessidades financeiras do país no próximo ano.

É importante notar, entretanto, que à época do fim da moratória, em 2005, Nestor Kirchner assinou uma lei que proibia o governo de fazer uma nova oferta aos credores que não aceitaram a proposta. Dessa forma, a atual presidente da Argentina alertou que qualquer oferta de reestruturação deveria primeiro ser aprovada pelo Congresso.