OceanPact (OPCT3): venda de direitos creditórios contra Petrobras reduz riscos e valida chances de êxito; ação sobe 3%

OceanPact firmou acordo para cessão parcial de seus direitos creditórios contenciosos relativos a ações judiciais de sua subsidiária UP Brasil

Felipe Moreira

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A OceanPact Servicos Marítimos (OPCT3) anunciou na noite da última sexta-feira (30) que firmou acordo para cessão parcial de seus direitos creditórios contenciosos relativos a ações judiciais de sua subsidiária UP Brasil, visando a cobrança de diárias decorrentes de contratos firmados com a Petrobras (PETR4).

Com isso, nesta segunda-feira (3), os papéis subiram 3,02%, a R$ 4,78, após chegarem a subir 7,76%, a R$ 5, na máxima do dia.

A UP Brasil terá direito a um pagamento inicial imediato de R$ 100 milhões. Também preservará o direito a uma futura participação majoritária significativa no valor recuperado dos direitos creditórios cedidos que exceder o valor imediatamente recebido, ajustado nos termos acordados entre as partes.

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Para o Bradesco BBI, o anúncio representa um grande evento de redução de risco para a liquidez que ainda não foi incluído no preço-alvo para OceanPact.

“A venda mostra que um terceiro especializado neste tipo de transação validou as chances da companhia de ganhar a ação (que provavelmente está provisionada no balanço da Petrobras) e que a avaliação da ação deve ser estendida ao retorno do investimento de R$ 100 milhões, o que seria totalmente perdido se a ação não fosse ganha”, destaca o time análise do BBI.

O BBI incluiu em sua avaliação os R$ 100 milhões recebidos pela empresa empresa mais 80% dos recebíveis futuros de litígios que acredita ter chance de chegar a pelo menos R$ 500 milhões. Segundo estimativas do banco, o impacto líquido desses R$ 500 milhões seria da ordem de R$ 344 milhões (R$ 1,70/por ação) para encapsular o pagamento de impostos (PIS/Cofins e imposto de renda).

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A equipe de research do BBI comenta ainda que sua estimativa de R$ 500 milhões é bastante conservadora, visto que as diárias devidas pela Petrobras relacionadas aos navios UP Coral e UP Turquoise (cujos processos estão mais avançados) já totalizam cerca de R$ 420 milhões, sem nenhum tipo de correção monetária. Assim, o valor final com correção monetária deve ser bem superior a R$ 500 milhões.

O time análise do Itaú BBA destacou que o pagamento recebido pela OceanPact representa cerca de 11% do valor de mercado da empresa. “Isso pode desencadear um pagamento contingente há muito esperado se os direitos creditórios contenciosos forem recuperados com sucesso”, destaca o BBA, em relatório.

O BBI reiterou avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para ações da OceanPact e elevou preço-alvo de R$ 7 para R$ 8,70, o que representa um potencial de valorização de 87,5% frente a cotação de fechamento da última sexta-feira (30) de R$ 4,64. O BBA também manteve classificação equivalente à compra para os papéis da OceanPact.