O “sonho antigo” vai se concretizar? O que esperar de uma possível fusão entre Fibria e Suzano

XP Connection desta quarta-feira destacou o cenário para o setor em um dia de forte de alta dos papéis com fusão voltando a ser avaliada pelo mercado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Volta e meia, os rumores sobre uma possível fusão entre Suzano (SUZB5) e Fibria (FIBR3), um “sonho” antigo dos investidores no setor, ganham forças no mercado. Desta vez, uma notícia do Valor Econômico apontando que a junção entre as duas companhias voltou ao campo de avaliação e é bem vista por executivos de ambas movimentou os papéis nesta quarta-feira. A Fibria via suas ações subirem 5,80%, a R$ 38,47, segundo cotação das 16h32 (horário de Brasília), sendo destaque de alta do Ibovespa, enquanto a Suzano avançava 4,53%, a R$ 17,07, no mesmo horário. 

Durante a conferência latino-americana da consultoria RISI, em São Paulo, o presidente da Suzano, Walter Schalka, foi questionado sobre o assunto e mostrou-se favorável à operação, um momento em que a venda da Eldorado pela J&F pode abrir as portas a um novo competidor, de capital estrangeiro – a Asia Pulp & Paper (APP) está em conversas com a J&F e a chilena Arauco já esteve. E, conforme apontou o analista da XP Investimentos, Marco Saravalle, durante o programa XP Connection, a união entre as duas companhias tem chance de acontecer – mas não deve ocorrer no curto prazo e depende ainda de alguns outros fatores – como a venda da Eldorado (e quem ficará com ela). 

“[A fusão] é um cenário possível e acreditamos que ela possa acontecer, só não acreditamos que isso deva ocorrer no curtíssimo prazo. (…) No cenário-base, seria bom para os dois  papéis”, avaliou Saravalle durante o XP Connection. Ele lembrou ainda que, enquanto a Fibria já está no Novo Mercado (segmento com as regras mais rígidas de governança da B3), a Suzano anunciou no início do mês que irá migrar para o segmento e fará a conversão das ações preferenciais da companhia em papeis ordinários na proporção de 1 para 1. “A Suzano não migraria para o Novo Mercado fazendo essa conversão se não tivesse algo para acontecer, o que poderia ser a fusão com a Fibria”, ressalta.

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Ao ser questionado sobre possíveis impedimentos da fusão pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Saravalle ressaltou que o Conselho tenderia a ver a operação globalmente, já que grande parte da produção é exportada. Por essa ótica, haveria menos impedimentos à criação da gigante do setor de papel e celulose. Contudo, apesar de apontar que haveria sinergias importantes caso elas se fundissem, o analista ressalta o noticiário ainda é muito especulativo. 

Além dessa notícia, o analista da XP ainda destacou outros motivos que poderiam levar o investidor a olhar para as ações do setor de papel e celulose. Confira a partir dos 15 minutos do vídeo abaixo: 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.