O retorno da Oi à “lista negra” da S&P, Petrobras e Vale agitam a segunda-feira

Entre os destaques, Petrobras informou que não descarta renovar contrato com a empresa holandesa SBM, supeita de pagamento de propinas a funcionários da estatal

Paula Barra

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SÃO PAULO – Com semana mais curta por conta da Copa e feriado em São Paulo nesta quarta-feira, a segunda-feira (7) inicia em tom mais morno na Bovespa. Entre os destaques corporativos, aparece a Petrobras (PETR3;PETR4), que não descarta renovar um contrato com a empresa holandesa SBM Offshore, fornecedora de plataformas e suspeita de pagamento de propinas a funcionários da estatal para obtenção de vantagens.

Em nota encaminhada ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a petroleira comandada por Graça Foster informou que “a renovação do contrato do FPSO Marlim Sul (que vence este ano) será avaliada oportunamente”.

Em outro trecho da nota, a Petrobras informa que não estuda continuar a operação da FPSO Brasil, cujo contrato com a SBM também vence este ano. As unidades de FPSO se referem a Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo, um tipo de navio-plataforma.

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O jornal “O Estado de S. Paulo” revelou na edição de sexta-feira, 4 – com base em documento da Controladoria Geral da União (CGU), no qual a estatal foi questionada sobre o suposto pagamento de propina pela SBM para facilitar a vitória em licitações da Petrobras -, que a petrolífera disse ao órgão regulador que os contratos vigentes para o afretamento dessas duas plataformas geram uma despesa de US$ 1,509 bilhão até a sua conclusão, em 2014. A Petrobras também calculou, em estimativa enviada à CGU, que a suspensão de oito contratos no valor de US$ 22,1 bilhões com a SBM reduziria em US$ 15 bilhões o lucro líquido da estatal entre 2014 e 2018.

Dufry
A Dufry (DAGR33) informou que pretende emitir 500 milhões de euros em títulos de dívida com um prazo de oito anos. Os recursos oriundos da emissão deverão ser usados para financiar parte da aquisição do Grupo Nuance.

O objetivo da emissão é utilizar os recursos líquidos para o financiamento de parte da aquisição do Grupo Nuance. Os títulos serão emitidos concomitantemente a linha de crédito rotativo, os empréstimos e os títulos denominados em dólares já existentes. Os títulos deverão ser admitidos para listagem oficial e negociação no mercado Global da Bolsa de Valores da Irlanda.

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Os títulos serão oferecidos e vendidos somente para non-U.S. persons fora dos Estados Unidos nos termos da Regulação S do Securities Act de 1933, conforme alterado e para investidores qualificados nos Estados Unidos nos termos da Rule 144A sob o Securities Act. Os termos e condições exatos dos títulos devem ser finalizados nos próximos dias.

Oi
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s voltou a incluir em sua lista “creditwatch” negativa o grupo de telecomunicações Oi (OIBR4) na última sexta-feira, citando a polêmica criada em torno do investimento da parceira Portugal Telecom no Grupo Espírito Santo.

A Portugal Telecom está em processo de fusão com a Oi e anunciou recentemente que tem 897 milhões de euros (cerca de 2,7 bilhões de reais) aplicados em papéis comerciais da Rio Forte, empresa do Grupo Espírito Santo, que tem participação indireta na companhia brasileira.

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“Em nossa visão, existe a possibilidade de a Portugal Telecom perder tais investimentos, cujos prazos de vencimento são 15 e 17 de julho de 2014, em função da potencial fragilidade financeira do grupo português Espírito Santo”, afirmou a Standard & Poor’s em comunicado à imprensa.

A Oi havia saído da lista creditwatch – definição usada quando a agência acredita que há probabilidade de realizar uma ação de rating no prazo de 90 dias – em 26 de maio, quando manteve a nota da companhia em “BBB-“, um degrau acima do grau especulativo.

Vale ressaltar que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicaçõesl) recomendou que a Superintendência de Competição do órgão busque informações mais detalhadas e acompanhe de perto o imbróglio que envolve a Portugal Telecom (PT) e os controladores da Oi. 

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Vale
O atual cenário do minério de ferro acendeu o sinal amarelo em torno dos negócios das mineradoras, no entanto, a Vale (VALE3;VALE5) é vista como a empresa do setor mais protegida em relação à redução dos preços e só uma queda mais brusca afetaria de fato a lucratividade da brasileira. Por ser detentora do minério de melhor qualidade do mundo e dona do título de mineradora de mais baixo custo, a companhia está em melhor posição competitiva em relação aos concorrentes, embora o preço mais baixo já esteja batendo em seus dados financeiros. Neste ano, o minério acumula perdas de 28%.

“Quando os preços do minério de ferro caírem a ponto de atingir a Vale de fato, todas as outras mineradoras do mundo já terão sido impactadas muito antes”, disse o especialista em mineração e ex-diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), José Mendo de Souza, e consultor da J.Mendo. Neste ano, o preço do minério de ferro registrou a mínima em quase dois anos, batendo US$ 89 a tonelada no mercado à vista chinês no mês passado. Na quinta-feira, 03, estava em US$ 96,5 a tonelada na China.

Segundo cálculos do UBS, o ponto de equilíbrio (break even point) do preço do minério para a Vale, ou seja, valor que separa a atividade lucrativa daquela que gera perdas, é de US$ 68 a tonelada na China. “A Vale é muito lucrativa com o minério em US$ 100 a tonelada”, afirma o analista do banco suíço Andreas Bokkenheuser. Embora os preços estejam neste momento um pouco abaixo desse valor, a previsão é de que fiquem em torno de US$ 100 neste terceiro trimestre, segundo especialistas consultados pela reportagem.

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Paraná Banco
O Paraná Banco (PRBC4) comunicou aos acionistas que o período para subscrição das 476.847 ações preferenciais a serem emitidas pela instituição no âmbito do aumento de capital aprovado pelo conselho de administração da companhia em 26 de maio, encerrou-se em 26 de junho. As ações não subscritas poderão ser subscritas pelos acionistas que manifestarem interesse de reserva entre 7 e 14 de julho.

Cremer
A Cremer (CREM3), fornecedora de produtos para cuidados com a saúde, informou na última sexta-feira que a Tarpon (TRPN3) elevou sua participação para 96,2% do total de ações de emissão da companhia. Os fundos da gestora participaram da eleição de membros do conselho de administração da companhia e não pretendem alterar sua estrutura administrativa, apontou em comunicado. 

(Com Reuters e Agência Estado)