O que pode acontecer com o Ibovespa após nove semanas seguidas de alta? Estrategista aponta para grande inflexão no mercado

Segundo Raphael Figueredo, da Eleven, a partir de agora, as correções de mercado deverão ser vistas como oportunidade na compra

Equipe InfoMoney

Publicidade

Após ter atingido os 120 mil pontos na quarta-feira (21) da semana passada, o Ibovespa engatou uma sequência de quedas e se afastou desse patamar. Porém, ainda assim, até sexta-feira (23), o benchmark da Bolsa fechou uma trajetória de nove semanas seguidas de alta; a última vez que isso ocorreu foi entre junho e agosto de 2016, quando o referencial teve 10 semanas seguidas de altas.

Mas o que costuma acontecer com o principal índice da B3 após uma trajetória tão positiva?

Em relatório, Raphael Figueredo, estrategista-chefe da Eleven Financial, apontou que o Ibovespa já subiu nove semanas consecutivas seis vezes em outros momentos. Isso quando se olha a base histórica confiável, que se iniciou em 1994. “Podemos notar que na grande maioria das vezes, quando o Ibovespa subiu por nove semanas consecutivas, estávamos diante de uma grande inflexão de mercado”, destaca.

Continua depois da publicidade

Confira no gráfico abaixo:

Fonte: Eleven Financial

Fazendo a ponderação de que se trata de uma base histórica pequena, com um número de eventos baixo, a casa de análise destacou que, em média, depois de ter subido por nove semanas consecutivas, o Ibovespa teve um retorno de 46,68%, sendo que a a mediana foi um retorno de 60,65% e a probabilidade de ganho foi de 60%. A pouca dispersão entre um número e outro sinaliza consistência.

“A nossa principal conclusão sobre esse pequeno estudo é para dizer que o cenário atual se trata de uma reversão de ciclo, no qual não devemos ficar intimidados com essa sequência de alta”, avalia Figueredo.

Continua depois da publicidade

Segundo ele, a partir de agora, as correções de mercado deverão ser vistas como oportunidade na compra e montagem de um portfólio de ações equilibrado, em um ambiente de novo ciclo de queda de juros Selic alinhado com um mercado internacional (emergentes) mais favorável.

Rali com queda de juros

Figueredo reforça a avaliação de que o rali recente se deu por uma série de fatores importantes, mas o que mais chamou atenção foi o movimento de queda da curva de juros.

“Uma reversão sobre as expectativas da economia brasileira  [com projeções mais otimistas] após a aprovação do arcabouço fiscal, reversão das expectativas sobre a inflação e, sobretudo, um ambiente mais favorável para os mercados emergentes junto a posição de destaque que o Brasil tem junto aos seus pares”, aponta.

Continua depois da publicidade

Geralmente a reversão de grandes ciclos começa com um inesperado rali e não foi diferente até a semana passada, avalia o estrategista. A alta foi caracterizada por um efeito de recomposição de ativos, isto é, uma zerada maciça de posições vendidas, pelo fim dos resgates dos fundos e pela busca de portfólios mais equilibrados em renda variável, a fim de se preparar para a 2ª metade de 2023.

Assim, com os sinais de cortes de juros já em agosto reforçados pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom), as expectativas são de maior ânimo para a Bolsa brasileira.

Abaixo, o gráfico mostra a correlação entre queda de juros e alta da Bolsa. Confira:

Continua depois da publicidade

Fonte: Eleven Financial