O que pensa o único banco que acredita que a Selic será mantida em 7% ao ano pelo Copom

Para o Barclays, três fatores guiam essa percepção, com destaque para a volatilidade externa e a falta da reforma da previdência

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Das 40 projeções de economistas consultados pela Bloomberg, 39 acreditam que o Copom (Comitê de Política Monetária) vai cortar a Selic para uma nova mínima histórica, a 6,75% ao ano em decisão da noite desta quarta-feira (7). 

A exceção é o Barclays, que prevê a manutenção da taxa básica de juro em 7% ao ano. Em avaliação enviada à Bloomberg e confirmada por e-mail ao InfoMoney, o chefe de pesquisa econômica do banco, Marco Oviedo, destacou o por que dessa estimativa tão destoante. 

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

São três os fatores: i) a alta volatilidade dos mercados e um cenário externo de política monetária mais desafiador, com o Federal Reserve mais agressivo e o BCE(Banco Central Europeu) iniciando normalização, podendo aumentar os juros mais rapidamente; ii)  a demora na aprovação da reforma da previdência, que pode até mesmo não ser aprovada, o que gera risco à sustentabilidade fiscal e iii) perspectiva de aceleração da inflação. 

Já sobre quando o Banco Central deve começar a subir os juros, o head do Barclays destacou que isso dependerá do cenário político. “Assumindo um novo governo, com forte apoio político e dando clareza sobre a política fiscal em 2019, o Banco Central poderá ‘esperar e ver’ como as questões se desenrolam no Congresso e elevar o juro até o primeiro trimestre de 2019, à medida em que a economia se recupera”, apontou.  

Por outro lado, a maioria da corrente que espera queda do juro para 6,75% este mês se ampara na comunicação do BC e também no quadro inflacionário favorável. Apesar da perspectiva de avanço do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as expectativas indicam que o dado deve fechar 2018 abaixo do centro da meta de 4,5%. Além disso, consideram que a ociosidade da atividade ainda é elevada, o que não comprometeria a inflação. 

Continua depois da publicidade

O economista Pedro Ramos, do Banco Sicredi, vê sinais claros de que o Copom deve cortar a Selic para 6,75%. “O BC teve várias oportunidades desde a última reunião, mas não houve qualquer indício de que deve fazer outra redução a não ser de 0,25 ponto”, diz.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.