O que esperar para o mercado de petróleo em 2019

Existem "enormes incertezas" e fazer previsões em 2019 está "mais difícil do que o normal"

Bloomberg

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(Bloomberg) — 2018 foi um ano tumultuado no mercado de petróleo. O barril atingiu a maior cotação em quatro anos em outubro e desabou mais de US$ 30 nos meses seguintes. Excesso de oferta e preocupações com a demanda prometem volatilidade também neste ano.

Outros fatores também influenciam os preços. Uma das mudanças recentes foi no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), no começo de dezembro. A Rússia negociou um acordo para limitar a oferta e passou a dividir as rédeas com a líder tradicional do grupo, a Arábia Saudita.

No entanto, os recados pelo Twitter do presidente americano, Donald Trump, exigindo queda de preços do petróleo e a produção recorde de combustível a partir do xisto nos EUA ameaçam anular anos de esforços da Rússia e da Opep.

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Existem “enormes incertezas” e fazer previsões em 2019 está “mais difícil do que o normal”, admitiu Neil Atkinson, responsável pela área de mercados da Agência Internacional de Energia (IEA).

A questão geopolítica é um grave risco para a indústria petrolífera, alertou Ryan Lance, presidente daConocoPhillips. Por outro lado, a política da Opep dificilmente causará tanta surpresa, o que pode diminuir a volatilidade, disse Greg Sharenow, gestor de carteiras da Pacific Investment Management Co. (Pimco).

Estas são as opiniões de executivos, gestores de recursos e analistas sobre o mercado de petróleo em 2019:

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Ryan Lance, presidente da ConoccoPhillips
“Esperamos que o mercado de petróleo permaneça volátil, em parte por causa da flexibilidade da produção de xisto na América do Norte, que pode aumentar e diminuir rapidamente, em resposta a variações nos níveis de investimento.

Para ter sucesso neste ambiente, considerando o ciclo curto do xisto, é necessário administrar um negócio de exploração e produção que gere retorno financeiro sustentado ao longo do ciclo, o que é necessário para atrair investidores de volta ao setor. Precisamos oferecer aos investidores resistência aos preços baixos e participação nos preços altos.”

Greg Sharenow, gestor de carteiras da Pimco
“Sob vários aspectos, 2019 pode ser notável pela falta de surpresas vindas da Opep, que migra para a abordagem de limitar qualquer superávit ou déficit. A decisão da Opep deve provocar estabilização gradual do barril do tipo Brent e talvez a volta a um ambiente de menor volatilidade.”

David Lebovitz, estrategista global de mercados do JPMorgan
“O que acontece na Opep e a decisão do Catar de se retirar da Opep e focar em gás natural são indícios interessantes de que talvez nem tudo vai bem. Talvez haja mais fragmentação. Percebo um pouco de divergência nos interesses do grupo. Diante do quadro político global, este pano de fundo pode se deteriorar adiante.

Em um mundo no qual os EUA têm disciplina para produzir e a Opep não é tão eficaz para restringir a produção quanto no passado, todos os olhos de voltarão para os EUA.”

Neil Atkinson, responsável pela área de mercados da IEA
“A implementação dos novos regulamentos para combustível marítimo em 2020 se aproxima. Saberemos se as indústrias de transporte e refino estarão prontas para essa enorme mudança regulatória sem abalar seriamente o mercado de combustíveis.

A oferta enfrenta diversas complicações. Se for bem-sucedido, o acordo recente dos integrantes da Opep e dos 10 produtores que não fazem parte da Opep para reduzir a produção ajudará a reequilibrar o mercado de petróleo, que estava ficando com excesso de oferta. Veremos o que o governo americano decidirá em relação à segunda rodada de isenções para os compradores de petróleo do Irã. A produção na Venezuela diminuirá ainda mais? A Líbia conseguirá manter a produção ou sofrerá mais interrupções?”

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