O “lembrete” que a prévia do PIB trouxe após dois dados surpreendentes para a economia do Brasil

Após ânimo com dados divulgados pelo IBGE durante a semana para serviços e varejo, IBC-Br divulgado pelo BC mostrou que o ritmo de recuperação da economia brasileira ainda é fraco

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana que se encerra trouxe boas notícias para a economia brasileira com a divulgação pelo IBGE de dados surpreendentemente positivos dos setores de varejo e de serviços do mês de julho, apontando para uma recuperação da atividade. 

Porém, na manhã desta sexta-feira (13), foi divulgado pelo Banco Central o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do mês, jogando um “balde de água fria” em quem estava animado com os dados divulgados anteriormente. 

A “prévia do PIB” registrou uma queda de 0,16% em julho ante junho após alta nos dois meses anteriores e ficando levemente abaixo da projeção de queda de 0,1%. Vale ressaltar que, contudo, com as revisões para cima em períodos anteriores, a alta na comparação anual foi de 1,31%, ante estimativa de avanço de 0,98%.

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De qualquer forma, o dado veio fraco, mostrando ainda um ritmo de recuperação errático, servindo de contraponto ao ânimo registrado nas outras sessões com os dados anteriores. 

O dado veio abaixo das estimativas da economia, mas o cenário de recuperação fraca não foi visto com tanta surpresa. Isso porque as próprias análises de economistas sobre os dados divulgados pelo IBGE apontavam que, enquanto os números do varejo e de serviços mostram melhora, os dados de investimento e da indústria ainda andam a passos lentos e comprometem uma recuperação mais forte da economia.

De acordo com a análise do Bradesco, o IBC-Br recuou influenciado pelo desempenho mais fraco da indústria (vale destacar que, na semana passada, foi divulgada uma nova queda da produção industrial em julho).

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Enquanto isso, avalia a equipe do banco, os poucos indicadores de agosto já conhecidos mostram resultados ambíguos, o que mostra uma transição moderada para o segundo semestre.

“Há de se reconhecer que a política monetária [com a queda dos juros e expectativa de novo corte para 5,5% ao ano na Selic na reunião da semana que vem] começa a surtir alguns efeitos, ainda que haja incertezas acerca do ritmo de retomada”, avalia o Bradesco. 

Por ora, os economistas do banco projetam expansão de 0,1% do PIB no terceiro trimestre.

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O Goldman Sachs também reforça que o atual cíclico de recuperação econômica permanece bastante fraco.

“A economia continua a operar com um alto grau de folga em termos de utilização de recursos”, aponta o economista Alberto Ramos, apontando a alta taxa de desemprego e a distância das perspectivas do PIB corrente para o PIB potencial. 

Neste sentido, avalia o banco americano, o progresso em direção à consolidação fiscal através das reformas continua sendo essencial para ancorar o sentimento do mercado, aumentar o sentimento do consumidor e dos empresários “de forma a alavancar o que tem sido até agora uma recuperação extremamente superficial e decepcionante”.

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Desta forma, os primeiros dados do terceiro trimestre mostram que alguns setores, como de consumo e de varejo, devem guiar ainda a lenta recuperação para a economia brasileira, enquanto indústria ainda deve seguir com dificuldades para se recuperar.

A expectativa ainda é por um crescimento da economia no terceiro trimestre, mas ele deve ser lento e cheio de percalços. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.