O lado sombrio do investimento em ETFs que não cobram taxa

Qualquer investidor americano consegue comprar fundos de índice sem pagar nada, mas custo para administrar o produto se aproxima de US$ 250 mil por ano

Bloomberg

(Shutterstock)

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(Bloomberg) — Se algo parece bom demais para ser verdade, é melhor desconfiar.

Há um lado sombrio no movimento de corte de custos que varreu a indústria de fundos negociados em bolsa (exchange-traded funds ou ETFs) nos últimos 12 meses. Qualquer investidor individual dos EUA agora consegue não pagar nada para comprar um ETF por meio de sua corretora preferida — e nada de taxa anual de administração. No entanto, aspectos não revelados dessa pechincha podem surpreender investidores.

As corretoras têm sido bastante francas sobre a prática de compensar comissões perdidas com receita de juros, mas tocar um fundo — mesmo um que apenas acompanha um índice — não sai de graça. Custa cerca de US$ 250.000 por ano para administrar um ETF. O valor depende dos ativos do fundo, dos prestadores de serviços que contrata e dos outros negócios do emissor. Independentemente disso, os investidores podem acabar pagando, seja na forma de despesas jurídicas, risco excessivo ou promoção exagerada.

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“Isso não é o Unicef, há um custo para fazer as coisas”, disse Matt Bartolini, responsável por pesquisas na State Street Global Advisors, se referindo ao Fundo das Nações Unidas para a Infância. “Minha primeira pergunta é como esses custos estão sendo cobertos.”

Brechas

A resposta? Depende. A taxa de administração de um fundo normalmente cobre o custo de licenciamento ou criação de um índice, manutenção de registros, envio de prospectos e despesas associadas ao conselho de administração. Emissores que oferecem produtos de graça ainda têm esses custos, porém mais motivos para reduzi-los.

Uma área de possível extração de eficiência é o departamento jurídico, mas os investidores podem ser lesados em caso de ação judicial. Outras economias podem ser obtidas por meio de construção interna de índices, licenciamento de alternativas de baixo custo, contratação de custodiantes sem tradição ou limitação da força de vendas ou de publicidade. Essas economias podem resultar em falhas de supervisão ou maior probabilidade de fechamento do fundo.

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“Eu ficaria preocupado com aspectos jurídicos e de conformidade”, disse Sam Huszczo, fundador da SGH Wealth Management, consultoria de investimentos de Detroit com US$ 170 milhões em ativos, que trabalha com ETFs. “Essas são duas áreas em que eu vejo a possibilidade de encontrar brechas.”

A Salt Financial paga para quem comprar seu fundo. A gestora acompanha um índice de empresas estáveis e faz apenas duas ou três substituições por trimestre, o que reduz os custos de transação, de acordo com o cofundador Alfred Eskandar. Em outubro, a firma revelou planos para transferir o ETF para um truste mantido por um banco americano para reduzir a complexidade administrativa e operacional. A mudança também economizará dinheiro, embora Eskandar tenha garantido que os investidores não serão expostos a riscos adicionais. Ele espera que a ausência de taxas incentive investidores a experimentar o fundo e que eles mantenham a aplicação por causa do desempenho.

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