O Estado brasileiro hoje está insolvente, afirma Samuel Pessôa

Em entrevista a Francisco Petros e José Marcio Mendonça, o pesquisador do IBRE/FGV análise a situação atual da economia brasileira e fala das perspectivas no médio e longo prazo para o país

Francisco Petros

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Em entrevista ao “Na Real na TV”, o pesquisador do Ibre, da FGV, Samuel Pessoa, que foi um dos assessores econômicos de Aécio Neves na campanha presidencial, disse não estar mais preocupado com a inflação, embora o aumento de preços já esteja apontando para chegar, segundo alguns analistas, a 9% em dezembro. Pessoa diz que o problema grave mesmo da economia brasileira é o das contas públicas. “O nosso maior problema é fiscal. O problema da inflação já está endereçado. Já o problema fiscal é mais grave do que a gente imagina. No meu entender, o Estado hoje já é insolvente. Para deixar de ser, temos que achar de dois a três pontos percentuais do PIB de receita.”

Samuel Pessoa acha que a admissão de que o superávit primário será menor, mas factível, pode ser a melhor saída. Se for bem explicado, até pode ser recebido positivamente – não afetaria a imagem da equipe econômica e não prejudicaria a análise de crédito do Brasil. Para ele, fazer o superávit prometido este ano está realmente muito difícil.

Pessôa destacou que o “fundo do poço está no segundo trimestre deste ano em crescimento negativo” e ainda afirmou que a recuperação virá, já que o Brasil tem potencial para tanto, mas que ela será muito mais dolorida, demorada e lenta do que nas últimas duas recuperações.

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O economista também ressalta as dificuldades do governo e o fato da oposição estar menos disposta a votar a favor das medidas de ajuste do que durante o governo Lula, por exemplo. “Aos olhos da oposição, o grupo político petista está usando todos os instrumentos para se perpetuar no poder. (…) A oposição hoje tem uma suspeição de que este grupo, se puder introduzir o chavismo no Brasil, vai fazê-lo”. 

Confira a entrevista na íntegra: