O caminho da Direcional para reduzir endividamento e o que esperar da habitação popular com a alta da Selic

CEO da companhia participou de live do InfoMoney e falou sobre a estratégia de focar no projeto Casa Verde e Amarela, além da classe média através da Riva

Anderson Figo

Publicidade

SÃO PAULO — Focada em habitação dentro do antigo Minha Casa, Minha Vida (hoje Casa Verde e Amarela), do governo federal, a Direcional (DIRR3) tem conseguido reduzir seu endividamento ao longo dos últimos anos, mantendo geração de caixa positiva. O desempenho foi reconhecido nesta semana, quando a agência de risco Standard & Poor’s classificou a nota de crédito da empresa como triplo A, a mais alta/segura em sua hierarquia.

Muito do desempenho recente também teve ajuda da subsidiária Riva, que atua no segmento imediatamente acima do MCMV, com unidades a partir de R$ 240 mil, focadas para a classe média. Segundo o CEO da companhia, Ricardo Gontijo, a demanda por habitação tem crescido nos últimos trimestres no Brasil por causa das baixas taxas de juros em relação ao que tínhamos anos atrás (em 2015 a Selic ainda estava em torno de 13% ao ano e hoje está em 2%).

“Em geral, os nossos compradores que precisam de crédito imobiliário têm renda formal, são celetistas. Então, o principal indicador que afeta nossa operação é justamente o volume de criação de vagas formais. O número de janeiro, inclusive, que foi divulgado ontem, foi bastante saudável, bastante forte”, disse em live do InfoMoney nesta quarta-feira (18).

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“Por mais que estejamos num momento delicado, com a segunda onda da pandemia de Covid, a gente ainda vê um apetite bastante forte por parte dos bancos e uma manutenção do custo desse financiamento no mesmo patamar que a gente viu ao longo dos trimestres no início do ano passado”, completou.

A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

A Direcional registrou R$ 1,763 bilhão em lançamentos no ano passado, contra R$ 1,946 bilhão em 2019. Ela interrompeu uma sequência de altas que vinha pelo menos desde 2015, mas segundo o executivo o movimento foi pensado para preservara companhia durante a pandemia. Ele não divulgou guidance para 2021.

Continua depois da publicidade

Mesmo assim, Gontijo disse que o banco de terrenos da Direcional está bastante saudável, valendo R$ 25 bilhões — sendo R$ 5 bilhões de empreendimentos da parte Riva. O executivo comentou ainda sobre a diversidade geográfica de atuação da companhia, que está presente em diversos estados, inclusive em São Paulo, tanto em regiões metropolitanas quanto no interior.

Gontijo comentou sobre a emissão de debêntures realizada pela empresa para alongar a dívida e disse que o perfil de vencimento médio do grupo é de 3 anos. O CEO da Direcional falou ainda sobre recompra de ações, pagamento de dividendos, possível oferta da ações da Riva, que já foi cancelada no passado, mas não foi descartada, sobre concorrentes e também vendas online — agora o principal canal de vendas da companhia. Assista à live completa acima.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.