Publicidade
SÃO PAULO – Em meio a um cenário bastante complicado para os mercados emergentes, o presidente executivo do Itaú Unibanco (ITUB4), Roberto Setúbal, destacou – em entrevista coletiva nesta terça-feira (4) para comentar os resultados do banco- que o ano de 2014 deve ser positivo para o setor financeiro.
Em compensação, o cenário para este ano ainda é de volatilidade para o mercado em meio à normalização da política monetária pelo Federal Reserve com a retirada gradual dos estímulos à economia norte-americana (o chamado tapering) e a antecipação do aumento de juros no país, o que reduz o “dinheiro barato” e aumenta a atratividade para os investimentos norte-americanos. Com isso, os emergentes são especialmente afetados, aponta o presidente do Itaú Unibanco.
Questionado sobre o quanto os grandes eventos de 2014 – como Copa do Mundo e Eleições – devem impactar o cenário interno, Setúbal destacou o “amadurecimento” do Brasil, que não deve sofrer grandes mudanças nos mercados em decorrência destes.
Continua depois da publicidade
Em relação especificamente ao ambiente eleitoral, a avaliação do executivo é de que, nem de perto, a preferência por um outro candidato leve à uma turbulência nos moldes observados em 2002, quando a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva se fortaleceu e levou a uma forte turbulência em meio aos temores de um possível calote na dívida, com efeito na bolsa brasileira e no mercado de títulos.
“O ano de eleição afeta o mercado financeiro em termos de expectativas, mas nada parecido com 2002. Acho que o Brasil amadureceu muito e aumentou a percepção entre os investidores de que o País não irá mudar da noite para o dia”.
Perguntado se concorda com o fato do Brasil começar a ser chamado de um dos 5 frágeis – juntamente com Índia, Indonésia, Turquia e África do Sul -, em meio àqueles países que apresentam maior vulnerabilidade com o cenário turbulento para os emergentes, Setúbal avalia que não.
Continua depois da publicidade
“A nossa situação é bastante melhor e bem mais confortável que o dos outros quatro países”, aponta o executivo, ressaltando queo endividamento é menor, com o déficit em conta corrente como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) é de cerca de 3%, bem abaixo da dos outros países, enquanto as reservas estão muito mais altas que a das outras nações. Porém, mesmo com o cenário mais favorável, há a perspectiva de que haja um ajuste fiscal no Brasil para os próximos anos.