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SÃO PAULO – Remando contra a maré do pessimismo dos grandes players do mercado com relação ao momento vivido pelo Brasil, a gestora de fundos de investimento e de patrimônio Azimut Group anunciou, na última quarta-feira (4), a criação de uma nova unidade responsável pela gestão de patrimônios superiores a R$ 1 milhão, fundindo as marcas AZ FuturaInvest e AZ LFI. A decisão reflete a estratégia do grupo italiano presente em 14 países em investir no mercado brasileiro mirando ventos mais favoráveis no longo prazo.
A ideia é aproveitar o momento de instabilidade, em que muitas empresas decidem encerrar operações no país, para semear os frutos que serão colhidos no futuro. Fundada em 1989, a Azimut é a maior gestora de fundos da Itália, cotada na Bolsa de Milão desde 2004, responsável por administrar R$ 100 bilhões, presente em 14 países. Sua estrutura de acionistas envolve 1.200 gestores, funcionários e financial advisors, ligados por um acordo de acionistas que controla cerca de 20% da empresa. Recentemente, o grupo tem acreditado fortemente no Brasil. Em abril deste ano, comprou 60% da Quest Investimentos, dando mais um passo em direção ao seu ambicioso objetivo de se tornar líder no setor no país até 2020.
“O Brasil é cíclico e, em algum momento, o apetite a riscos deve voltar”, afirmou Antonio Costa, novo CEO (chief executive officer) da Azimut Brasil Wealth Management, em entrevista concedida ao InfoMoney logo após o anúncio da nova unidade. “Enxergamos aqui uma oportunidade muito grande. Montando estruturas e fazendo melhorias de sinergias. A Azimut está no Brasil para o longo prazo. O objetivo é estabelecer estrategicamente no país, fazer os investimentos necessários”.
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Com 23 anos de experiência no mercado financeiro, o executivo já atuou como responsável pela área de Wealth Management da Merrill Lynch e CEO (chief executive officer) da JGP, além de 15 anos de carreira no Banco Garantia e Credit Suisse, onde atuou, entre outras áreas, como head do private banking e da área de renda fixa internacional. Ele acredita que sua trajetória em instituições de grande porte e independente o capacitam para atuar no comando da Azimut Brasil Wealth Management.
Quando questionado sobre sugestões de investimentos em um momento de forte instabilidade no mercado nacional, o novo CEO confirmou o forte movimento de migração da renda variável para a fixa, tendo em vista o menor retorno e os maiores riscos no primeiro caso, levando em consideração a atual conjuntura. Especialista no ramo de wealth management ele revela um comportamento mais temerário à volatilidade: “Percebemos que, para famílias no segmento ultra high, existe uma demanda para fundos exclusivos por uma questão de tornar a vida deles mais simples e você poder consolidar os investimentos em uma estrutura”. O que não implica em problemas para a Azimut, na visão dele. “O importante é estarmos preparados a atender a todo tipo de demanda”, concluiu.
O momento de crise no plano doméstico pode, muitas vezes, ter impactos menos severos sobre o público consumidor dos produtos oferecidos pela nova unidade da companhia italiana, mas certamente também dificulta o nascimento de novas fortunas, ressalta Antonio Costa. “Em um momento de retração econômica, a geração de nova riqueza é menor. Mas, ao mesmo tempo, tem-se uma base muito grande de riqueza. Que está em vários lugares, como bancos. Em que os clientes não necessariamente estão satisfeitos”, observou. É aí que nascem as oportunidades vislumbradas pela Azimut. A empresa visa investir em produtos qualificados para oferecer serviços que melhor atendam a demanda desses potenciais clientes não completamente satisfeitos com bancos e outros grupos de investimentos. A ideia é aproveitar o status de independência da companhia, evitando conflitos de interesse presentes em muitos concorrentes, para crescer no Brasil.
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