Nvidia e ASML reacendem preocupações do mercado com techs e abalam bolsas mundiais

A Nvidia assumirá encargos de US$ 5,5 bi após o governo dos EUA exigir licenças para as exportações à China; ASML divulgou encomendas trimestrais piores do que o esperado

Lara Rizério Agências de notícias

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Mais um dia de tensão nos mercados? Investidores mostravam maior aversão ao risco em mercados acionários nesta quarta-feira (16), depois que o governo dos Estados Unidos anunciou a exigência de licenças para exportações à China de um dos mais populares chips da Nvidia, enquanto aguardam novidades sobre as tarifas do presidente Donald Trump.

A Nvidia informou na terça que assumirá encargos de US$ 5,5 bilhões após o governo norte-americano exigir licenças para as exportações à China de seu chip de inteligência artificial H20, à medida que as autoridades buscam impedir que os chips mais avançados sejam vendidos para o país asiático.

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Além da Nvidia, outra preocupação está no radar do setor de semicondutores. A ASML, fabricante holandesa de equipamentos para produção de chips, divulgou hoje números de encomendas trimestrais piores do que o esperado e alertou que as tarifas dos EUA estão ampliando incertezas sobre sua perspectiva para este e o próximo ano. Em Amsterdã, sua ação caía 2,3%.

Os agentes financeiros também seguem de olho nos planos tarifários de Trump, uma vez que o presidente dos EUA tem prometido apresentar novas taxas para chips semicondutores e produtos farmacêuticos, além de sinalizar um possível alívio para as tarifas já implementadas sobre automóveis e autopeças.

As atenções estarão voltadas mais tarde para o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que discursará no Economic Club of Chicago às 14h30, no que serão seus primeiros comentários desde que Trump anunciou uma pausa de 90 dias para a maior parte de suas tarifas “recíprocas”.

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Na frente de dados externa, os mercados analisavam dados de crescimento da China, que superaram as expectativas no primeiro trimestre do ano, além de números para a inflação da zona do euro.

A China nomeou inesperadamente um novo negociador comercial, fundamental em quaisquer conversas para resolver a escalada da guerra tarifária com os EUA.

Investidores da “Equipe Nacional” apoiados pelo Estado podem ter comprado ações na parte da tarde, já que o volume de negociação aumentou em alguns fundos negociados em bolsa que acompanham os principais índices de referência, informou a mídia local.

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O índice japonês Nikkei caiu 1,01% em Tóquio hoje, a 33.920,40 pontos, pressionada pelas ações da Advantest (-6,5%) e Renesas Electronics (-4,2%), ambas da indústria de semicondutores. Em Seul, o sul-coreano Kospi recuou 1,21%, a 2.447,43 pontos, em meio à baixa de 3,7% da SK Hynix, que fornece chips de memória de alta largura de banda para a Nvidia.

Já o Hang Seng teve queda de 1,91% em Hong Kong, a 21.056,98 pontos, influenciado por ações de tecnologia e do setor automotivo e interrompendo uma sequência de seis pregões de ganhos, e o Taiex cedeu 1,96% em Taiwan, a 19.468,00 pontos, sob o peso da ação da TSMC (-2,51%), maior fabricante de semicondutores do mundo.

Veja como estavam os principais mercados financeiros externos por volta das 7:30 (horário de Brasília) desta quarta-feira:

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Veja como fecharam as bolsas asiáticas nesta quarta-feira:

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.