Nvidia: a peça que falta em uma temporada de fortes balanços de empresas de IA

Nvidia ainda não reportou seu balanço na safra de resultados; expectativa é de números tão fortes quando o resto do setor

Bloomberg

(Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)

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Os resultados das maiores empresas de tecnologia do mundo trouxeram principalmente boas notícias. Há apenas uma peça faltando: a Nvidia Corp. A empresa, cuja dominância em chips que realizam o trabalho pesado para computação em inteligência artificial a tornou o ponto focal em um mercado cativado por essa tecnologia em expansão, não deve divulgar seus ganhos até 22 de maio.

A divulgação será bem depois de outros balanços que mostraram lucros crescendo a uma taxa saudável, com a demanda por ferramentas de inteligência artificial impulsionando as vendas de serviços de computação em nuvem e tendências de gastos contínuos pesados em equipamentos de IA.

“Há grandes compradores de chips chegando e dizendo que já estávamos comprando muito, e agora estamos comprando ainda mais. A questão para a Nvidia é: será que é o suficiente?”, disse Mike Bailey, diretor de pesquisa da Fulton Breakefield Broenniman LLC, na sexta-feira.

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As ações da Nvidia subiram até 1,4% na abertura do pregão de segunda-feira.
Entre os maiores clientes da Nvidia, Meta, Microsoft, Amazon e Alphabet indicaram que os gastos de capital continuarão no ritmo atual ou aumentarão este ano.

As ações da Nvidia se recuperaram desde 19 de abril, quando os papéis de fabricantes de hardware de IA caíram antes da primeira semana de divulgação de resultados das grandes empresas de tecnologia. As ações subiram 18% desde então, mas ainda estão cerca de 5% abaixo do pico de março. Com as ações de outros fabricantes de hardware de IA caindo após balanços mesmo reportando ganhos fortes, fica claro que as expectativas estão altas.

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A concorrente fabricante de chips Advanced Micro Devices Inc. despencou quase 9% em 1º de maio, apesar de elevar sua previsão de vendas de aceleradores de IA este ano para US$ 4 bilhões, ante US$ 3,5 bilhões. A Super Micro Computer Inc., fabricante de servidores cujas ações subiram mais de 170% este ano, caiu 14% após seu relatório de ganhos que incluiu previsões de receita e lucros muito acima da média das estimativas dos analistas.

Com os ganhos de cerca de 80% das empresas do S&P 500 já divulgados, as empresas de tecnologia e serviços de comunicação estão superando as estimativas de lucro de forma impressionante. Aproximadamente 90% das empresas de tecnologia e serviços de comunicação superaram as estimativas de lucro, muito acima da média de 79% para o índice de referência, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

O problema é que os resultados têm tido dificuldade em mover o ponteiro das ações após um rali que elevou o índice de ações Nasdaq 100, de alta tecnologia, em mais de 35% nos últimos 12 meses. Ambos os grupos ocupam a parte inferior dos setores principais do S&P 500 em movimentos de preços das ações no dia seguinte aos resultados. O movimento médio para o setor de tecnologia é de queda de cerca de 1,5%, enquanto as ações de comunicações caíram 2,7%.

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Para Solita Marcelli, do UBS, as ações de computação em IA continuam atrativas, com os gastos combinados de capital de Microsoft, Alphabet, Meta e Amazon esperados para superar US$ 200 bilhões este ano, um aumento de US$ 20 bilhões em relação a uma estimativa anterior.

“Estamos encorajados por muitos aspectos positivos nos fundamentos da tecnologia durante a temporada de divulgação de resultados do primeiro trimestre, que, na nossa opinião, continuam a apoiar o caso de investimento para a inteligência artificial generativa”, disse Marcelli, diretora de investimentos para as Américas na UBS Financial Services.