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SÃO PAULO – A BM&FBovespa divulgará nesta quinta-feira (1) a 1ª das três prévias da carteira quadrimestral do Ibovespa, que vigorará entre os dias 2 de setembro até o final do ano. Desta forma, analistas de bancos e corretoras buscam antecipar quais as mudanças que a bolsa anunciará na composição do índice tido como referência para o mercado acionário do País.
Os papéis mais cotados para o ingresso na carteira teórica do índice apontam para um marco, com a entrada de companhias do setor de educação pela primeira vez, conforme aponta o HSBC, Citi Research, Santander e o Brasil Plural: a Kroton (KROT3) e a Anhaguera (AEDU3). Conforme aponta o Citi Research, a entrada das ações no índice ocorre em meio ao forte volume de negociações em torno da fusão das duas empresas – a inclusão, aliás, já era especulada desde a época em que elas fecharam o negócio, em abril deste ano.
O estrategista do HSBC, Carlos Nunes, aponta ainda para a possibilidade da entrada de até cinco ações, tendo em vista que o índice de negociabilidade dos atuais papéis que estão no Ibovespa atinge o total de 77,75%. Assim, além das duas companhias do setor de educação, Nunes vê a entrada das ações da Ecorodovias (ECOR3), da Even (EVEN3) e da Qualicorp (QUAL3) com probabilidade de integrar a carteira, mas a primeira com a média e as duas últimas com baixa probabilidade.
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Enquanto isso, o Brasil Plural vê como improvável a entrada da Even no índice, por não apresentar bom índice de negociabilidade de suas ações. Já o Citi Research vê uma probabilidade para a entrada da Ecorodovias, mas menor. Atualmente, o Ibovespa conta com 71 ações de 65 empresas – Petrobras, Vale, Eletrobras, Bradesco, Usiminas e Oi possuem dois tipos de ações dentro do índice.
OGX pode triplicar participação…
O HSBC também vê mudanças significativas nas dez ações mais representativas do índice. Nunes acredita que a Itaúsa (ITSA4) deva substituir a PDG Realty (PDGR3) no ranking das dez primeiras, enquanto o Itaú Unibanco deve se tornar a terceira ação mais representativa do índice, no lugar da OGX Petróleo (OGXP3).
Aliás, a OGX deve ganhar participação no Ibovespa, apontam os analistas do HSBC e do Brasil Plural, devido ao alto índice de negociabilidade dos papéis. Os analistas do Brasil Plural, o peso da OGX subirá de 1,697% para 4,465%, um aumento de quase 3 vezes a participação atual. O ajuste nas posições de mercado deve promover um impacto no volume ao equivalente a 1,41 dia de negociação do papel.
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Nunes aponta que, apesar de esperar queda na participação em relação à prévia do último quadrimestre, a quantidade teórica da ação na carteira deve aumentar significativamente, passando para 4,1599% ante os 5,0610% do último quadrimestre.
“Embora as ponderações do Ibovespa dependam metade do volume financeiro das negociações e a outra metade do volume de ações negociadas os pesos mudam com o desempenho de preço das ações entre os rebalanceamentos. É por isso que o peso da OGX no índice caiu de 5,1% no último rebalanceamento para apenas 1,8% agora, enquanto a empresa coligada LLX Logística (LLXL3) deva reagir, de 0,3% para 0,5%”, destaca o analista Stephen Graham, do Citi Research.
Conforme aponta a analista do Santander, Renata Cabral, além da OGX, a BR Malls (BRML3), Sabesp (SBSP3), Bradesco ON (BBDC3) e Petrobras ON (PETR3) devem ser as “maiores vencedoras” com a mudança de carteira, ao registrarem o maior aumento de participação. Com relação à companhia de petróleo de Eike Batista, a mudança deve significar um fluxo adicional de fundos passivos no valor de R$ 580 milhões, passando para 4,62%.
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… enquanto Vale e imobiliárias devem perder espaço
Por outro lado, aponta Renata, as ações preferenciais da Vale (VALE5), PDG Realty (PDGR3), TIM (TIMP3), Vale ON (VALE3) e Cielo (CIEL3) devem ser as cinco maiores potenciais perdedoras. Sobre a Vale – que no último quadrimestre possui a maior participação individual do Ibovespa, com cerca de 10% -, a estimativa de HSBC e Santander são de que VALE5 fique com 8,0% e 8,1% de importância no índice, respectivamente.
Com as mudanças, o setor de petróleo e gás deve registrar o maior aumento de participação e continuará na primeira posição em termos de concentração do índice, avalia a analista do Santander, com 16,1%. Já o segmento de instituições financeiras provavelmente manterá o segundo lugar, com uma concentração esperada de 15,8%, apesar de ser um dos segmentos com maior queda, de 1 ponto percentual na participação, seguida de energia e saneamento, com baixa de 0,8 ponto percentual.
Usiminas ON e Vanguarda Agro podem ficar de fora
Conforme apontam os analistas do Brasil Plural, Eduardo Nishio, Ruben Couto e Felipe Salomão, as ações ordinárias da Usiminas (USIM3) e da Vanguarda Agro (VAGR3) devem deixar o índice, por não atenderem a um dos critérios para elegibilidade no índice.
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Já o HSBC aponta que os estudos do banco não apontam exclusões de ações que estão no índice inicialmente. Contudo, a ação USIM3 também não atendeu a um dos critérios para permanecer no Ibovespa, apontam os analistas do banco. O Santander também não prevê exclusões de ações no índice.
Os cinco ”maiores vencedores” em potencial, segundo o Santander:
Empresa | Ticker | Peso estimado (%) | Peso atual (%)* | Variação (em p.p.) | Entrada potencial (em R$ milhões) |
OGX Petróleo | OGXP3 | 4,23 | 1,62 | 2,61 | 588,08 |
BR Malls | BRML3 | 1,66 | 1,41 | 0,25 | 56,52 |
Sabesp | SBSP3 | 0,79 | 0,60 | 0,19 | 41,80 |
Bradesco ON | BBDC3 | 0,86 | 0,70 | 0,16 | 37,13 |
Petrobras ON | PETR3 | 2,68 | 2,52 | 0,16 | 36,44 |
- Composição da carteira em 22 de julho de 2013
Os cinco ”maiores perdedores” em potencial, segundo o Santander:
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Empresa | Ticker | Peso estimado (%) | Peso atual (%)* | Variação (em p.p.) | Saída potencial (em R$ milhões) |
Vale PNA | VALE5 | 8,10 | 8,72 | -0,61 | -137,86 |
PDG Realty | PDGR3 | 2,20 | 2,64 | -0,43 | -97,22 |
TIM Participações | TIMP3 | 1,11 | 1,50 | -0,40 | -89,26 |
Vale ON | VALE3 | 2,50 | 2,85 | -0,35 | -78,79 |
Cielo | CIEL3 | 1,70 | 2,00 | -0,30 | -67 |
- Composição da carteira em 22 de julho de 2013
Metodologia
O cálculo para a carteira teórica do Ibovespa é composto pelos ativos que, nos doze meses anteriores, atendam a índices de negócios, participação no volume financeiro e presença nos pregões. Desta forma, as ações integrantes no índice têm que ser representativas em termos de liquidez e de capitalização.
A metodologia usa três filtros para determinar se uma empresa integrará o índice: o primeiro é a presença de negócios superior a 80% nos últimos doze meses, a contribuição de mais de 0,1% no volume total negociado na bolsa e o índice acumulado de negociabilidade inferior a 80%. De acordo com o Itaú BBA, o mais difícil é passar pelo último filtro.
Para tanto, a bolsa calcula o índice de negociabilidade para cada uma das ações nela negociadas nos últimos doze meses. Os índices são colocados em uma tabela em ordem decrescente, e uma coluna apresenta a soma de tais índices à medida que se percorre a tabela do maior para o menor valor. Calcula-se então a participação de cada índice individual em relação à soma total, listando as ações até que o montante das participações atinja os 80%.
A primeira prévia da nova carteira sempre é publicada no primeiro dia útil do último mês de vigência do índice. Duas outras prévias serão publicadas, estas nos dias 16 e 30 de agosto, com a nova carteira entrando em vigor na próxima segunda-feira, dia 2 de setembro, valendo para os próximos quatro meses, até 3 de janeiro de 2014.