Novo horário da Bolsa, Fomc, Copom e dados da China: o que acompanhar nesta semana

Tudo que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Rodrigo Tolotti

Sede do Banco Central, em Brasília (Divulgação)

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SÃO PAULO – Após uma semana bastante tensa no mercado após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin e anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrubar o Ibovespa em 4% em apenas um dia. A bolsa esboçou uma recuperação com a aprovação da PEC Emergencial, mas não evitou recuar 0,9% nos últimos cinco pregões.

E para os próximos dias, o calendário de indicadores será bastante importante, com direito a uma nova “Super Quarta” de decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Mas antes disso, nesta segunda a B3 muda seu horário de operação, que volta para o tradicional pregão entre 10h e 17h. A alteração se dá pelo início do horário de verão nos EUA e visa evitar uma diferença muito grande nas operações das bolsas nos dois países.

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De volta ao dia mais agitado desta semana, na quarta-feira (17) às 15h o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) se reúne para definir a nova taxa de juros dos EUA, com grande expectativa do mercado de manutenção no patamar entre 0% e 0,25%.

Porém, o mercado ficará bastante atento ao comunicado do Banco Central americano, em especial sobre o que esperar agora, em um cenário de tensão no mercado por conta da alta recente dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) e também após o Banco Central Europeu (BCE) prometer na última quinta aumentar o ritmo das compras de títulos.

Para a equipe de análise do Bradesco, apesar de manter as taxas de juros em sua decisão desta semana, o Fomc deve reconhecer estimativas mais elevadas para atividade e inflação nos EUA.

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No mesmo dia, mas após o fechamento do mercado, será a vez do Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar a nova taxa Selic, com projeção do mercado de que após quase 6 anos os juros voltem a subir no Brasil.

Uma combinação de economia ainda fraca, com inflação subindo com força — e ficando acima do centro da meta –, alta do dólar contra o real e uma situação de aumento dos gastos públicos por conta da pandemia reforça a visão do mercado de que as taxas irão aumentar.

A grande questão que divide os analistas é de quanto será a elevação da Selic, que está em 2%. Atualmente, a maior parte do mercado projeta que o Banco Central irá aumentar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, mas tem força também o grupo que vê uma alta ainda maior, de 0,75 p.p..

Há ainda uma parte dos especialistas esperando que a autoridade monetária seja mais conservadora, elevando os juros em apenas 0,25 p.p..

O comunicado do Copom também será bastante importante para balizar as expectativas para os próximos encontros. Atualmente, segundo o último boletim Focus, a expectativa dos agentes do mercado é que a Selic encerre o ano em 4%.

Outros indicadores e eventos corporativos

No Brasil, a semana contará ainda com um noticiário corporativo bastante agitado. Nesta segunda, às 9h está marcada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Gol (GOLL4) que irá analisar a proposta de reestruturação societária da companhia.

A expectativa é que o encontro seja bastante agitado. A assembleia será para debater a proposta da Gol para incorporação da Smiles (SMLS3), mas acionistas minoritários da empresa de milhagem contestam o projeto, o que pode esquentar os ânimos na reunião.

Enquanto isso, a temporada de resultados do quarto trimestre segue agitando a bolsa, com mais 30 empresas apresentando seus números do ano passado nos próximos cinco dias.

Em destaque, os balanços de companhias como Notre Dame Intermédica (GNDI3), Gafisa (GFSA3), Anima (ANIM3), Copel (CPLE6), entre outras.

Do lado dos indicadores, a agenda doméstica também conta com a divulgação dos dados de mercado de trabalho formal de janeiro, o qual a equipe do Bradesco projeta geração líquida de 180 mil vagas.

No exterior, ainda neste domingo à noite, a China irá apresentar uma bateria de dados, com destaque para vendas no varejo, com expectativa, segundo dados compilados pela Refinitiv, de alta de 32% na comparação anual, contra avanço de 4,6% no mês passado.

Outro indicador importante será o de atividade da indústria local, que também deve ter forte alta de 30% no dado anual, de acordo com a Refinitiv, ante um resultado de 7,3% um mês antes.

Na terça-feira (16), as atenções se voltam para os EUA, que também divulgam os números de vendas do varejo e da produção industrial. As projeções apontam para um recuo de 0,5% do varejo na comparação mensal, contra uma alta de 5,3% anteriormente. Já a indústria americana deve avançar 0,6%, ante alta de 0,9% no mês passado.

Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.